Há milênios, a fibra têxtil da cannabis esteve presente em diferentes culturas e épocas, sendo utilizada para vestuário e outros produtos têxteis. Na moda, o cânhamo é valorizado por sua qualidade e resistência. Quando produzido de forma ecológica, seu cultivo beneficia o solo e a biodiversidade, pois não exige o uso de produtos químicos nocivos nem de grandes quantidades de água.
Apesar do potencial do Brasil para se destacar na produção de cânhamo, o plantio da planta ainda é proibido no país. Isso limita o desenvolvimento de uma indústria sustentável e impede que o Brasil se torne referência global na produção dessa fibra têxtil.
Por isso, Durante a FebraTêxtil 2025, um dos maiores eventos do setor têxtil, que acontece até o dia 20 de fevereiro no Expo Center Norte, em São Paulo, o Instituto Fashion Revolution Brasil e o Grupo de Trabalho de Cânhamo Têxtil da Associação Nacional de Cânhamo Industrial (ANC) lançarão o livro "Cânhamo é Revolução: por uma indústria da moda mais justa e sustent...".
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Os autores Dayse Levy, Karina Pavani, Bruna Bonavita e Thiago Santos durante o lançamento do livro Cânhamo é Revolução: por uma indústria da moda mais justa e sustentável durante a FebraTêxtil 2025. Imagem: Divulgação
A obra propõe uma reflexão urgente sobre as inúmeras possibilidades do cânhamo para transformar a indústria da moda, oferecendo uma alternativa mais sustentável e alinhada aos valores de responsabilidade socioambiental.
Contribuições do cânhamo para a sustentabilidade da moda
Escrito de forma colaborativa, o livro reúne especialistas de diversas áreas, que exploram as múltiplas vertentes do cânhamo, desde suas raízes históricas até suas aplicações inovadoras. A obra destaca o cânhamo como uma solução para os desafios ambientais enfrentados pela moda, um setor que busca alternativas para mitigar seu impacto ambiental e promover práticas mais éticas e justas.
Segundo Fernanda Simon, diretora executiva do Fashion Revolution Brasil, "Em tempos de Emergência Climática, o debate sobre o cânhamo precisa ser cada vez mais ampliado na indústria da moda – afinal, seus benefícios socioambientais já estão comprovados há muitos anos."
O livro ressalta as vantagens do cânhamo para o solo e a biodiversidade, quando cultivado de forma ecológica, além de seu papel na economia circular e na redução dos impactos ambientais da moda.
Necessidade de mudanças legais no Brasil
Rafael Arcuri, presidente da Associação Nacional de Cânhamo Industrial, complementa: "Hoje, o marco legal do cânhamo industrial precisa ser alterado, pois as regras são antigas e não regulam as condutas contemporâneas. O Brasil precisa estabelecer novas regras específicas que eliminem dúvidas tanto para aplicadores da lei quanto para consumidores."
Na última quarta-feira (12), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve o prazo até maio, para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a União regulamentem a importação de sementes, plantio, cultivo e transaçõe....
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