Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Na véspera da Copenhagen Fashion Summit, a entidade organizadora Global Fashion Agenda e o Boston Consulting Group divulgaram um relatório que avaliou a performance da indústria em todas as questões relacionadas com a sustentabilidade. E a nota não foi positiva.

Este ano, o programa da cimeira sofreu algumas alterações a fim de, segundo a organização, «transformar o evento num fórum mais interativo que incitasse à ação e à inovação». O programa incluiu mais debates, nos quais os líderes e as mentes inovadoras partilharam a sua visão sobre negócios e novas soluções para os desafios enfrentados pela indústria da moda. O Solutions Lab, uma das estreias da cimeira de 2017, apresentou-se como espaço de exposição para algumas das mais recentes e mais inovadoras soluções que podem ajudar a resolver as questões de sustentabilidade mais urgentes de algumas empresas.

Como temas centrais, a Copenhagen Fashion Summit explorou o design circular, as inovações tecnológicas, o envolvimento do cliente e a transparência na cadeia de aprovisionamento.

O que diz o relatório?

No relatório “Pulse of the Fashion Industry”, a Global Fashion Agenda, em colaboração com o Boston Consulting Group, fez uma avaliação aprofundada do desempenho ambiental e social da indústria da moda. Com base no The Higg Index – Sustainable Apparel Coalition e num inquérito a mais de 90 executivos responsáveis por questões de sustentabilidade, o documento avaliou as empresas considerando o seu tamanho, região e tipologia, entre outros critérios.

Segundo o “Pulse of the Fashion Industry”, a moda e a sustentabilidade ainda não caminham lado a lado e a indústria como um todo foi avaliada com 32 pontos de 100, indicando uma grande oportunidade de melhoria.

De acordo com os resultados, o tamanho da empresa correlaciona-se com uma melhor pontuação. A maioria das grandes marcas de moda mostra progresso, mas a grande massa de pequenas e médias empresas, que representam cerca de metade do mercado, fez pouco para reduzir o seu impacto.

Por geografia, as marcas europeias têm melhor pontuação nas dimensões ambientais, enquanto as suas homólogas americanas revelam-se mais propensas a adotar melhores práticas sociais. Considerando a propriedade, as empresas familiares registaram melhor desempenho nestas questões, enquanto a maioria das empresas públicas tende a maximizar o valor a curto prazo para os acionistas.

O futuro é sombrio, a menos que a indústria tome uma ação coletiva. Considerando as atuais tendências de crescimento da população e do PIB, a Global Fashion Agenda e o Boston Consulting Group esperam que o consumo global de vestuário e calçado passe de 62 milhões de toneladas para 102 milhões de toneladas em 2030 – o equivalente a 500 mil milhões de t-shirts.

Na última década, a indústria da moda tem sido um motor do desenvolvimento e fez avanços em matérias de sustentabilidade. A consciencialização está a crescer e as empresas procuram otimizar os modelos de negócio para limitar o seu impacto negativo. Porém, analisando as trajetórias atuais da produção e do consumo, as pressões sobre os recursos naturais e os direitos humanos tenderão a intensificar-se, ao ponto de ameaçarem o próprio crescimento da indústria.

Não obstante, o Global Fashion Agenda e o Boston Consulting Group estimam que a economia mundial poderá arrecadar até 160 mil milhões de dólares anualmente se a indústria da moda resolver estas questões ambientais e sociais com sucesso.

https://www.portugaltextil.com/o-calcanhar-de-aquiles-da-moda/

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