“No Brasil, é fácil montar uma marca porque não existe muita concorrência. No entanto, sair do mundo da criação e conseguir se tornar um negócio rentável… É outra história, bem mais sofrida”, diz Rafael Varandas, fundador da Cotton Project – marca jovem ligada à cultura do skate com linguagem minimalista e descolada que integra o line-up do SPFW há duas temporadas.
Não é raro novos estilistas começarem a brilhar e logo serem devorados pelo mercado. Por isso, reunimos algumas dicas de iniciantes que estão crescendo a cada dia e têm chamado atenção do circuito fashion caso você também esteja pensando em se aventurar por lá.
Segundo Laurent Serafini, CEO do Freak Market – e-commerce com curadoria alternativa lançado em 2016 – o cliente brasileiro ainda é refém de marcas, logotipos e preços. “Nós temos que trabalhar com um público que ainda está aprendendo a vestir o que gosta. Acreditamos num novo modelo de negócio que engloba marcas independentes, nacionais, populares e que pensem em sustentabilidade”, sugere.
Rafael segue na mesma linha: “Por que alguém trocaria a segurança de estabilidade de uma etiqueta já consolidada por alguém que faz algo similar, só que com uma estrutura menos profissional? A autenticidade é o fator mais importante para um estilista que está começando”.
A autenticidade é o fator mais importante para um estilista que está começando
Rafael Varandas, da Cotton ProjectNão dá para montar uma marca de um dia para o outro. Amadurecer a ideia inicial leva tempo: a Cotton Project surgiu há dez anos na cabeça de Rafael. No entanto, ela só se tornou uma empresa de verdade há cinco. O mesmo aconteceu com a queridinha das fashionistas brasileiras Tanden, de Mila Menezes e Carlos Cardoso, experts em tornar o minimalismo mais romântico em moda festa.
“A parte burocrática é mais demorada e cansativa”, diz a designer. “Encontrar profissionais qualificados para trabalhar com a gente também. Mas, depois, tudo flui. No começo, nós tivemos que cortar e entretelar os tecidos, passar as roupas, pregar as etiquetas…”
Nós temos que trabalhar com um público que ainda está aprendendo a vestir o que gosta
Laurent Serafini, do Freak MarketFoi depois de uma ler uma resenha sobre seu desfile que a dupla por trás da Också – neolabel genderless que trabalha muito com fibras naturais, formas ... – decidiu colocar na passarela apenas o que vai estar na loja. “O resultado disso foi muito positivo. É preciso estar muito atento ao mercado e aos resultados de cada coleção”, contam Deisi Witz e Igor Bastos.
Para a Tanden, os seguidores no Instagram é quem dão o feedback. “Muitas das nossas clientes chegam até nós por amigas que as marcaram no nosso perfil”, explica. “São consumidoras mais curiosas que querem experimentar o novo”.
Uma coisa depende da outra. Para Rafael, o objetivo de qualquer marca é ter cada vez mais novos clientes. “Você precisa fazer boas associações. Mesmo que, a princípio, apenas um grupo pequeno conheça e goste do que você está fazendo. Se eles são influentes, você já tem uma alavancagem significativa”, analisa. Para Mila, divulgação e posicionamento são pilares importantes. “Nossas propostas têm que ser novas e interessantes para o consumidor, para a imprensa e para os formadores de opinião.” Não à toa, boa parte dessas grifes – mesmo que pequenas – já aparecem em semanas de moda importantes como o SPFW (Cotton Project) e a Också (Casa de Criadores).
Em comum, todos eles continuam com o mesmo fervor de quando começaram e estão sempre cheios de ideias e projetos novos. Se a Tanden pretende aumentar suas exportações e trabalhar com noivas, a Också quer abrir uma linha para a casa. “Precisamos explorar novos públicos e conquistar mais pessoas. Para fazer esses projetos acontecerem, o dinheiro precisa vir de algum lugar”, arremata Rafael, que em sua marca já firmou parcerias com nomes da músicas, como a hypada Festa Selvagem, a banca Aymoréco, a label de beachwear Haighte até o portal FFW.
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Por Pedro Camargo
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