Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
O jeito de fazer moda, ou melhor, de participar de qualquer atividade econômica atualmente, pede responsabilidade social, com o meio ambiente e com o jeito de gerir a empresa. Entenda como aplicar boas práticas desde cedo.
Transparência e responsabilidade tornaram-se tão importantes no mundo do empreendedorismo que existe até uma maneira de medir o quanto uma empresa mostra envolvimento com esses fatores. A métrica ESG é a sigla para environmental, social and governance, ou ASG em Português: ambiental, social e governança. Apesar de ter sido criado há quase duas décadas, o termo ganhou força e popularidade só nos últimos anos, quando as notícias sobre o aquecimento global e a necessidade de reduzir o uso do plástico também passaram a ser consideradas pautas urgentes.
O ESG vem sendo adotado por grandes companhias, o que geralmente implica em transformações profundas. E o que elas precisam fazer para se provarem responsáveis? No quesito ambiental, conta pontos quando, entre outras ações, reduzem o uso de plástico e da pegada de carbono, ou descartam resíduos corretamente. No âmbito social, devem garantir a diversidade e a inclusão; respeitar os direitos humanos e os direitos do consumidor; combater os maus tratos em animais. No que diz respeito à governança, devem administrar a empresa preocupando-se em estabelecer relações justas e boas condições de trabalho, investindo em capital humano.
Há motivos para adotar essa agenda com urgência. Os consumidores, cada vez mais bem informados, estão de olho nas questões de sustentabilidade e vêm procurando fazer melhores escolhas. Segundo uma pesquisa mundial do Instituto Ipsos revelada em abril e incluindo participantes brasileiros, 7 entre cada 10 pessoas (69%) afirmam entender quais ações precisam tomar para desempenhar seu papel no combate às mudanças climáticas. De acordo com uma outra pesquisa mais recente, feita pela McKinsey, o público já está mapeado: as mulheres, a geração Z e as pessoas mais ricas são as que mais se preocupam com o assunto.
"Quando falamos em ESG, estamos olhando para os riscos de impacto. Essa agenda é de longo prazo e deve constar já no plano de negócio, mesmo em empresas pequenas", diz Vanessa Pinsky, consultora e especialista em sustentabilidade, inovação e ESG. O cuidado com esses três pilares traz resultados econômicos: empresas com alta pontuação ESG são mais respeitadas, têm mais sucesso financeiro e, consequentemente, adquirem muito mais valor para o mercado. Em uma concorrência, por exemplo, terão preferência.
Você pode se perguntar o que um estilista ou empreendedor novato de moda, mesmo um que vá abrir um ateliê na sala de casa ou uma lojinha de roupas usadas no Instagram, tem a ver com tudo isso. Bem, tem bastante, pois é possível fazer a diferença mesmo quando se trabalha com um produto de nicho específico e um material de origem animal como o couro.
Dona de uma marca de botinas de couro há seis anos, Luiza Navarro aplica conceitos de sustentabilidade desde a origem da produção – fazendo o rastreamento dos fornecedores do material – até o pós-venda – ensinando como cuidar do calçado para que ele dure mais tempo. De fato, o couro é um material bastante resistente, além de ser abundante no País. Escrito em letras garrafais no site da marca, a João de Barro Botinas, as frases "cuide mais - compre menos - faça durar" incentivam o consumo consciente, além de incluir o cliente na parte de responsabilidade que lhe cabe. "Muita gente fala em couro vegano hoje em dia, mas ele não é sinônimo de material sustentável, principalmente se o descarte não for feito corretamente", explica Luiza – que também criou uma linha vegana para atender a essa demanda dos clientes.
Não é novidade dizer que a moda é um setor pouco amigável com a natureza. Há agrotóxicos na plantação de algodão, os microplásticos presentes em tecidos sintéticos poluem o meio ambiente, o uso excessivo de água é um problema para, por exemplo, a confecção do jeans – e a lista continua, saindo do meio ambiente e entrando na seara dos direitos humanos, vide os escândalos que envolvem confecções que usam trabalho infantil ou análogo à escravidão. "Não olhar para essas questões pode custar a reputação da marca", alerta Vanessa Pinksy. Por todos esses motivos, vale começar desde cedo. Mas nunca é tarde para fazer a coisa certa.
Em 2015, dez anos depois de ter fundado o Moeê Atelier, em São Paulo, Daniela Teixeira promoveu uma grande virada na sua marca de roupas ao optar por trabalhar só com tecidos de fibras naturais, como o linho. Outras ações foram introduzidas ao longo desse tempo: comprar apenas de fornecedores brasileiros, preferencialmente no mesmo Estado, e adotar o Selo Eu Reciclo, que garante a reciclagem de embalagens correspondente ao que a marca consome. "As clientes dão cada vez mais valor a esse posicionamento e se sentem mais seguras com a compra", conta Daniela, que ainda deixa uma dica de ouro: "Se fosse começar em 2021, teria outra percepção. É mais fácil fazer do jeito certo antes, do que quebrar padrões depois". Fica a dica.
Preparamos uma lista de boas práticas ESG que podem ser implementadas em qualquer empresa, mesmo as iniciantes. Vale divulgar as ações nas redes sociais da empresa, como forma de inspirar e educar clientes e mercado.
Um dos propósitos da plataforma Santander + ELLE Consulting é jogar luz sobre o empreendedorismo de moda, inspirando e orientando quem sonha em começar um novo negócio, ou já tem um plano em andamento e precisa de suporte para prosperar.
O Santander Brasil é o Banco da Moda porque investe no desenvolvimento e na democratização de soluções financeiras para apoiar o segmento, um dos maiores empregadores do país. O Banco atua na realização dos negócios em toda a cadeia produtiva, desde costureiras, designers e estilistas, até as grandes marcas da indústria e comércios de vendas de roupas, calçados e acessórios como mostramos no #Movimento. As ações em relação à Moda e os patrocínios evidenciam, ainda, valores fundamentais para a instituição, como inclusão, diversidade, sustentabilidade e também empreendedorismo como nos cursos do Santander + ELLE Consulting.
A segunda edição do projeto traz uma série de três masterclasses exclusivas, com nomes fortes do mercado. Dominique Oliver (CEO da Amaro) vai falar de estratégias centradas no consumidor e expansão de negócios. A estilista Flavia Aranha retoma sua trajetória para ensinar como criar um ecossistema de impacto positivo na moda. O consultor de negócios Felipe Albuquerque (Santander) mostra as oportunidades do universo digital ao empreendedorismo. Além dos cursos completos, há três palestras gratuitas programadas e reportagens sobre o tema aqui no site da ELLE.
https://elle.com.br/moda/o-esg-esta-na-moda-e-nao-e-modismo
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