Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Grifes internacionais de vestuário também são vítimas comuns da pirataria.  A marca é usada para a venda de produtos falsificados com preço inferior ao original

Bia Mendes Da editoria de Economia

Além da falsificação de gasolina, outro mercado em que há grande pirataria é o de vestuário, já que roupas de marcas importadas são frequentemente falsificadas e vendidas a preços inferiores aos das peças originais. Para muitos, estar bem vestido significa usar roupas de marcas famosas, mesmo que o produto seja pirata, o que acaba por fortalecer tal mercado. Conforme uma pesquisa nacional realizada pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), a alta carga de tributos sobre empresários e produtos é um dos principais entraves enfrentados pelo comércio formal na disputa desleal com a pirataria e o contrabando. “A elevada incidência de impostos gera queda no faturamento do empreendedor, principalmente os de menor porte, que não possuem garantias para a busca de opções no mercado financeiro capazes de oferecer sobrevida às suas atividades”, relata a pesquisa.
Para Jefferson de Castro Vieira, economista e professor da PUC-GO, hoje há incentivos para que os pequenos empreendedores formalizem os negócios, visto que o governo federal criou uma categoria chamada Microempreendedor Individual (MEI), que empresário que ganha até R$ 60 mil por mês pode se enquadrar. “Para vender para uma grande empresa é necessário emissão de nota fiscal, por isso a tendência é de formalização, porque tudo que se faz precisa emitir nota”, declara. Na opinião do economista Carlos Leão, da PUC-GO, em Goiás, os mercados de vestuário e calçados são os mais pirateados. “O grande problema de pirataria também é a questão de direitos autorais, que desestimula o setor produtivo”, aponta.

Jaraguá
Em Goiás, a cidade de Jaraguá ficou estigmatizada por ser um polo de roupas piratas, já que em várias ocasiões a Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon) realizou operações que culminaram na apreensão de peças de roupas falsificadas, além de matérias-primas e maquinários nas fábricas instaladas no município. A mais recente, denominada Operação Pirata II, deflagrada em fevereiro de do ano passado, cumpriu 16 mandados de prisão, além de prender quatro pessoas em flagrante. “A tendência do governo é aumentar cada vez mais a fiscalização, pois chegará um ponto em que tudo o que se fizer terá de emitir notas. E para quem vende produtos piratas, a tendência é diminuir a pirataria, porque será necessário formalizar a atuação”, acredita Jefferson de Castro.

Custos
Para o vendedor Guilherme Martins, que recebe mensalmente cerca de R$ 2 mil, investir em roupas originais, mesmo que a um custo elevado, é o melhor. Guilherme relata que já comprou roupas de marca, mas piratas, e o resultado não foi satisfatório. “Me arrependi e muito, já que não aguentou duas lavadas”, lembra. No entanto, Guilherme ressalta que não usa as roupas e acessórios devido ao fato de serem de grife. “Uso roupas que não são de marcas famosas, mas não compro peças falsificadas”, explica.
Para o economista Jefferson de Castro, uma das maneiras de diminuir a pirataria no mercado da moda é a formalização, porque a empresa que emite nota fiscal garante a origem dos produtos e evita falsificação. “Com o Microempreendedor Individual foram mais de 150 mil empresas criadas. Mas, para acabar com a pirataria, o governo deve reduzir algumas tributações, criando mecanismos para isso”, acredita. Com a pirataria na indústria da moda, um dos prejuízos causados para a economia do País é a queda no número de empregos, conforme pesquisa da Fecomércio-RJ, visto que a pirataria prejudica toda a cadeia, desde quem produz e quem inova, a quem comercializa e compra esses itens. Cerca de dois milhões de empregos deixam de gerados devido à informalidade do setor.
No mercado informal, uma camiseta de uma marca conhecida, por exemplo, custa, em média, R$ 40. Já réplicas de óculos e relógios de marca variam entre R$ 15 a R$ 50, como conta uma comerciante de produtos que são réplicas, que preferiu não se identificar. A comerciante explica que os acessórios “são de qualidade, mas são vendidos sem nota fiscal”. O que, para o economista Carlos Leão prejudica o mercado formal, que paga impostos e tributos. “As pessoas compram mesmo sabendo que não são originais”, destaca a comerciante. Conforme o vendedor Guilherme Martins, uma camiseta original, sem ser de uma marca famosa, custa, em média, R$ 100 e um boné, cerca de R$ 150. “Compro pelo menos umas duas peças por mês, mas prefiro peças originais pela qualidade e diferença, além da estética, que é gritante”, ressalta Guilherme.

http://www.dm.com.br/economia/2015/02/o-preco-de-se-vestir-bem.html

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