Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Portugal - O mercado de artigos segunda mão está a crescer a olhos vistos no Facebook

As dificuldades financeiras que se fizeram sentir nos últimos anos deram um novo impulso ao mercado de artigos em segunda mão. O preconceito em relação a este tipo de produtos está a esmorecer e o negócio está a ganhar terreno não só em espaços físicos mas também na internet, nomeadamente a partir das redes sociais.

Já há muito que o Facebook deixou de ser apenas um espaço de interacção social, para passar a ser também um meio onde se fazem negócios. O número de grupos destinados à compra, venda e troca de artigos em segunda mão, bem como de pessoas particulares a dedicar-se a esta actividade tem aumentado nos últimos tempos nesta rede social. Uns dedicam-se à venda de roupa, calçado e acessórios que já não usam. Outros optam por fazer dinheiro com os dispositivos electrónicos ou instrumentos musicais em que perderam o interesse. A oferta é vasta e para todos os gostos.

Os vendedores entram neste negócio muitas vezes motivados pelo excesso de coisas que têm no armário, encontrando assim uma forma de ganhar dinheiro e de incentivar outras pessoas a fazer o mesmo. Há quem o faça por passatempo, mas também há aqueles que o fazem por necessidade, porque vêem na venda em segunda mão uma solução para os seus problemas económicos.

Marisa Espada é uma destas pessoas. A gestora de marketing conta que sempre teve muita roupa em casa e que acabava por entregá-la a amigos ou a instituições. No entanto, quando percebeu “que havia muitas pessoas a criar páginas no Facebook para vender roupa pensou numa maneira simples de juntar tudo isso para que não estivesse tudo disperso em sites”, explica. E assim surgiu o conceito do Mycloset.pt, “uma rede social onde as pessoas criam um álbum e inserem as suas roupas para oferecer, trocar ou vender”.

A ideia nasceu há dois anos, em 2012, em associação com um amigo – Pedro Miranda, engenheiro informático. Agora, 11.500 gostos depois, o que começou como um simples passatempo acabou por ter uma “resposta inesperada”, refere Marisa Espada. Segundo a gestora, cerca de dez mil pessoas publicaram artigos no grupo do Facebook. O facto de terem muitas visitas por dia fez com que a página tenha tido problemas, o que levou os dois sócios a pensar em remodelá-la.

No entanto, para esse fim, era necessário um investimento financeiro e os fundadores do Mycloset.pt não estavam preparados para avançar. Marisa Espada mudou-se para a capital britânica, onde procura novos apoios para o projecto, enquanto trabalha numa empresa de marketing. “Já tive contactos de pessoas aqui em Londres interessadas em ajudar a desenvolver a ideia e a aplicá-la até fora de Portugal”, garante a gestora.

O único retorno financeiro que têm é a angariação de publicidade, já que, desde o início, os dois sócios tinham como objectivo “não interferir no negócio dos utilizadores”, explica Marisa Espada. Apesar de não ter cedido números concretos sobre o valor que conseguiram amealhar até agora, a administradora do Mycloset.pt referiu que o projecto era lucrativo porque gerava “bastante tráfego”.

Perto de 90% das utilizadoras do grupo são mulheres. No que diz respeito a idades, Marisa Espada explica que vão “desde os adolescentes entre os doze e os treze anos, até pessoas mais velhas”. As motivações são várias: “No caso das adolescentes, o principal motivo é mesmo a vontade de renovar o guarda-roupa e de adquirir novas peças a preços baixos”. Por outro lado, também há casos de pessoas em “dificuldades económicas”. Em média, o preço mínimo dos produtos varia entre 0,50 e 1 euro.

http://lifestyle.publico.pt/artigos/337976_o-mercado-de-artigos-seg...

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