Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Paris, Milão Londres e Nova Iorque estão a ser ameaçadas por novas geografias. Rússia e Espanha são apenas dois dos novos mercados que começam a atrair as atenções de muitos “fashionistas” graças ao engenho e arte dos seus designers, que trazem uma lufada de ar fresco ao planeta Moda.  

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Novas rotas da moda

Longe das tradicionais capitais da moda, estão a desenvolver-se novos centros de moda, apoiados nos talentos locais. Rússia e Espanha são dois dos mercados em ascensão.

As novas linhas da Rússia
Segundo o estereótipo, os russos super-ricos estão sobretudo interessados em marcas internacionais – seja em propriedades, jornais ou equipas de futebol –, mas a moda começa a contar uma história diferente. A Mercedes-Benz Fashion Week Russia deste ano, que teve lugar no passado mês de março em Moscovo, confirmou que os designers do país estão a tentar cada vez mais desafiar a sua própria estética e os consumidores locais não se mostram indiferentes.

Alexander Shumsky, que fundou a Semana de Moda Russa em 2000 (a Mercedes tornou-se patrocinadora em 2011) afirma que há cinco anos atrás «seria bastante difícil dizer o que era a moda russa e, basicamente, ninguém a comprava». Agora, sustenta, está a emergir uma certa coesão estética.

Os desfiles deste ano variaram bastante em termos de tamanho e qualidade, mas os temas dominantes foram o escuro inverno da Rússia, os padrões étnicos e a vida selvagem coberta de neve.

Alena Akhmadullina é um dos nomes mais fortes na moda russa, vendendo tanto no mercado interno como nos EUA e França. Para o outono-inverno 2013 criou capas e casacos em pelo, pesados, malhas multicoloridas e vestidos cobertos por impressões de patas de lobos. Urate Gurauskaite, editora da edição russa da revista InStyle, descreveu o resultado como «estampados, cores e cortes fantásticos e uma devoção aos tradicionais contos de fadas russos».

Lilia Poustovit, que trabalhou na Europa Ocidental antes de regressar para desenvolver a «moda nacional» na Ucrânia, projetou uma feminilidade forte na passerelle, conjugando botas com vestidos longos e leves às pintas e padrões geométricos com estrelas na sua linha epónima – que também apresentou na Semana de Moda da Ucrânia, em Kiev. «É como uma estudante a ir à biblioteca», considera a consultora de moda Mariam Koberidze. «Romântica mas com uma forte personalidade», acrescenta.

Ria Keburia, uma jovem da Geórgia que vive e trabalha em Paris, abraçou o espiritualismo «pós-materialista» com chapéus com o estilo origami japonês. Em contrapartida, a sua conterrânea mais conhecida, Bessarion, apostou em modelos branco-lírio com capas pretas de camponeses, assim como fatos, casacos e saias em azul industrial e vermelho, numa coleção a lembrar tanto a vida no campo na Europa de Leste como o início do vanguardismo soviético.

A Fyodor Golan, a casa de moda sediada em Londres de Fyodor Podgorny e Golan Frydman, arrancou muitos aplausos pela combinação entre alfaiataria e fantasia. A cabeça de uma manequim estava rodeada pelo que parecia um círculo perfeitamente simétrico de borboletas azuis e flocos de nove. «A estética está a ser refinada, assim como a capacidade de produzir mais na Rússia, o que permite vender lado-a-lado com as grandes marcas europeias», advoga Polina Kitsenko, responsável de compras das lojas de moda Podium.

Contudo, nem Kitsenko nem a sua equipa sentem necessidade de visitar as semanas de moda locais, um sentimento partilhado pela imprensa do país. «As revistas em papel glacé ainda dão atenção sobretudo aos designers estrangeiros, embora se sinta um crescente interesse aqui», revela Gurauskaite. «Os designers russos têm agora 10% de espaço nas revistas», indica, destacando que é um valor importante, em comparação com praticamente 0% em 2009.

«As pessoas precisam de se associar e criar tendências mais distintas», defende Koberidze. «É a geração dos anos 90 que ainda comanda e compra: os que se tornaram muito ricos rapidamente, querem o exibicionismo melhor resumido por Versace com um grande logótipo. Mas há uma nova geração a caminho». E agora, terão algo novo para comprar.

Ascensão de Espanha
«Há tantas boas notícias nos últimos tempos», enfatiza Lucía Cordeiro, diretora-executiva da La Asociación de Creadores de Moda de España (ACME), sublinhando a estreia da marca Delpozo, sediada em Madrid, na Semana de Moda de Nova Iorque. «Marcou um ponto de viragem para a moda espanhola», sublinha Cordeiro.

Com efeito, embora nomes como Zara e Mango, a marca de calçado Camper e os nomes históricos Balenciaga e Paco Rabanne tenham grande notoriedade, há ainda poucas marcas espanholas de designer contemporâneas como  Agatha Ruiz de la Prada, Custo Barcelona ou Loewe.

Mas as coisas podem estar a mudar. Para além da Delpozo, há Emilio de la Morena, um designer de vestuário de senhora sediado em Londres cuja coleção para a primavera-verão apresentou saias em camadas e com folhos em vermelho, branco e preto.

Depois há o grupo Cortefiel, que nomeou recentemente a premiada designer espanhola Carmen March como diretora criativa da sua linha de gama mais alta, a Pedro del Hierro Madrid. O grupo é o segundo maior em Espanha, operando em 65 países, com 1.900 lojas e quatro marcas principais – Cortefiel (moda urbana para homem e senhora), Springfield (estilos jovens e casuais), Women’secret (lingerie) e Pedro del Hierro (moda contemporânea para mulher).

Há ainda Amaya Arzuaga, que propõe designs simples e assimétricos apreciados pelas estrelas pop Fergie e Lady Gaga e que estão à venda no Japão, Médio Oriente, Europa e EUA.

Segundo a Fashionfromspain.com, uma iniciativa do Icex, a agência de comércio e investimento do governo espanhol, a tendência mais significativa na moda espanhola é a sua expansão internacional. Em 2012, as exportações atingiram os 15,6 mil milhões de euros, graças em grande parte às marcas que abrem lojas no estrangeiro. Segundo o Icex, o sector da moda emprega diretamente 200 mil pessoas em Espanha e gera uma produção industrial que ultrapassa os 13,5 mil milhões de euros no mercado doméstico.

«Espanha costumava estar atrás de outros países», lembra a designer Agatha Ruiz de la Prada. «Isso mudou nos últimos 15 anos, com o investimento do governo nas semanas de moda e na promoção dos designers espanhóis», acrescenta. A própria Ruiz de la Prada tem agora lojas flagship em Paris, Milão, Nova Iorque, Madrid e Barcelona.

Custo Dalmau, a força criativa por detrás da Custo Barcelona, que foi lançada em 1981 e desfila em Nova Iorque desde 1997, acredita que isto é apenas o princípio. «Espanha é um país com muitos interesses culturais e a moda é um deles», realça. 
 http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/42700/xmview/...

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as marcas brasileira,não tem isentivo algum, cade a zoomp,fórum,para exportar pro mundo todo,mudarão a sua cara, e morreram na praia........

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