Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Está na moda de rua a principal influência na hora de definir o guarda-roupa. Mais da metade dos brasileiros ainda fica de olho nos figurinos que aparecem nas novelas da TV e 80% desses já quiseram vestir a roupa que aparece na telinha. Mas são as pessoas comuns, que podem ser vistas no ponto de ônibus, no shopping ou na fila do banco, que surgem agora como fator importante na hora de se comprar uma peça nova.

O quadro foi detectado pelo Instituto Data Popular em maio deste ano, quando os pesquisadores ouviram 1.500 pessoas em 100 cidades. A ascensão da rua como fator influenciador de consumo de moda tem a ver com o perfil da massa de consumidores - principalmente do sexo feminino - responsável pelo aumento no consumo de vestuário, nos últimos anos.

Na classe AB, formada por famílias com renda acima de R$ 4,5 mil, 44% dos indivíduos emergiram da classe C e são a primeira geração da família a ter dinheiro para gastar com roupas, diz Renato Meirelles, presidente do Data Popular. "São pessoas que consomem como se ainda pertencessem à classe C".

De acordo com o estudo, quanto menor a renda, mais a própria família é a fonte de inspiração na hora de se vestir. Com a ascensão social, o espectro vai se abrindo.

Para a população que está atualmente no topo da pirâmide, a moda de rua pesa 33% na decisão sobre como se vestir. Em seguida aparece a influência das revistas de moda (29%) e dos amigos (16%).

Na classe C, que compõe a grande massa de consumidores, "a roupa das pessoas na rua" também aparece como a principal influência para 31% dos entrevistados; revistas (27%) e amigos (16%). Para a classe média, o peso das celebridades (9%) como fator que pode influenciar uma compra é igual ao dado ao pai e à mãe (8%).

A moda que aparece na TV também está no levantamento: 58% dos entrevistados disseram que "observam os figurinos de novelas" e desse grupo 80% responderam que "já quiseram ter figurinos de novela".

As mulheres são as principais responsáveis pelo aumento do gasto com vestuário, segundo a pesquisa. Em 2002, os brasileiros gastaram R$ 43,3 bilhões com roupas e acessórios. Este ano, o valor pode pular para R$ 87,1 bilhões - sendo que 47% desse montante será gasto pela classe C e 35% pela AB, projeta o Data Popular.

"A mulher investe mais em roupas e acessórios, pois não os vê como supérfluos", diz Meirelles. "Pelo contrário: 85% delas acreditam que estar bem vestida é fator crucial para o sucesso profissional."

Em 20 anos, diz ele, o número de mulheres com carteira assinada cresceu 162%. Dessas, 75% vai trabalhar de transporte público. Desta forma, a roupa de trabalho passou a fazer parte do guarda-roupa onde antes predominavam as peças para ficar em casa ou para ocasiões festivas. O poder aquisitivo subiu 84% entre 2002 e 2013 - enquanto o dos homens aumentou 45%. Os resultados do estudo serão apresentados hoje, na 42º edição do seminário Senac Moda Informação - Inverno 2014.

Por Vanessa Barone | Para o Valor, de São Paulo

Exibições: 261

Responder esta

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço