O Natal já não é mais o que foi. Pelo menos para os lojistas gaúchos que projetam recuo nas vendas pela primeira vez em cinco anos, o pior resultado desde o auge da crise internacional em 2009. O ritmo lento da economia e o dólar alto deixaram o Papai Noel com o bolso apertado, e a opção em 2014 foi por presentes mais baratos.
A Associação Gaúcha do Varejo (AGV) estima queda real (descontada a inflação) de 1,2% em 2014. Apesar do crescimento do número de mercadorias vendidas, o valor médio de cada produto levado diminuiu, afetando o faturamento do comércio. Ao todo, o varejo regional previa absorver R$ 6 bilhões dos R$ 10,1 bilhões que seriam injetados na economia do Estado com o pagamento do 13º salário.
– Foi o Natal da lembrancinha. A renda disponível para compras tem diminuído a cada ano – avalia Vilson Noer, presidente da AGV, que não vê impacto “além do comum” na oferta de empregos no curto prazo.
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL) tem uma projeção ainda mais pessimista: recuo de 2% nas vendas. De acordo com o presidente da CDL, Gustavo Schifino, o preço médio de compra foi de R$ 80.
Vitor Augusto Koch, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado (FCDL), porém, questiona as retrações. Com base em pesquisas com consumidores e comerciantes de grandes centros no Estado, estima avanço real de 2,8%.
– É impossível ter certeza do resultado do Natal apenas um dia depois. Um levantamento mais preciso leva pelo menos dois meses – ressalta Koch.
