Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Jon Furniss/Invision/AP / Jon Furniss/Invision/APAlannah Weston se deparou com um ceticismo inicial, mas tem sido muito importante na modernização da Selfridges

Com a multidão que acompanha a moda passando por Nova York, Londres, Milão e agora Paris, uma tendência vem se configurando: os novos rostos da fileira da frente do varejo.

Os homens já foram os protagonistas nas grandes lojas de departamentos do mundo, mas promoções e contratações recentes empurraram cinco mulheres britânicas, ou baseadas no Reino Unido, para os holofotes: Stacey Cartwright, a nova executiva-chefe da Harvey Nichols; Marigay McKee, presidente da Saks Fifth Avenue; Alannah Weston, vice-presidente do conselho de administração do Selfridges Group; Averyl Oates, diretora comercial de moda da Galeries Lafayette; e Helen David, diretora da moda da Harrods.

Elas estão literalmente mudando a face das compras globais. Uma iniciativa que causou comoção foi a nomeação de Marigay McKee em setembro, em substituição a Ron Frasch. Richard Baker, diretor-presidente da canadense Hudson's Bay Company, que comprou a Saks por US$ 2,4 bilhões em 2013, espera que McKee, ex-diretora comercial da Harrods, possa levar consigo o "pó mágico" que ela espalhou pela loja londrina. Na Harrods, ela usou sua habilidade para entender os clientes e transformar a loja em um templo do luxo.

Os homens já foram os protagonistas nas grandes lojas de departamentos do mundo, mas isso mudou

A Saks, que possui 41 lojas com linhas completas, precisa de uma injeção de glamour e sofisticação, além de um empurrão nos negócios: o trimestre encerrado em agosto de 2013 mostrou um prejuízo de US$ 19,6 milhões, em comparação a uma perda de US$ 12,3 milhões no mesmo período do exercício anterior.

Mesmo assim, uma reformulação que torne os pontos de venda sofisticados da Saks "mais cinco estrelas", está nos planos e McKee disse ao "Financial Times", pouco depois de sua nomeação, que "há investimentos de US$ 1 bilhão reservados para os próximos cinco a seis anos, para levar a Saks ao próximo nível do luxo, a começar com US$ 250 milhões para renovar a loja da Fifth Avenue."

McKee está se concentrando no que chama de "os quatro Ps: product, people, place e positioning [produtos, pessoas, localização e posicionamento]. Estamos de olho em tudo: mix de fornecedores, serviços, a aparência de nossas lojas e a experiência do cliente acima de tudo."

A executiva diz que gostaria de ver um spa holístico e um espaço VIP para compras na loja da Quinta Avenida em Nova York, juntamente com pisos inteiros para cosméticos e calçados, e até mesmo um espaço para exposições de arte.

Observadores do setor também esperam um "upgrade" na imagem da Harvey Nichols, cuja reputação está atrás das de concorrentes como a Selfridges e a Harrods.

Sua nova executiva-chefe, Stacey Cartwright, ex-diretora financeira e vice-presidente executiva da Burberry, foi elogiada por ajudar a ex-CEO da Burberry Angela Ahrendts a transformar a marca britânica de um negócio maculado pela onipresença de suas roupas axadrezadas (que a certa altura foram banidas de pubs e clubes noturnos), em uma concorrente de credibilidade do setor de artigos de luxo.

O faturamento da Burberry aumentou de 676 milhões de libras, quando Cartwright entrou para a companhia em 2004, para 2 bilhões de libras quando ela saiu em 2013.

Sobre sua nova função, que ela iniciou em 17 de fevereiro, Cartwright diz que "há oportunidades para a Harvey Nichols por meio do desenvolvimento de sua presença física no Reino Unido e internacionalmente, sempre garantindo que a Knightsbridge continuará sendo o coração da marca".

Ela acrescenta: "O comércio eletrônico e o varejo multicanal também são importantes para o desenvolvimento da Harvey Nichols... e a marca própria da Harvey Nichols é também uma grande oportunidade para o desenvolvimento de novas categorias."

Certamente Alannah Weston, ex-diretora de criação da Selfridges, tem noção do desafio. Como filha da proprietária Galen Weston, ela se deparou com um ceticismo inicial, mas tem sido muito importante na elaboração de uma identidade moderna para a Selfridges com a criação de eventos inovadores que fundem cultura contemporânea e consumismo, como o recente Festival da Imaginação, para o qual o arquiteto Rem Koolhaas projetou um espaço "Imaginarium" para abrigar discussões e animações interativas.

Weston ainda não revelou o que pretende fazer com o novo cargo, que ela assume no fim do segundo trimestre.

Quanto a Averyl Oates, ela foi diretora global de moda e comercialização da Harvey Nichols de 2004 a 2011, e em 2012 ela entrou para a "startup" Luxup.com, um serviço on-line de artigos de luxo bancado por fundos de investimento em participações de empresas, onde ela também investiu. Ela encerrou os negócios em março e Oates tornou-se diretora comercial de moda da loja de departamentos parisiense Galeries Lafayette em agosto, um cargo recém-criado.

"É bizarro, mas fiquei muito mais requisitada para empregos depois que a Luxup fechou do que como diretora de compras, que era uma coisa muito unidimensional. Sinto como se aquilo tivesse me dado um MBA prático", diz Oates.

Sua missão na Galeries Lafayette, diz Oates, é tornar a loja "muito mais tecnológica e fashion". "Fale com qualquer loja de departamentos e você verá que ela se concentra em certas marcas principais", observa ela.

Sua função a coloca em paralelo com Helen David, que foi promovida a diretora de moda feminina, joias, acessórios finos e roupas infantis da Harrod's depois da saída de McKee.

Parte do plano de Helen David para a loja pode ser vista no maior projeto da Harrod's para o no, que ela organizou quando ocupava o cargo anterior de gerente geral de comercialização de roupas femininas e joias: o Shoe Heaven, uma área de 12 mil metros quadrados projetada pelo célebre arquiteto David Collins antes de sua morte, e que será inaugurada em agosto.

Helen David quer aumentar as apostas, embora também observe: "Negocio quais marcas vão ficar onde, quantos metros quadrados elas terão, qual marca estará nas adjacências, qual o tamanho do espaço que você dará ao seu concorrente número um... Quantas vezes uma marca ameaça sair fora se você não fazdeterminada coisa. Passo a maior parte do tempo fazendo política".


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Por Carola Long | Financial Times

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