Aos 81 anos, morre Vivienne Westwood, a estilista britânica que foi sinônimo de ousadia e empoderamento feminino. Conheça com mais detalhes a vida e trajetória deste ícone da Moda.
A estilista britânica faleceu nesta quinta-feira, 29/12, aos 81 anos , em Chapham Sul de Londres. Vivienne Westwood foi um dos grandes ícones da moda internacional, responsável pela popularização da moda punk e new-wave.
Vivienne chamou a atenção do público quando fez roupas para a butique que ela e Malcolm McLaren dirigiam na King’s Road em Londres, que ficou conhecida como SEX. Sua capacidade de sintetizar roupas e música moldou a cena punk britânica dos anos 1970, dominada pela banda de McLaren, os Sex Pistols.
“Westwood tornou-se conhecida por suas criações com referências a vestimentas históricas, especialmente a era vitoriana do romantismo. Caso em questão: sua coleção de verão 1985, quando ao invés de se entregar às ombreiras masculinas muito presentes na década de 80, ela subverteu as crinolinas do século 17 em peças sensuais que chamavam atenção para as curvas. E, é claro, não podemos esquecer os icônicos sapatos estilo “cavalo de pau”, que também foram lançados ao mesmo tempo.” ( Vogue)
Vivienne Isabel Swire nasceu no Glossop, no Derbyshire, no dia 8 de abril de 1941. Ela vinha de uma família da “working class” britânica, a classe trabalhadora operária. Ou seja, na Inglaterra da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que vivia uma crise financeira, isso significava poucos recursos e muitos sacrifícios.
Em 1958, Vivienne se mudou com sua família para Harrow, Middlesex. Na nova região, a jovem fez um curso de joalheria e ourivesaria na Universidade de Westminster, então conhecida como Escola de Arte Harrow.
Depois de ter aceitado um emprego em uma fábrica e estudado em uma faculdade de formação de professores, ela se tornou professora de escola primária. Mas, além disso, durante este período ela já criava as suas próprias joias, as quais então vendia em uma banca na Portobello Road.
Pouco depois, em 1962, ela conheceu Derek Westwood, que era aprendiz da fábrica Hoover, em Harrow. Os dois se casaram no mesmo ano, tendo um filho logo no ano seguinte, chamado Benjamin (Ben) Westwood.
Vivienne seguiu dando aulas até 1971, mas continuou a criar roupas a partir de projetos de McLaren.
Nesse meio tempo, McLaren se tornou o gerente da banda punk Sex Pistols. Westwood e Maclaren começaram a chamar a atenção com as suas criações a partir do momento em que a banda, que fazia sucesso dentro e fora do Reino Unido, passou a usar os seus desenhos.
Acima de tudo, aqui nos centramos em analisar a moda criada por mulheres na Europa durante o século XX. Mulheres que criaram tendências e ajudaram a mudar a forma de ser mulher na sociedade ocidental, grupo do qual Vivienne Westwood é um ícone.
Com isso, não pretendemos desprezar, por exemplo, a importância da criação japonesa ou mesmo da norte-americana no cenário da moda internacional.
A nossa intenção é, antes de mais nada, mostrar a relevância da presença feminina num mundo que é conhecido quase que exclusivamente pelo domínio dos grandes costureiros e suas maisons – como, por exemplo, Christian Dior, Cristóbal Balenciaga e Yves Saint-Laurent.
“É uma guerra pela própria existência da raça humana. E a do planeta. A arma mais importante que temos é a opinião pública: vá às galerias de arte, comece a entender o mundo em que você vive. Você é um lutador da liberdade assim que começar a fazer isso”. (Vivienne Westwood).
Assim, em 1971, junto com Malcom McLaren ela criou a loja Let it Rock na King’s Road – rua de Londres de onde decolavam as novidades extravagantes da moda da época.
A loja, que em 1974 mudou de nome para Sex – além de posteriormente outros nomes – tinha como público aqueles que mostravam afinidades com os integrantes da banda Sex Pistols. Ou seja, gente jovem querendo fugir do convencional e, se possível, chocar.
Entre os artigos mais marcantes nas produções de Vivienne Westwood estava o couro preto, as estampas de animais e o tecido de rede com rasgos, que eram presos com alfinetes-de-ama.
O estilo punk então em efervescência encontrou ali a sua perfeita representação. Afinal, os modelos inspirados no vinil, no fetichismo e no sadomasoquismo viram a luz do dia com Westwood.
Além disso, nessa altura as mulheres também experimentavam uma liberdade até então desconhecida. As mulheres punks desenvolveram uma imagem muito própria, a partir de uma nova estética e de uma linguagem sem inibições, que buscava ir além das pressões sociais e dos códigos de vestimenta.
Entre as peças encontradas em sua boutique estavam camisetas estampadas com frases eróticas, como, por exemplo, “ele lhe agarrou os seios e encostou-a contra a parede”. Além disso, eram comum um material de protesto à injustiças ou questões econômicas, políticas e sociais.
Entretanto, no início dos anos 80, Vivienne Westwood desistiu dos alfinetes-de-ama e mostrou uma moda mais romântica, sempre explorando referências históricas. Afinal, o declínio dos Sex Pistols e a absorção do Punk de maneira massificada deixaram Westwood desencantada.
Entenda o cenário da época em Punks e Rockers – As origens e o os conceitos do movimento que Vivienne Westwood ajudou a popularizar.
Como resultado, em 1980 a loja foi remodelada e renomeada como World´s End, o nome que ainda mantêm.
Assim, ela chegou ao final da década lançando o barroquismo e o body suit em Lycra, sem se preocupar tanto com os consumidores jovens. Desse modo, durante este período, Vivienne Westwood mudou a sua atenção do punk para releituras do estilo britânico e paródias da alta sociedade.
“Do lado inglês temos a alfaiataria e um charme fácil, do lado francês essa solidez do design e da proporção que vêm de nunca estar satisfeito porque algo sempre pode ser feito para torná-lo melhor, mais refinado”. (Vivienne Westwood).
Vivienne acredita que a moda é uma combinação e troca de ideias entre a França e a Inglaterra. Não por menos as suas coleções sempre buscam reavivar referências à moda dos dois países. Claro, isso com um toque extremamente ousado e nada conservador.
Invenções como a crinolina descartável, também chamada “minicri”, uma versão mais curta e irreverente do vestido tradicional no século XVII, o sapato de cunha, o “bustier”, a roupa interior como roupa exterior, os saltos com uma plataforma de 20 centímetros, e o twin set com pérolas para o homem provocaram, ano após ano, muita consternação, para depois aparecerem em coleções de outros estilistas.
Com o tempo, as criações irreverentes da estilista acabaram influenciando até mesmo o prêt-à-porter, como foi o caso do estilo que levou o nome de pauperismo, e que era exatamente o que seu nome sugeria.
https://www.fashionbubbles.com/historia-da-moda/as-grandes-estilist...
Para participar de nossa Rede Têxtil e do Vestuário - CLIQUE AQUI
Tags:
Bem-vindo a
Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
© 2024 Criado por Textile Industry. Ativado por