Nos tempos de globalização e do aumento do poder de compra nos países emergentes, sobretudo nos BRICS, o mercado de luxo em geral parece viver uma crise do próprio conceito de luxo. Com isso, empresas enfrentam o dilema exclusividade-democratização através de uma série de estratégias.
No artigo “Depois do desgaste, luxo busca novos caminhos” (Valor Empresas/Tendências e Consumo), Vanessa Friedman afirma que não é fácil compreender o luxo nos dias de hoje porque a expansão das marcas de alto padrão pelo mundo vai de encontro ao atributo mais básico do luxo: a exclusividade. Ora, expansão implica que mais pessoas irão consumir aquilo que antes era restrito a apenas um seleto grupo de consumidores de alguns poucos países.
De acordo com pesquisa das consultorias GFK e MCF, foi registrado, entre 2006 e 2010, um crescimento de 129% no mercado de luxo no Brasil (em dólares). Mesmo com o grande obstáculo da tributação excessiva no país, as empresas entrevistadas pretendem atingir outros mercados além do eixo Rio-São Paulo, como Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Belo Horizonte. Abrir novas lojas que vemos pipocarem nos shoppings e nas ruas pelo país afora é apenas uma das várias estratégias de expansão do luxo. Outra prática possível de crescimento desse mercado que vem ganhando força é, segundo a pesquisa da GFK/MCF, o uso de redes sociais para divulgação das marcas, aliado ao atendimento das lojas físicas em sintonia com essas tecnologias, causando altíssimo impacto entre os jovens.
Seja exclusivo ou acessível, parece o que o novo luxo está relacionado às novas exigências dos consumidores: menos opulência e mais simplicidade, aliada à qualidade de vida e à responsabilidade social das empresas.
Gláucio Saraiva é formado em Jornalismo e Publicidade e Propaganda pela PUC Minas. Tem 24 anos e adora as mulheres – intelectualmente.
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