Casaco de lã, camisa de algodão e calça jeans. Botas bordadas com cristais (Foto: Zee Nunes)
O movimento Sou de Algodão se manifestou por meio de uma nota enviada à Vogue Brasil informando discordar de alguns pontos mencionados na matéria “Veneno nas roupas: o perigo dos agrotóxicos no algodão”, publicada no dia 13 de março.
Reunindo agentes da cadeia produtiva e da indústria têxtil, o movimento refutou o uso do termo “veneno nas roupas”, citado no título na matéria. “Depois da colheita e antes de se tornar uma peça de roupa, segundo Michelle Souza, consultora do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Senai CETIQT), a fibra passa por incontáveis processos químicos na indústria têxtil, como tingimentos, alvejamentos e lavagens, por exemplo, que acabam removendo quaisquer mínimos rastros de defensivos na fibra”, diz a nota.
O movimento também rebateu o alerta de que o algodão não seria benéfico ao meio ambiente, afirmando que mais de 80% das fazendas que produzem a fibra são “auditadas por certificadoras de terceira parte” para garantir o respeito à natureza, questões sociais e relações trabalhistas e econômicas.
Sobre a menção na matéria de que o Brasil é o maior mercado de agrotóxicos do mundo, sendo o algodão a quarta cultura que mais consome agrotóxicos – e responsável por 10% do volume total de pesticidas utilizados no país –, o movimento informou que houve redução de 90% na dose dos defensivos em relação às doses utilizadas na década de 1960. “A toxicidade aguda diminuiu mais de 160 vezes nesse período. De acordo com a própria legislação, microrganismos ou insetos, por exemplo, que são utilizados no controle biológico, também são considerados agrotóxicos”.
Em relação à crítica sobre o modelo de produção do agronegócio, que resultaria na concentração de terras e riquezas nas mãos de poucos, devastando territórios biodiversos e prejudicando a saúde dos que estão no campo, o movimento afirmou que o ABR (Algodão Brasileiro Responsável) segue seis critérios.
O primeiro deles é a disponibilização do contrato de trabalho, as perguntas sobre e-Social, os registros na empresa e o Livro de Inspeção do Trabalho (LIT) para a fiscalização das autoridades. O segundo e terceiro critérios são a proibição do trabalho infantil e do trabalho análogo à escravidão.
“O quarto critério traz perguntas sobre a Liberdade de Associação Sindical e o quinto sobre a Proibição de Discriminação de Pessoas”, diz a nota.
“O sexto critério é sobre Segurança, Saúde Ocupacional e Meio Ambiente do Trabalho. São 109 perguntas que envolvem, por exemplo, se os trabalhadores passaram por treinamento em segurança e saúde do trabalho”.
A respeito das críticas sobre o uso de sementes transgênicas e alto uso de agrotóxicos, o movimento informou que a transgenia “foi uma inovação fundamental na diminuição do uso de agrotóxicos, não só na cultura do algodão, mas em muitas outras”.
O movimento também rebateu a menção sobre o interesse da indústria pela produção em larga escala para o exterior. “O mercado doméstico é atendido, praticamente, em sua totalidade pelo algodão produzido no Brasil. Na média das últimas seis safras, o mercado doméstico absorveu um terço da produção nacional de algodão e, atualmente, compra mais algodão que o principal destino das exportações brasileiras – o recorde de importação da China foi de 720 mil toneladas na safra passada. No Brasil foi de 740 mil toneladas”.
https://vogue.globo.com/atualidades/noticia/2022/03/movimento-sou-d...
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