Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Mostras em museu e galeria de Paris destacam relação entre moda e arte

 

A França exportou para o mundo bem-sucedidos modelos de dois grandes sistemas culturais: o dos museus e o das passarelas.

 

Nesta semana, a da fashion week parisiense, o Museu D'Orsay, uma das grandes instituições da arte na cidade (www.musee-orsay.fr ), inaugurou uma mostra sobre a relação dos pintores impressionistas com as roupas.

Intitulado "O Impressionismo e a Moda", o evento vai até 20/01 e tem entre seus patrocinadores o grupo LVMH, dono de grifes como a Dior.

A marca organizou anteontem uma visita guiada ao museu. E as fashionistas "impressionadas" tomaram conta do espaço com seus saltos altíssimos e looks ousados.

O recorte temporal das obras vai de 1860 a 1880. Logo à entrada, o visitante fica sabendo que, naquele momento, no século 19, eram inauguradas as primeiras lojas de departamentos da história. E vestir-se nessas lojas era símbolo de status, bem como frequentar museus.

Quadro de Albert Bartholome em exposição com vestidos no Museu d'Orsay
Quadro de Albert Bartholome em exposição com vestidos no Museu d'Orsay

 

Estão expostas também algumas das primeiras revistas do assunto, com destaque para a "A Última Moda", em que o poeta Mallarmé (1842-1898), sob pseudônimos como Madame de Ponty e Miss Satin, discutia a relação da moda com posição social e desejo.

Ao lado, obras de Renoir (1841-1919) e Edouard Manet (1832-1883) mostram mulheres folheando essas publicações. Suas obras dominam a curadoria, tanto em número como pela força das imagens.

O surgimento do fenômeno fashion não escapou ao olhar atento dos impressionistas para o cotidiano.

Tem posição de destaque o grande retrato da Madame Bartholomé, pintado pelo marido, Paul-Albert Bartholomé. Exposto ao lado, o vestido dela parece menos maravilhoso do que o do quadro --este sim capaz de mostrar como a luz do ambiente e o corpo de uma mulher dão vida ao desenho da costura.

A cenografia de alguns ambientes do D'Orsay imita salas de desfile, com cadeiras vazias marcadas com nomes como Miss Satin, Arthur Rimbaud e Charles Worth, o grande costureiro do período.

A última sala reproduz um campo com pássaros, de onde brotam vestidos e telas como "Réunion de Famille", de Frédéric Bazille (1841-1870), em que senhoras posam alinhadas em meio ao verde.

Em arquitetura bem mais clean, na galeria Gagosian de Paris, a fotógrafa Cindy Sherman inaugurou, com festa estrelada, sua pequena mas preciosa mostra, que fica em cartaz somente até 10/10 (www.gagosian.com ).

São autorretratos em que surge com roupas de alta-costura diante de cenários naturais inóspitos. Contrariando certo romantismo, coloca a mulher e suas roupas de um lado, e a natureza, de outro.

Olhando as imagens, difícil dizer qual das duas parece mais perigosa.

FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO

Leia mais em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1162707-mostras-em-museu-e-g...

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