Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

De um símbolo do poder a uma declaração de moda, as gravatas em todas as suas formas e feitios estão em destaque numa nova exposição dedicada no Museu Nacional Suíço, patente até ao dia 18 de janeiro.
 

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O poder da moda

As gravatas podem dizer muito sobre o seu utilizador, seja um veterano britânico, o ex-aluno de uma universidade ou candidatos presidenciais americanos - vermelho para os republicanos, azul para os democratas. Os códigos subtis das gravatas, em vários pontos da história, são apresentados passo a passo aos visitantes do museu em Zurique.

«O conceito da exposição é mostrar as diferentes facetas e contextos da gravata e também que esta teve significados diferentes dependendo da época», refere a co-curadora Joya Indermuehle à AFP.

Gravatas de vários tipos foram desde há muito utilizadas como um símbolo de estatuto social e político. As gravatas surgiram no século XVII, quando os aristocratas franceses adotaram originalmente um simples lenço usado pelos soldados da Croácia.

Entre os tesouros em exposição em Zurique encontra-se uma gravata longa de laço usada por Christian VII, rei da Dinamarca e Noruega, na sua coroação em 1767. Da história mais recente encontra-se uma gravata oferecida ao presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, em 1979, pelo artista americano Jeffrey Vallance. O projeto “Cultural Ties” de Vallance envolveu o envio de gravatas a uma série de chefes de Estado, pedindo-lhes para oferecer outra em troca.

Para além de monarcas e políticos, a exposição também destaca as gravatas no mundo da arte, incluindo as de ícones como Andy Warhol, ou do movimento punk. A exposição inclui também a gravata ostentada pela atriz alemã Marlene Dietrich, num sinal do carater andrógeno rebelde da cena cinematográfica passada num cabaré pós-Primeira Guerra Mundial em Berlim.

Uma parte da exposição é dedicada às gravatas para mulheres. «Queríamos mostrar que havia contextos provavelmente não tanto conhecidos, como por exemplo, as gravatas para mulher no século XVII», explica Joya Indermuehle. As gravatas tornaram-se uma marca do desafio feminino ao domínio masculino do século XIX em diante. «Tornou-se uma declaração mais tarde, quando George Sand ou Colette começaram a usá-la como um símbolo de emancipação», acrescenta. Apesar disso, as gravatas mantiveram-se em grande parte uma indumentária masculina.

Zurique é o local apropriado para a exposição, na medida em que os tecidos de qualidade para gravatas alimentaram a prosperidade desta cidade, agora mais conhecida pelos seus bancos. Centros industriais rivais incluíam Como em Itália e Krefeld na Alemanha. A Grã-Bretanha foi o principal mercado de exportação de Zurique do século XIX, acrescendo os Estados Unidos e o Japão, no século XX.

No entanto, o sector era vulnerável às mudanças económicas, observa o historiador Alexis Schwarzenbach, que está a investigar a indústria da seda em Zurique. «A desvalorização do dólar em 1970 eliminou praticamente o mercado americano», acrescentou. Os exportadores suíços também enfrentaram a crescente concorrência dos produtores asiáticos, assim como a maior informalidade do código de vestuário masculino, e o sector desapareceu lentamente.

Com as gravatas a não serem consideradas essenciais em muitos círculos, estas tornaram-se uma forma de personalização do estilo masculino.

«A utilização da gravata perdeu o seu lado obrigatório e regressou através da moda», afirma Isabelle Lartigue, diretora de moda masculina na Peclers. Nas passerelles, as gravatas estão este ano a enfrentar a dura concorrência dos lenços, embora as de estilo retro de malha com pontas quadradas estejam de volta, explica. Na moda italiana, a tendência atual é das gravatas em «estilo quase teatral», acrescenta Lartigue, enquanto os designers americanos estão a optar por gravatas que correspondem à cor da camisa.
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  A utilização da gravata perdeu o seu lado obrigatório e regressou através da moda», afirma Isabelle Lartigue, diretora de moda masculina na Peclers.

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