Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Mulheres no comando: O jeans brasileiro passa pelas mãos delas

A história das mulheres na indústria têxtil vem de longa data. Iniciado na Revolução Industrial, o
movimento das mulheres no tear foi um dos precursores da inserção feminina no mercado de
trabalho. Ainda assim, conquistar espaço dentro da indústria – espaço majoritariamente masculino –
demanda muita luta no dia a dia.

A confecção de fios, tecidos e afins é uma das principais responsáveis pela movimentação da
economia brasileira. Cerca de 1,7 milhão de colaboradores estão empregados no setor e mais de
70% são mulheres. Além disso, elas representam 32% da força de trabalho nas indústrias
atualmente, sendo o segmento de confecções e artigos do vestuário os que mais empregam a mão
de obra feminina, segundo o Portal ODS.

Gestar Bem

Ser mulher no mercado de trabalho é um desafio constante. E um dos maiores obstáculos
enfrentados por elas é a alta taxa de demissão ou a impossibilidade de retornar ao trabalho após a
licença maternidade. De acordo com uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, cerca de 50% das
mulheres são demitidas após a gestação. Essa estatística é ainda mais severa quando consideramos
que muitas não têm condições de retornar às funções por outros motivos, como a falta de rede de
apoio, por exemplo.

Pensando nisso, a Vicunha criou um programa de assistência às gestantes, o Gestar Bem. O
programa tem o objetivo de promover medidas preventivas e educativas, incentivar a assistência
pré-natal e auxiliar as gestantes e suas famílias nesse momento tão único e importante. Dados mais
recentes mostram que cerca de 97% das mulheres retornam regularmente às suas atividades na
Vicunha após o período.
“Para garantir um ambiente de trabalho justo e equilibrado, é fundamental que as empresas
implementem políticas de igualdade de gênero e de apoio à maternidade. Os resultados do Gestar
Bem são muito importantes, pois o projeto beneficia as mulheres, suas famílias e representa a
manutenção de talentos para a Vicunha”, conta Regina Carla, gerente de Recursos Humanos da
Vicunha.

Mulheres na liderança

A presença de mulheres em diversos setores e em posições de liderança tem ajudado a promover
políticas de igualdade de gênero e a combater a discriminação e o assédio no ambiente de trabalho.

Hoje, 18% dos 6300 funcionários da Vicunha em todo o mundo são mulheres, que assumem
posições estratégicas em todas as áreas da empresa, desde a diretoria até a liderança de setores
equivocadamente vistos como masculinos.

“A ascensão delas como líderes no setor têxtil é um sinal positivo do avanço da igualdade de gênero
e da valorização do trabalho feminino em todas as áreas da economia. Ocupando esses espaços, elas
contribuem significativamente para o crescimento e desenvolvimento do setor têxtil, trazendo
inovação e criatividade para os processos”, completa Regina.

Pioneiras e responsáveis pelo jeans brasileiro

Jéssica Morais é mecânica de tecelagem e Thais Bryan é gerente de qualidade e processos na
Vicunha. Ambas são pioneiras, referências e exemplos de superação.

Jéssica entrou na Vicunha em 2012 por meio do Projeto Pescar, um programa de educação
profissional para jovens das comunidades onde a Vicunha atua. Com muita luta e perseverança, foi
avançando na empresa até se tornar a primeira mulher na posição de mecânica de tecelagem, cargo
que antes era ocupado apenas por homens.

“A profissão de mecânica muitas vezes requer força física, então era comum dizerem que ‘se nem os
homens estão conseguindo, você acha que vai conseguir’?”, lembra Jéssica. “A função requer, sim,
muita força física. Mas por se tratar de um maquinário digitalizado e que necessita de regulagem,
também é preciso agilidade, inteligência, paciência e equilíbrio mental”, diz.

No início da carreira ouvi muito desaforo, mas aproveitei as oportunidades que a Vicunha me
proporcionou e pude chegar aonde estou a gora” conta Jéssica.

Thais, por sua vez, entrou na Vicunha em 2004 como analista de processos e atualmente é gerente
geral de qualidade e processos. Ela também enfrentou desafios por ser mulher em um ambiente
majoritariamente masculino, mas destaca a importância de acreditar em si e de estar preparada
para as oportunidades.

“Trabalhar em um ambiente ainda majoritariamente masculino é um desafio e tanto, porque, ainda
hoje, falar de igual para igual com um homem não é fácil. Mas sempre me preparei, acreditei no
meu potencial e fui acolhida pela empresa, que reconheceu a minha competência e me forneceu
oportunidades”, conta Thais.

Hoje, Thais é responsável pelas áreas de controle de qualidade, controle de processos, engenharia
de produto, assistência técnica e SGI (Sistema de Gestão Integrado) que inclui a área de
sustentabilidade, uma das áreas mais importantes da empresa.

Ambas as histórias mostram que, para as mulheres que desejam entrar no setor têxtil, é
fundamental se preparar tecnicamente e não ter medo de se posicionar e lutar por seus objetivos.
Ainda há desafios a serem enfrentados, mas exemplos como o da Jéssica e Thais mostram que é
possível superá-los e alcançar o sucesso.

“Ser referência é gratificante. Eu busquei oportunidades, encarei os desafios com competência e
conquistei a confiança da liderança. Hoje, olho pra trás com muito orgulho ao perceber que quebrei
barreiras e abri portas para mais mulheres”, conta Jéssica.

Ao olhar para o futuro, Thais vislumbra continuar conquistando seus objetivos profissionais e deseja
evolução do mundo profissional sobre as questões de igualdade de gênero. Uma grande ambição é
que eu consiga ver o mundo evoluir e que o mercado de trabalho olhe para as profissionais mulheres
com a mesma consideração, respeito e com as portas abertas que se tem para os homens”, finaliza
Thais.

Fonte: Redação | Foto: Divulgação.

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