Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

O posicionamento da indústria confeccionista do Brasil para o mundo


 

A era da informação permite ao mundo acelerar seus fatores de globalização. A velocidade com que as informações trafegam hoje no planeta gera uma simultaneidade de visualizações. O que acontece agora do outro lado do mundo é visualizado online do lado de cá. Nossos maiores concorrentes não estão mais dentro de regiões, municípios ou estados, e sim mais longe do que pensamos. Não fisicamente, pois, desde que o homem descobriu diversas formas de transitar pelo mundo, as fronteiras são somente geopolíticas.

O Brasil, um dos maiores mercados consumidores de confeccionados e moda do planeta, quarto colocado no ranking mundial do segmento, passa por um momento que não pode mais ser considerado peculiar. Em relatório, a Abit informa o aumento da importação de confeccionados acabados em 23 vezes entre 2003 e 2013. Já o consumo entre 2000 e 2012 cresceu aproximadamente 20%. Então, qual a razão dessa má conjuntura no setor? Assim como outros setores, a concorrência mercadológica mudou seu perfil. A formação de preço depende da soma de uma série de fatores, como custos gerais e de investimento inicial, posicionamento da marca no mercado, entre outros.

Comumente, a maior é vilã é a sobretaxação. Mas, independentemente dos impostos, quais seriam outras ações que poderiam ser tomadas para obter um custo mais adequado e um melhor enfrentamento de concorrências distantes fisicamente de nosso país e que facilmente ganham da nossa indústria?

Assim como o custo dos produtos acabados importados é muito baixo, o custo de importação de máquinas e equipamentos também caiu nos últimos 20 anos e vem formando um novo perfil de indústria, pulverizado por meio de micros e pequenas empresas em plena reestruturação de sua cadeia de negócios. Resume-se pelo grande poder empreendedor do brasileiro, que descobriu o acesso ao crédito e a redução do investimento inicial para a abertura de uma empresa. Mas quantos milhares de empreendedores tomaram essa atitude nos últimos 20 anos, de que forma e com que preparo?

A informação adequada em todos os níveis hierárquicos dessas pequenas e microempresas prepararia melhor nossa indústria interna por meio de um reposicionamento ou mudança de perfil na formação dos custos. Melhores aproveitamentos ou preparo acadêmico da gestão até os níveis operacionais seriam uma solução. Chances de crescimento existem. Da mesma forma que os produtos importados possuem baixo custo agora, sua tendência é aumentar o preço com o passar dos anos por meio do encarecimento da mão de obra e da escassez de recursos. O mesmo acesso à informação que a concorrência possui nós também possuímos. Basta fazer uso com sabedoria.

 

Fábio Murcia Marques é professor de planejamento e gestão de produção da escola Senai Francisco Matarazzo de Vestuário, mestrando em têxtil e moda pela USP e consultor de marketing industrial no setor do vestuário.

fabio.murcia@portal.sp.senai.br

http://www.costuraperfeita.com.br/edicao/26/materia/caderno-senai.html

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Professor Fábio, parabéns por suas colocações, principalmente quanto à necessidade de educação/ formação tanto do empresário quanto de quem não tem como empreender. A espada sobre a confecção é o tempo. Fast fashion tem sido uma grande solução para o aspecto de empate de capital, tanto das confecções quanto do pequeno varejo. Ainda assim, a maior responsabilidade está nas autoridades; quer apostar que perto das eleições sairá da cartola uma solução mágica?  É lamentável que Executivo e Legislativo, sem falar nas associações FIESP. ABIT, e outras afetadas não fazem mais pressão para o mercado brasileiro voltar a ser de esperança.

Luis Tadeu Dix

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