Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O “plus size” não poderia estar vivendo um momento melhor. Dezenas de matérias publicadas semanalmente na mídia e cada vez mais iniciativas sendo criadas no País inteiro para absorver o sonho de tantas mulheres que hoje querem ser modelos. No entanto, esse sonho tem se tornado um pesado para muitas que se vêm obrigadas a pagar fortunas por um book ou se submetem a certas situações constrangedoras apenas para tentar conquistar seu lugar ao sol.

Para combater tais posturas antiéticas, no próximo sábado (8/11), Joyce Matsushita, jornalista e diretora-executiva da Fashion Curvy, empresa com foco na profissionalização do segmento, vai ministrar uma palestra em Porto Alegre, às 14h, no Auditório do Teresópolis Tênis Clube, abordando todos esses cuidados para se entrar na profissão de modelo, falar sobre a importância da profissionalização e próximos passos para a reeducação visual do setor. Os interessados podem fazer inscrição gratuitamente através do email: atendimento@fashioncurvy.com.br.

“A verdade é que quem vendeu o sonho de que todas as mulheres com manequins maiores podiam ser modelos fez isso de caso pensado, visando apenas o próprio bolso e não a ajudar, de fato, essas mulheres a resgatarem a autoestima”, afirma Joyce, precursora deste movimento no Brasil (inclusive pela implantação do termo plus size no País) e também ex-empresária da top plus size internacional Fluvia Lacerda por 8 anos.

Segundo Joyce, a situação vem piorando nos últimos anos. Quanto mais o assunto ganha força, mais empresas e empresários picaretas surgem no mercado querendo tirar proveito da situação. E são inúmeras as iniciativas para tirar dinheiro dessas meninas, que vão desde um agenciamento onde elas pagam uma quantia mensal para serem representadas e o trabalho nunca aparece, ofertas de books produzidos em escala industrial, comercialização de faixas de concursos de Miss, entre outras.

“E o pior é que tudo isso vem acompanhado de coação das pessoas mais influentes, do tipo: ou você faz comigo ou nunca irá trabalhar nesse mercado. E essas meninas, que estão começando, acabam cedendo por medo de serem queimadas antes mesmo de começar (e olha que acontece muito) e pagam para uma máfia que nunca vai parar de ganhar dinheiro ou que jamais investirão em qualidade”, diz a empresária.

Revoltada com centenas de relatos sobre tais práticas, Joyce fundou a Fashion Curvy e tem viajado para diversas cidades promovendo palestras e encontros onde alerta as meninas sobre como iniciar suas carreiras e, sobretudo, como não deixar que seus sonhos virem armadilhas.

“Profissionalização é a chave de tudo. Há oito anos estudo e respiro esse mercado, há dois focada na profissionalização. Se queremos um mercado melhor, mais justo, que inspire as pessoas e que obtenha reconhecimento e credibilidade do público pela beleza, só mesmo mudando a forma de pensar de toda a cadeia. Começando, é claro, pelas aspirantes a modelos, as presas mais fáceis para os oportunistas”, explica.

Segundo a empresária, usar o bom senso é fundamental para fugir de certas situações e dá um exemplo. “Hoje o mercado virou uma grande fábrica de books, material essencial para qualquer modelo. Mas as pessoas devem começar a se questionar. Se você está numa cidade pequena e aparece uma oportunidade de fazer um book, com 30 meninas no mesmo dia (uma sessão atrás da outra), com um mesmo fotógrafo, com a mesma produção de roupa, com a mesma make e cabelo, com os mesmos cliques e ângulos, como isso pode dar certo? Depois, essas 30 meninas munidas de seus books vão prospectar as mesmas marcas na cidade a procura de trabalho. Como ela se diferencia das outras?”, questiona. “A verdade é que quem paga por um serviço ruim paga duas vezes porque vai ter que refazer”.

Outro ponto é não se deixar levar pelas falsas promessas de trabalho ou chantagens. “Se você tem talento, quem não vai querer investir em você? Todos querem trabalhar com os melhores. Ser obrigada a fazer um book em troca de uma chance de participar desse ou daquele projeto é um dos indícios de falta de profissionalismo e seriedade. Chantagem só funciona para esconder a falta de talento. Quem oferece bons serviços sempre será recomendado pela qualidade e não porque te fechou uma porta caso tenha recusado a oferta”, explica.

Sobre a febre dos concursos e títulos de Miss que inundam o País, a jornalista é enfática dizendo que basta fazer um levantamento de quantas conseguiram fama por conta de um título. “Sem talento, uma faixa não segura ninguém. Quantas modelos têm por aí que estão com seus títulos e não conseguiram sair do lugar? As poucas que conseguiram fizeram isso por puro mérito, por luta, por fazerem da faixa um espelho de sua capacidade. E vou além: hoje, a maior parte das modelos que mais trabalha no mercado não ostenta uma faixa, possui talento”.

Por último e talvez o mais grave, segundo Joyce, são os casting de modelos pela Internet. Hoje, as redes sociais tornaram-se uma das maiores vitrines de modelos e muitos contatos são feitos por elas. “É preciso ficar atento porque raramente as marcas fazem entrevistas com candidatas via webcam. Podem mandar mensagem e convidar para um casting na loja. Desconfie caso todo o contato seja só virtual e, principalmente, se pedirem para ligar a webcam e se mostrar. Pior ainda se for sem roupa. Com certeza é golpe e depois poderão fazer chantagem”, finaliza a empresária.

http://revista.leiamoda.com.br/2014/11/modelos-plus-size-estao-send...

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   Pior ainda se for sem roupa. Com certeza é golpe e depois poderão fazer chantagem”, finaliza a empresária.

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