Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Os bons preços do algodão no mercado interno e a tendência de alta verificada no exterior levam o produtor brasileiro a apostar suas fichas na cultura nesta safra 2013/2014. diz o primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). publicado no início de outubro. O Brasil, segundo o relatório, deve colher até 1,673 mil toneladas da pluma nesta temporada. Se a projeção se confirmar, será um crescimento de 28,3% em relação à safra passada.

No entanto, a rentabilidade não depende apenas de preço favorável. Segundo especialistas, o cotonicultor deve estar atento a fatores importantes como planejamento e uso racional de insumos e recursos. "Fazer um planejamento financeiro, com análise do fluxo de caixa, das oportunidades e dos custos de financiamento. Sem caixa garantido, o custo poderá aumentar", diz o consultor do Instituto Matogrossense do Algodão (IMAmt), Daniel José Pereira.

Marcus Lawder, gerente de produtos sementes de algodão da Bayer CropScience, reforça que a fazenda deve ser tratada como uma empresa, visando a uma gestão mais eficiente. "Usar ferramentas de TI modernas, contratar profissionais para cada área, ficar atento às tecnologias e implementá- Ias deforma correta."

Outro ponto importante citado pelos entrevistados é a capacitação dos profissionais que trabalham na fazenda. De acordo com Pereira, o funcionário treinado e motivado rende mais. Marcus Lawder, "0 produtor consegue me- CropScience lhorar muito sua eficiência se investir fortemente em capacitação profissional", concorda Lawder.

Para o plantio, Daniel José Pereira lembra que é preciso ter um solo corrigido e preparado adequadamente, aliado a técnicas de conservação como o plantio direto na palha. "É possível produzir mais, com custos menores, redução de insumos químicos e de impactos ambientais."

Insumos
Além da semeadura na época correta, observar a qualidade dos insumos é mais um ponto de atenção para o cotonicultor. A recomendação do consultor do IMAmt é "ter garantia do fornecimento de sementes, fertilizantes e agroquímicos no prazo e qualidade adequados".

A biotecnologia deve ser usada de forma "consciente", lembra Pereira. Segundo ele, é importante a atenção com procedimentos como refúgio (porcentagem de sementes convencionais plantadas para evitar que as pragas criem resistência aos trans-gênicos). A recomendação é uma faixa de refúgio a cada 800 metros. Observar o vazio sanitário e o calendário de plantio também ajuda a "preservar as variedades geneticamente modificadas disponíveis no mercado."

"0 controle químico deve ser apenas mais uma ferramenta de controle, e não a única ou a principal", diz Daniel Pereira. Na avaliação do consultor. o manejo adequado da lavoura de algodão deve incluir o uso de defensivos menos agressivos aos inimigos naturais das pragas, fundamentais para a execução do chamado manejo integrado de pragas (MIP).

A sustentabilidade deve estar sempre presente, lembra Marcus Lawder, da Bayer CropScience, principalmente no uso eficiente dos recursos naturais. "É necessário utilizar a água corretamente e em equipamentos de irrigação que aumentem a eficiência gastando menos. Também focar no solo, fazendo boa calagem, gessagem, cobertura de matéria orgânica e adubações corretas."

0 uso de reguladores de crescimento deve ser feito de acordo com a cultivar, explica o consultor do IMAmt. Segundo ele. variedades de ciclo mais precoce tendem a crescer menos que as de ciclo mais longo. "Se a planta crescer demasiadamente, haverá perda de produção". Sobre desfolhantes e maturadores, o alerta dele é para o uso no tempo correto, sob risco de perda de qualidade e quantidade na produção.

Na fase da colheita e pós-colhei-ta, os especialistas destacam a importância da regulagem dos equipamentos, além do trabalho no tempo adequado. "Regulagem mal feita de máquinas, bem como a correria na hora da colheita, pode colocar em risco boa parte do lucro", diz Marcus Lawder, explicando que o maquinário adequado ajuda a melhorar a "logística" do campo ao escoamento.

"O atraso na colheita, além da possível queda de capulhos, causará perda de peso e diminuição da qualidade da fibra por causa da longa exposição da pluma à poeira", alerta o consultor do IMAmt Daniel Pereira.

Fonte: Revista Globo Rural

Exibições: 322

Responder esta

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço