Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Lea Michelle e Gwyneth Paltrow: formas reveladas sob as transparências. (Fotos:Getty Images)

A internet mudou para sempre a nossa relação com a moda. Desde a sua popularização, no início dos anos 2000, surgiu uma infinidade de blogs de moda com uma única proposta: mostrar os looks da pessoa. Ideia simples, mas que virou negócio: muitas blogueiras tornaram-se celebridades no “mundinho fashion” – ainda que algumas vivam de fazer “cara de paisagem” e a gente quase nunca ouça a voz (e nem o que tem para dizer).

Não sei explicar se nos enfadamos dos looks do dia ou se caímos na real que a maioria das combinações exibidas nos blogs e redes sociais dificilmente vão parar no nosso guarda-roupa. Só sei que trocamos as blogueiras de roupas pelas sem roupas.

Desde a década de 80, época em Jane Fonda era rainha da aeróbica (quem se lembra?), não víamos um culto ao corpo tão forte. Corpos esculpidos a muita malhação, “whey protein” e suco verde se propagam no Instagram e arrebatam uma multidão de fãs. Muitas blogueiras de moda já partiram para o “Instafit”, onde trocam quilos a menos por dinheiro: um post com indicação de produtos que elas “dizem” que consomem pode chegar a seis mil reais, segundo apuração da revista Veja. As aspas no dizem é porque tenho dúvidas: já vi muita blogueira de moda endossar produtos que era óbvio que não fazia parte do seu closet.

Como a moda reflete seu tempo o que vemos nas passarelas e vitrines não poderia ser diferente: transparências a torto e a direito, ora em recortes, faixas e, para as mais ousadas, até em look total. O corpo em evidência. Um corpo com menos de 10% de gordura e barriga negativa tem sido mais cobiçado do que as últimas criações de Chanel.

Desfiles de Alexandre Herchcovitch e Lino Villaventura no último SPFW: transparência em alta. (Fotos: Divulgaç …

Seria o corpo a nova roupa e a “magreza musculosa” o status da grife? Torço para que esse seja um modismo dos mais ligeiros. Porque a moda não se democratizou tanto com a internet para, nessa mesma rede, cair numa escravidão de um padrão de beleza cada vez mais inalcançável. Se o corpo está na moda que haja beleza nas mais diferentes formas,a exemplo das roupas que, se forem iguais, tornam-se uniformes e perdem a graça.

http://br.mulher.yahoo.com/blogs/ta-na-moda/o-corpo-%C3%A9-nova-rou...

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Respostas a este tópico

A moda é capaz de vender vulgaridade por elegância.

A pele sempre foi e sempre será a "original padronagem"

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