Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Nike pressionada por fraca demanda norte-americana e excesso de stock

A Nike deverá apresentar previsões de lucro abaixo das estimativas de Wall Street, já que a demanda por produtos da gigante do sportswear por parte de atacadistas como Foot Locker e Hibbett está a diminuir nos Estados Unidos devido à inflação ainda elevada.

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Pelo menos sete analistas reduziram as suas previsões para o lucro por ação da Nike no ano de 2024 desde o início de junho e 10 reduziram as suas metas de preço para as ações da empresa antes dos resultados do quarto trimestre.

"Ao entrarmos no ano em curso...os pedidos do atacado parecem fracos neste momento", disse David Swartz, analista da Morningstar, acrescentando que o declínio nesses pedidos terá um impacto negativo na Nike.

Houve grandes reduções nos preços dos sneakers nos Estados Unidos, disse Jessica Ramirez, analista sénior da Jane Hali & Associates, acrescentando que o mercado americano está difícil e bastante volátil neste momento.

Em março, a Nike fez um alerta relativamente à pressão sobre o lucro no âmbito das suas tentativas de se livrar do excesso de stock recorrendo a grandes descontos. Ainda assim, a empresa colheu os benefícios da desastrosa separação da rival Adidas com o músico anteriormente conhecido como Kanye West no último trimestre, bem como da demanda pelos sneakers Jordan Retro e LeBron 20.

As vendas a clientes atacadistas, que representaram quase 58% da receita total da marca Nike no ano fiscal de 2022, têm diminuído à medida que os retalhistas reduzem os pedidos e se tornam mais prudentes devido à queda nos gastos discricionários entre os compradores.

Em maio, a retalhista Foot Locker, que divulgou o seu relacionamento "renovado" com a Nike, também notou uma queda nas vendas, principalmente nos sneakers orientados para a moda.

Analistas do Barclays disseram que a Nike poderá registar um "crescimento moderado e potencialmente negativo do canal de atacado" no quarto trimestre.

No entanto, os analistas esperam uma recuperação mais forte na China para compensar o impacto que teve nas vendas o declínio do apetite do consumidor por produtos de maior margem na região da América do Norte e ajudar a manter a sua liderança como a primeira marca de sportswear a nível mundial.