Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Lourenço Bartholomei, da Cecília Prado: "Estamos na contramão do negócio

"Estamos totalmente na contramão do negócio", diz Lourenço Bartholomei, diretor comercial e irmão de Cecília Prado, a estilista que dá nome à uma das poucas marcas que exportam de Jacutinga para o mundo. A surpresa maior ocorre quando Bartholomei explica para onde os esforços da marca estão concentrados agora: a própria China. "Participamos de uma feira lá e fomos muito bem recebidos. A renda chinesa está em alta e a demanda por produtos estrangeiros vem aumentando. O mercado é gigante."

Além da China, o objetivo no momento é se reinventar, apostando em outro mercado onde os desafios são imensos, mas com expectativas de consumo bastante sedutoras: o Brasil. "Queremos aumentar a participação local", diz Bartholomei, que distribui seus produtos em locais tão diversos como dois shoppings de São Paulo e mais 50 multimarcas locais, além da americana Macy's e da Harvey Nichols de Dubai.

Com 60 funcionários, a empresa produz cerca de 50 mil peças por ano e exporta 80% desse total. O percentual, contudo, já chegou a 85%. "A exportação, muito concentrada em Oriente Médio, acabou sofrendo com a Primavera Árabe. Tínhamos um cliente no Egito, que cancelou um pedido grande". O cenário de crise na Europa também atingiu em cheio a grife. " A Europa era importante para nós, mas foi definhando a taxas exponenciais. As pequenas butiques de Paris, que eram nossos clientes, sumiram".

A ideia é continuar vendendo moda - ou valor agregado -, baseado na originalidade, o que custa caro ao consumidor. No Brasil, um vestido da marca no varejo custa de R$ 500 a R$ 600. Um longo pode chegar a R$ 1,1 mil. Em Portugal, por exemplo, o preço médio é de € 400.

Ainda que não importe nada da sua produção, Bartholomei não é insensível à "invasão chinesa". Segundo ele, há mesmo uma invasão, mas fomentada pela conjuntura de um país com alta carga tributária e legislação trabalhista muito rígida. "Eu poderia empregar pelo menos o dobro de pessoas que emprego, mas não faço isso, porque o sindicato me impõe condições proibitivas", afirma. Bartholomei reforça o coro que sugere ainda impostos de importação com tarifas ainda mais altas. Para ele, se estabelecidas de modo emergencial e não duradouro, as taxas seriam fundamentais no curto prazo para que o empresariado local pudesse se reorganizar, eliminando ineficiências. (FL)

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parabens para a marca cecilia prado, a uns cinco anos atras uma consultora minha ja dizia que o brasil ainda ia vender moda pra china, o pensamento da bartholomei esta correto eles estao ganhando poder aquisitivo e querem o diferenciado, ano passado estava numa feira nos estados unidos e tinha um comprador da china que nao queria nada americano, pois o que é americano pros chineses foi feito la eles ja conhecem eles queriam algo diferente, entao é por ai, porem aqui continua dificil com a invasao chinesa, com encargos sociais equivalentes aos da suissa e a mao de obra equivalente a da nigeria em termos de qualificação, esta matematica nunca vai dar certo, se nos fabricassem automoveis certamente ja teriamos sido ouvidos, mas como somos so o segundo empregador do pais, vao olhar pra nos porque?

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