Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

O guarda-roupa da saga de ficção científica Star Wars, que reúne fãs por todo o mundo e de várias gerações, está em exposição em Nova Iorque, destacando o poder dos trajes na narração de uma história e compreensão dos personagens.

Independentemente da forma como encaramos a nudez nos filmes, percorrer a nova exposição no Discovery Times Square (Nova Iorque) conduzirá certamente a uma conclusão: um ator nu é uma oportunidade desperdiçada. O guarda-roupa adequado, na situação certa, pode ser tão importante enquanto dispositivo contador de histórias como qualquer diálogo ou efeitos especiais. Pode tornar-se, essencialmente, um personagem em si mesmo.

Esta lição é dada pela exposição “Star Wars and the Power of Costume” (Star Wars e o Poder do Traje), que foi inaugurada no último sábado, em antecipação à estreia do novo filme da saga Star Wars. Está repleta de trajes da franquia de filmes – os originais utilizados nos filmes, e não recriações, o que, por si só, será especialmente emocionante para os admiradores da saga.

Porém, a proximidade a estes artigos, alusivos a um dos maiores filmes de ficção científica de todos os tempos, é apenas uma parte do que a exposição tem a oferecer. A mostra convida à reflexão sobre os fatores que fizeram de Luke Skywalker, Han Solo, Princesa Leia, Darth Vader, Padmé Amidala e até mesmo os personagens menores, tão duradouros. Foi, em parte, o que eles vestiram. Imagine, por momentos, os personagens vestidos com roupas comuns. Não seriam, de todo, os mesmos filmes.

A exposição recorre, essencialmente, a manequins sem rosto, ao invés de figuras de cera semelhantes aos atores que deram corpo a estes personagens, uma escolha sábia que permite apreciar o poder do guarda-roupa. Calcorrear as galerias é como entrar numa sala cheia de velhos amigos.

A mostra, que estará patente até 5 de setembro de 2016, resulta de um trabalho conjunto entre o Lucas Museum of Narrative Art, o Lucasfilm e o Smithsonian Institution Traveling Exhibition Service, sendo percetível a perspetiva curativa conferida à exposição. As imagens e textos de apoio exploram o historial dos trajes. As influências nazis nas roupas do Império do Mal são particularmente óbvias, mas George Lucas e os seus designers também se inspiraram nos trajes usados ​​pelos astronautas do Mercury, motivos Wild West e muitos outros aspetos no guarda-roupa dos seus guerreiros.

Quanto ao biquíni usado por Leia, uma fotografia de Yvonne De Carlo, da década de 1940, mostra um pouco da sua herança. As semelhanças entre o C-3PO – os robots são, também, trajes – e a personagem Maria, do filme alemão Metrópolis de Fritz Lang, datado de 1927, são também aqui evidenciadas.

Os trajes permitem definir os personagens, orientando os telespectadores na sua compreensão. E, no contexto de uma saga extensiva como Star Wars, permitem também definir a forma como os personagens mudam. Os figurinos de Anakin Skywalker tornaram-se mais escuros, acompanhando a transformação sombria do próprio personagem. Numa galeria especial estão expostos os vestidos usados por Padmé, mas também as suas roupas usadas em cenas de ação. Uma instalação, “Devolving Palpatine”, percorre o caminho seguido pelas personagens rumo à encarnação do mal, através dos seus trajes.

Uma exposição habitual sobre a saga Star Wars deve definir, antecipadamente, se pretende direcionar-se aos fãs ou ao público em geral. Aqui, ambos são considerados. Os generalistas poderão admirar mais de 70 trajes e descobrir algumas surpresas – por exemplo, que o R2-D2, por vezes, incluía um ator humano dentro do fato, chamado Kenny Baker, como se torna evidente após um exame minucioso do traje em exposição. Os fãs mais acérrimos poderão consultar os primeiros esboços traçados para alguns personagens, perseguindo a transformação fascinante, operada desde o conceito inicial até à conclusão do traje.

Todos os visitantes irão deparar-se com duas surpresas. Primeiramente, e depois de palmilharem as galerias repletas de artigos alusivos aos seis primeiros filmes, os visitantes acedem a uma sala final, com trajes do novo filme, “The Force Awakens”, encerrando a visita com um truque visual divertido: posicionado diante de um espelho, o visitante poderá ver um personagem da saga que acompanha os seus próprios movimentos. Num determinado momento, um sabre de luz aparecerá na mão do visitante. O mais difícil será abandonar a exposição.

 


FONTETHE NEW YORK TIMES

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