Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

O movimento que luta por uma indústria da moda mais sustentável

Batizada como Malha, iniciativa une coworking, incubadora e até consultoria para grandes empresas.

 

Galpão da Malha, em São Cristóvão, no Rio (Foto: Divulgação)

A indústria da moda mudou. Foi-se o tempo em que os consumidores não se preocupavam com a origem das peças tampouco com o propósito das empresas. As companhias que não estiverem atentas às mudanças pelas quais passa o varejo podem não ter vez em um futuro próximo. Diante deste mercado em transformação, um movimento sediado em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, tem não só ajudado gigantes do setor a se adaptarem, mas também dado uma força a empreendedores novatos.

Batizada como Malha, a iniciativa une coworking, incubadora e até consultoria para grandes empresas em um só espaço. Um grande espaço. Trata-se de um galpão industrial de 3.500 m². O objetivo é fomentar o ecossistema de uma nova moda, em que o modo de pensar, produzir e se expressar seja mais colaborativo, justo e sustentável.

Para isso, o movimento reutilizou 42 containers a fim de criar lugares destinados a escritórios e lojas de marcas iniciantes. Hoje, abriga mais de 60 marcas e empreendedores no espaço. Além dos escritórios, há maquinário para produção, um estúdio fotográfico e a escola da Malha, com cursos, workshops e palestras. "Queríamos que fosse um espaço aberto, democrático e acessível", diz Herman Bessler, cofundador da iniciativa.

Essa ideia surgiu da união de diversas forças e formações variadas. Parte dos cofundadores da Malha têm larga experiência na indústria da moda e outra em empreendedorismo. O projeto surgiu a partir de conversas no jardim do Templo, um espaço de coworking criativo do Rio. Eles decidiram apostar na ideia de Herman Bessler e Letícia Magalhães, sócios do Templo; Renata Abranchs, criadora do site RIOetc; do escritor e professor André Carvalhal e do apresentador e estilista Caio Braz. O pré-lançamento ocorreu em janeiro de 2016, mas as portas só abriram de vez seis meses depois.

Boa parte do trabalho do movimento envolve catequizar grandes empresas. É daqui que vem a maior parcela do faturamento do negócio. Mas Bessler nega que a Malha seja uma consultoria. "O que a gente faz não é entregar um relatório de inteligência. Sempre botamos a mão na massa para executar o projeto junto com a empresa", diz ele. "Ajudamos grandes companhias a trabalhar com o futuro do consumo, um consumo mais sustentável. Tentamos descobrir como trabalhar junto com essa marca para repensar a forma de fazer. Trabalhamos desde incubações patrocinadas até soluções estratégicas." A varejista C&A, por exemplo, está no grupo de clientes.

Galpão da Malha, em São Cristóvão, no Rio (Foto: Divulgação)

A Malha surge em um momento crítico para o setor. "Estamos vivendo um movimento de transição na moda muito profundo", diz Bessler. "Sabemos que o modelo de hiperconsumo, crédito e propaganda não se sustenta por muito tempo. Não só porque o nosso planeta já não aguenta isso, mas também porque o consumidor está mudando. Ele quer saber mais sobre quem fez aquilo que ele usa, a origem dos materiais e a justiça social envolvida em todo o processo. E quer consumir menos, mas com mais significado."

Segundo Bessler, o galpão também realiza eventos gratuitos com frequência. Neste sábado (14/10), por exemplo, promove em parceria com a marca de relógios Touch o evento "Transforme-se". No dia, as redondezas do espaço vão receber uma série de intervenções artísticas. Além disso, o próprio galpão contará com bate-papos, música e diversas atividades relacionadas à moda, incluindo uma oficina de crochê e a construção de uma horta vertical.

Galpão da Malha, em São Cristóvão, no Rio (Foto: Divulgação)

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