Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O que a geração Z mudará no mercado da moda? A turma que prefere ser a ter não acredita no modelo atual de consumo

Pesquisas prevêem que empresas de aluguel de roupas abraçarão também as peças fast fashion e crescerão 1,8 bilhão de dólares até 2023.

A geração que só se veste com roupas doadas, achadas, trocadas Foto: PixabayA geração que só se veste com roupas doadas, achadas, trocadas Foto: Pixabay

artista plástica Joana Uchoa, de 23 anos, não entra em uma loja de roupa há mais de cinco anos. E isso não quer dizer que ela não goste de moda ou seja basiquinha. Ela simplesmente não quer estar dentro do modelo convencional de consumo, em que é preciso pagar um preço alto por peças novas lançadas em ritmo frenético e “homogenizam o vestir”. Em seu armário, há itens emprestados da mãe, do pai, do avô, das amigas ou garimpados. “Comecei a me desinteressar pelas roupas das lojas de maneira natural, achava as peças dos armários dos meus pais e dos brechós mais legais. Há uns 3 anos comecei a pesquisar sobre a cadeia de produção da modae, desde então, faço questão de não participar desse processo”, conta Joana que lista o impacto ambiental, o trabalho escravo e o processo de propaganda como principais motivos de sua decepção. “O movimento de conscientização é enorme, há uma geração que quer saber tudo sobre o que consome e busca por empresas responsáveis. Por isso, também é muito importante ficar de olho quando marcas começam a usar essas bandeiras na comunicação mas não na prática”. Ou seja, precisamos ter cuidado para não corroborarmos com casos de pink money e greenwashingtermos usados para descrever empresas que se utilizam de bandeiras LGBTQI+ e da ecologia para lucrar.

De cima para baixo: a artista plástica Joana Uchoa, o designer João Incerti, a estudante Francesa Pomposelli e a estilista Mayra Sallie Foto: Julia Pavin
De cima para baixo: a artista plástica Joana Uchoa, o designer João Incerti, a estudante Francesa Pomposelli e a estilista Mayra Sallie Foto: Julia Pavin

Um dos grandes aliados da geração consciente é a customização. Pintar, cortar, costurar. Joana tem até hoje uma camiseta manchada que pegou do pai e ilustrou duas mãos para disfarçar. Postou no Instagram e começou a receber pedidos. “Não esperava esse retorno, foi uma surpresa. Mas fui no fluxo e acabei fazendo bastante. Vendia direto e fui chamada para collabs com marcas como Garimppo, Void, D.A.M.N Project, Lab 77, Ahlma, Malha, Projeto Gaveta e Superga. Até que um dia pensaram que eu era estilista e percebi que estava me distanciando do meu trabalho de artes plásticas. Parei e voltei a focar na arte”, comenta ela, que guarda poucas peças pintadas e, no dia da foto, estava usando a cueca Calvin Klein do namorado como top de um ombro só. Também está amando usar um blazer do lado avesso para destacar o forro colorido. “Gosto de figurino. Acompanho o que acontece na moda, mas não sigo. Me visto para me divertir. Já fui toda elegante para o boteco e skatista para um casamento.”

Detalhes das peças usadas pela turma que não consome: a chamada geração Z-we Foto: Julia Pavin
Detalhes das peças usadas pela turma que não consome: a chamada geração Z-we Foto: Julia Pavin


Joana faz parte da geração Z (nascida entre 1994 e 2010), que, de acordo com a pesquisa do escritório de previsão de tendências WGSN, não frequenta shoppings, pensa no impacto ambiental e social e quer assinar a co-criação do que compra. Quer conhecer mais sobre essa turma, que prefere gastar dinheiro com a experiência e não com a posse, busca ser sustentável e compartilhar? A previsão é que por conta deles o formato de aluguel cresça 1,8 bilhão de dólares até 2023. 

Lívia Breves

 https://oglobo.globo.com/ela/gente/o-que-geracao-mudara-no-mercado-...

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  Um dos grandes aliados da geração consciente é a customização. Pintar, cortar, costurar. Joana tem até hoje uma camiseta manchada que pegou do pai e ilustrou duas mãos para disfarçar. Postou no Instagram e começou a receber pedidos.

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