Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Na contramão da Black Friday, bazares pregam consumo consciente de roupas

Negócios baseados em economia compartilhada ganham espaço no varejo paulistano

 

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AÇÕES EM SÃO PAULO QUEREM ESCAPAR DO CONSUMISMO DESENFREADO

Vestidos floridos, camisas e tênis de marca com estampa de oncinha podem ser adquiridos pelo preço que você achar justo no Bazar no Preto, no Preto Café, em Pinheiros, no próximo sábado (5). Nas etiquetas estarão marcados o valor original de cada item e quantas vezes ele foi utilizado. A ideia é fazer a matemática e ir para o caixa — sem precisar
pechinchar.

“É uma experiência de desapegar em todos os sentidos. Se alguém quiser pagar R$ 10 por uma peça que paguei R$ 200, não vou poder falar nada”, diz a produtora Rafaela Carvalho, 23. Ao lado da amiga Julia Arraes, 25, ela organizou o evento para passar peças inutilizadas para frente. Não quer voltar com nada para casa.

“Já faz uns meses que abro o armário e odeio tudo o que eu vejo. Ou eu amo, mas aí visto e odeio”, conta aos risos. Segundo ela, muita gente se identificou com a iniciativa e teve vontade de participar. Mas dessa vez não será possível por falta de espaço.

Na contramão da Black Friday —ação de vendas criada nos Estados Unidos em que lojas oferecem promoções no feriado de ação de graças e que também chegou ao Brasil— o Bazar no Preto segue uma rota de iniciativas que estimulam o consumo consciente na área de moda, um nicho que dá
sinais de maior relevância desde 2013.

Naquele ano, por exemplo, foi lançado o Gaveta, baseado na prática da troca de roupas paradas no guarda-roupa alheio. Cada peça entregue valia uma quantia a ser trocada por novos produtos. Em sua primeira edição, 75 pessoas doaram e 200 foram ao evento. Neste sábado (28), no MIS, o
projeto chega à terceira edição com uma rede de troca de 270 participantes e uma expectativa de público de 1.000 pessoas. Com apoio do Ministério da Cultura pela primeira vez, o encontro também inclui exposição, exibição de filmes e uma palestra sobre como substituir consumo por autoestima.

Preparando a décima edição do Trocaderia, que integra a programação da feira Jardim Secreto, no MIS, no dia 19 de dezembro, Isabela Mantovani, 25, Nathália Capistrano, 30, e Gabriela Bianco, 38, se sentem envolvidas nesse processo. Depois de promover mais de 5.300 trocas, elas veem o projeto, que surgiu como um encontro de amigas, também na base do escambo, como um meio de estimular uma nova forma de consumir.

“Algumas marcas, como a Colcci, já incentivam a doação de roupas. Outras, o reuso de embalagens. O consumo nunca deixará de existir, mas se conseguirmos fazer com que as peças durem mais do que uma estação, por exemplo, já é uma evolução”, diz Isabela. “A forma de consumo já está mudando, estamos de olho para ver quem acompanha a nova moda”, diz.

Fonte: Folha de S.Paulo

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