O mercado de têxteis médicos tem o potencial para ser uma das categorias em mais rápido crescimento dentro do sector dos têxteis técnicos entre 2018 e 2025. Mas o crescimento está a ser ameaçado por uma nova regulamentação europeia, mais restritiva, para dispositivos médicos, de acordo com um estudo da revista Technical Textile Markets, publicada pela Textiles Intelligence.
A nova regulamentação, conhecida como Regulação de Dispositivos Médicos, vai tornar-se obrigatória em 2020 e coloca uma ameaça às perspetivas de crescimento no sector dos têxteis médicos – sobretudo porque terá um enorme impacto ao nível da inovação e desenvolvimento do produto, sublinha a Textiles Intelligence.
A legislação foi aprovada pelo Parlamento Europeu com o objetivo de tornar mais rigorosos os critérios que os dispositivos médicos têm de cumprir, após dois casos de grande impacto mediático, nos quais os padrões de segurança do produto foram considerados inadequados e a saúde dos pacientes envolvidos foi severamente afetada.
Dobro do tempo
Sob a nova regulamentação, o tempo exigido para desenvolver um novo produto médico e colocá-lo no mercado pode ser duplicado em comparação com o tempo que demora atualmente a comercializar um artigo deste tipo, refere o estudo.
Os mais afetados pela entrada em vigor da nova legislação deverão ser as pequenas e médias empresas, indica a Textiles Intelligence. Contudo, todos os produtores, autoridades regulatórias e entidades envolvidas enfrentam a perspetiva de uma maior carga burocrática, escassez de recursos e falta de know-how disponível por parte dos especialistas.
O estudo indica que há três mercados que estão a experienciar um aumento da procura, nomeadamente os produtos implantáveis, os não-implantáveis e os artigos de saúde e higiene. Dentro destes mercados, a Textiles Intelligence recomenda que as empresas se centrem na investigação e desenvolvimento de produtos que têm o maior potencial de inovação – particularmente tecidos, nanocompósitos e materiais cujas propriedades podem mudar em resposta a estímulos. «As empresas que o fizerem ficarão numa forte posição para enfrentarem os desafios que a nova regulamentação coloca», conclui a Textiles Intelligence.
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