Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

O Maximalismo da Estamparia Digital

A estamparia digital de Mary Katrantzou.

A moda viveu algum tempo sob a preponderância inquestionável do minimalismo. Pouco a pouco, porém, um efeito conquistou espaço importante no desenvolvimento das roupas: a estamparia. Basta uma olhada nas coleções mais recentes para confirmar que as estampas alcançaram um novo patamar no mundo fashion – e, mais do que meros detalhes, tornaram-se protagonistas de qualquer produção.

A tecnologia está por trás desse novo status da estamparia. A partir de ferramentas digitais, é possível imprimir qualquer imagem, assim como ampliá-la e transformá-la de inúmeras maneiras – reforçando a importância da superfície nas peças. Os precursores dessa dinâmica, para Suzy Menkes, foram os estampistas dos lenços de Hermès e Versace, que apontaram para uma nova era digital nas estampas.

Quem abusa desse recurso é a estilista grega Mary Katrantzou: “a estampa digital sempre foi muito mal vista no meio acadêmico, que só considera a serigrafia como maneira legítima de trabalhar imagens em tecido. Só que eu fui me interessando cada vez mais pelo Photoshop e terminei desenvolvendo sozinha essa habilidade. No método tradicional, você consegue trabalhar com seis a oito cores, no máximo, em cada estampa. Já digitalmente cada cor ganha milhares de gradações diferentes”, afirmou em entrevista publicada na última Vogue Brasil.

Coleção SS/12 de Peter Pilotto, em Londres.

O processo, que ainda tem um resultado final mais caro, diferencia-se do tradicional pois a estampa é impressa diretamente sobre o tecido. Isso significa a possibilidade de muitas variações para uma mesma coleção – e das clássicas bolinhas às imagens que reproduzem obras de arte, tudo é permitido. A ideia é chegar ao resultado que transforma a estamparia no charme definitivo das peças atuais.