Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A empresa australiana de biomateriais Nanollose anunciou ter criado a primeira peça de vestuário com a fibra de viscose Nullarbor, que não usa polpa de madeira na produção, e prevê expandir a sua capacidade produtiva para responder à procura que tem sentido, nomeadamente desde o acordo assinado com a Inditex.

[©Nanollose]

A camisola, refere a 

Nanollose em comunicado, é a primeira do género e é uma revolução na indústria da moda, acredita. «Conseguimos, com sucesso, pegar em desperdício e criar vestuário e fizemo-lo seguindo o protocolo industrial. A nossa fibra foi transformada em fio e depois em malha, que foi usada para confecionar esta peça de vestuário usando equipamento industrial existente. Valida todo o nosso processo», explica Wayne Best, presidente-executivo da empresa australiana de biomateriais.

A Nanollose sublinha que todos os anos são abatidas 150 milhões de árvores, que são posteriormente desfeitas e tratadas com químicos perigosos para extrair a matéria-prima usada para fazer as fibras de viscose para o vestuário.


Wayne Best [©Nanollose]

A fibra Nullarbor, por seu lado, é produzida sem uma única árvore. «Não tivemos de cortar qualquer árvore para criar esta camisola e demonstramos agora que a nossa fibra de viscose sem árvores pode ser usada da mesma forma que as outras fibras comummente usadas para fazer vestuário e têxteis, sem a pegada ambiental pesada», acrescenta Wayne Best.

O processo da Nanollose começa numa unidade onde micróbios fermentam naturalmente resíduos líquidos da indústria alimentar e os transformam em celulose, que dá depois origem à fibra Nullarbor. Neste processo é usado pouco solo, água ou energia e o ciclo de produção é de apenas 18 dias, em comparação com os oito meses necessários para cultivar algodão.

«Acreditamos ser a única empresa a produzir fibras de viscose sem árvores a partir de resíduos e chegamos a um ponto em que a nossa tecnologia está a sair do laboratório para a fábrica. Assim que atingirmos esta escala maior, os produtores terão uma opção disponível amiga do ambiente», salienta o presidente-executivo da Nanollose.

Capacidade em expansão

«As marcas e empresas progressivas estão a começar a facilitar esta nova mudança ao envolverem-se mais profundamente na cadeia de aprovisionamento e procurar alternativas viáveis e sustentáveis a longo prazo. Isso é evidente no número crescente de pedidos de informação que recebemos nos últimos seis meses», acredita Wayne Best.


[©Nanollose]

Para assegurar que a Nanollose terá capacidade de fornecer futuros parceiros com qualidades comerciais da fibra, a empresa está a desenvolver uma cadeia de produção com um sistema à volta dos resíduos da indústria de coco da Indonésia, juntamente com fluxos de desperdícios de outras indústrias, e pretende aumentar significativamente a produção de fibras nos próximos três a seis meses.

«Somos uma empresa de tecnologia que também se tornou facilitadora de uma nova cadeia de aprovisionamento de matéria-prima. O objetivo é trabalhar com parceiros-chave que simplesmente irão usar resíduos, em vez de árvores, produzir a nossa fibra Nularbor e integrar facilmente a fibra na sua cadeia de aprovisionamento de vestuário sem precisar de alterar a maquinaria ou os processos existentes», resume o presidente-executivo.

Em junho, a Nanollose assinou um memorando de entendimento com a Inditex para ajudar a fornecer amostras de vários materiais para serem testadas e usadas em protótipos, com o objetivo de ter feedback comercial.

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