Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O que é controle de qualidade? Como funciona na indústria têxtil?

Controle de qualidade é como definimos no segmento têxtil um sistema adotado para prevenir falhas e problemas em processos e produtos com o objetivo de suprir de maneira eficiente as necessidades produtivas e desejos dos clientes.

Portanto, não é apenas conferir e contar defeitos de produtos finalizados. Pelo contrário, o propósito é antecipar-se a possíveis problemas e encontrar soluções para evitar que aconteçam.

Utilizado em diversos setores, na confecção ele também é essencial para assegurar a qualidade dos produtos desenvolvidos. Para entender mais sobre o que é controle de qualidade e como ele funciona na confecção, continue a leitura!

 

Como surgiu o controle de qualidade?

Os métodos de controle de qualidade, como se apresentam na atualidade, surgiram no século XX. Mas, o processo nasceu com as primeiras relações de compra e venda ao longo da História.

Conheça agora algumas fases pelos quais eles passaram.

Idade Média

Com a aparição dos primeiros artesãos teve início a preocupação de criar termos descritivos sobre a fabricação de produtos. Na Idade Média, as guildas determinavam padrões de qualidade para produtos. Artesãos que os desrespeitam eram punidos.

Depois veio o interesse de reis pela especificação de critérios para os produtos que adquiriam. Havia até fiscalização ou controle de qualidade, realizado por membros da corte.

Revolução Industrial

Já a partir da Revolução Industrial, a qualidade passou a ser uma característica de maiores dimensões. A mão de obra manual foi substituída por trabalhos mecânicos e foi necessário passar a inspecionar os processos, iniciando o Taylorismo.

Foto de uma fábrica da primeira revolução industrial, quando ainda não era padrão a utilização do controle de Qualidade.
Fábrica do período da primeira revolução industrial.

As fábricas tinham supervisores para fiscalizar a produção de seus operários e os produtos passaram a seguir normas de fabricação pré-estabelecidas. Com isso, a padronização tornou-se uma forma de evitar desperdícios.

Na Primeira Guerra Mundial foram encontrados muitos defeitos em produtos bélicos, o que fez com que na Segunda Guerra Mundial as indústrias passassem a ter mais cuidado durante a produção.

Foi durante este período que o controle estatístico de qualidade começou a se destacar.

Alguns anos depois, Walter Andrew Sherwart, físico e engenheiro estatístico norte-americano desenvolveu o CEP – Controle Estatístico de Processo, e criou o ciclo PDCA, que tem o objetivo de resolver problemas e aprimorar os processos constantemente.

Ilustração do ciclo PDCA utilizado para a resolução de problemas e melhorar processos constantemente no controle de qualidade.

O Japão pós-guerra chegou a ser um dos “maiores exemplos” de produção sem controle de qualidade. No entanto, em 1950, Edward Deming introduziu o método de controle estatístico a técnicos e engenheiros no Japão.

Aos poucos o conceito foi aumentando no país e as potências mundiais da década de 70 e 80, que eram Japão e Estados Unidos, aprimoraram seus processos de qualidade, embora de maneiras diferentes.

Depois disso, organizações do mundo inteiro passaram a implementar modelos de Gestão de Qualidade. Isso foi importante, principalmente porque a partir do século XX os consumidores passaram a tornar-se cada vez mais exigentes e a cobrar qualidade dos produtos.

 

A evolução do controle de qualidade

Assim como os modelos do sistema de controle de qualidade evoluíram com o tempo, seu conceito e finalidade também sofreram variações. Antes da internet, obviamente que essas mudanças eram mais lentas.

Atualmente, as tecnologias sobrevivem apenas até surgirem outras mais eficientes. A tendência é que hajam processos cada vez mais específicos.

Acompanhe a seguir três etapas da evolução do controle de qualidade até os dias atuais:

1 – Fase da inspeção da qualidade

O foco era o produto. Eles eram inspecionados por observação direta, e era comum o cliente participar da averiguação. Poderiam ser avaliados aleatoriamente ou um a um.

O processo era muito lento. Além disso, apenas apontava falhas, não resolviam os problemas nem ajudavam a melhorar a qualidade.

2 – Fase do controle por amostragem

Com a industrialização, não havia mais como inspecionar os produtos de forma unitária. A solução encontrada foi verificar os produtos por amostragem.

O período se estendeu de meados dos anos 30, até os anos 80 do século passado (XX). Foi quando surgiram também os departamentos de controle de qualidade.

Esse setor da indústria era responsável por localizar defeitos em produtos e, só então, pensar em como resolver os problemas apurados.

3 – Fase da qualidade total

É a etapa atual. Agora, não basta mensurar a qualidade, ela precisa ser controlada. A meta é atender ao que o cliente espera e satisfazê-lo plenamente.

Não existe um departamento responsável pelo controle de qualidade, ela tornou-se uma tarefa da empresa toda e até de parceiros e fornecedores.

O Japão foi o primeiro a adotar a gerência de qualidades e serviços, conhecida como Gestão da Qualidade Total (GQT), uma vez que eles precisavam tirar da sociedade o conceito negativo que tinham para com seus produtos.

Se empenharam em criar, portanto, a “era da perfeição”, baseando-se no fato de que a atividade deveria ser feita de maneira adequada já na primeira vez (Toyotismo). O Estados Unidos se incomodou com as ideias japonesas, pois estava perdendo mercados e consumidores.

Imagem de uma fábrica da Toyota, empresa famosa pela excelência no controle de qualidade.
Um dos exemplos da aplicação de qualidade total são as fábricas da Toyota.

Para reverter a situação, enfatizaram ainda mais o tema, por meio da implantação de um sistema rigoroso de qualidade, além de capacitação de profissionais (Fordismo).

 

O controle de qualidade na indústria têxtil

Otimizar processos para melhorar e integrar metodologias de trabalho, reduzir custos e potencializar a produtividade são ações vitais para a indústria têxtil.

Tais ações são possíveis por meio do controle de qualidade que coleta, analisa e controla os dados do processo produtivo.

Na indústria têxtil a prevenção feita pelo controle de qualidade pode assegurar a qualidade dos processos de produção. A boa notícia é que a indústria vive uma das melhores etapas da evolução do controle de qualidade.

No modo tradicional, quando o rolo chega à confecção, são analisadas apenas as informações que a fabricante disponibiliza no rótulo.A análise de cada rolo separadamente levaria muito tempo e reduziria a produtividade, portanto, muitas empresas não a fazem.

 

Com a indústria 4.0 chegando ao Brasil, a tecnologia que ela proporciona consegue automatizar os processos com eficiência e implantar o controle de qualidade em todas as etapas, incluindo no recebimento do material.

Em alguns setores a automação já é utilizada e a indústria têxtil está sendo considerada tecnologicamente defasada. No entanto, não irá demorar para que as empresas comecem a perceber as vantagens que ela oferece e começarem a se adaptar.

 

A mudança vai muito além de comprar equipamento moderno. Os processos precisam ser alterados, a gestão deve ser feita de maneira diferente e o controle de dados é outra parte essencial.

 

Vantagens da automação no controle de qualidade

A automação de processos, a engenharia de produtos e uma série de outras tecnologias facilitam o desenvolvimento do setor têxtil.

Até o acompanhamento da qualidade pode ser realizado de forma personalizada, atendendo as necessidades específicas de cada empresa. Com isso, podem ser obtidas vantagens para a confecção. Conheça algumas delas e descubra como obtê-las.

Redução do desperdício

É comum verificar desperdício de matéria-prima na indústria têxtil, devido à falta de informação e de automação de processos.

Isso acontece porque, normalmente, o foco das companhias está voltado às peças finalizadas. Com isso, as confecções deixam de prestar a atenção necessária à qualidade da matéria-prima.

O equívoco se dá justamente porque monitorar dados técnicos da matéria-prima de uma confecção permite, obter informações reais sobre cada rolo de tecido de um estoque: a metragem, área útil, gramatura, rendimento.

Desta forma, é possível escolher o rolo de tecido que fornecerá o melhor aproveitamento (desempenho) para cada ordem de corte e programar enfesto e corte sem desperdícios.

Além disso, a tecnologia possibilita uma visão antecipada de variáveis e um controle de qualidade preventivo, para direcionar a gestão da indústria têxtil.

Aumento da produtividade

Com a automação do controle de qualidade também é possível aumentar a capacidade produtiva da indústria que pode transformar processos manuais e obter mais rapidez durante as etapas.

Um dos equipamentos que cumpre com essa função é a Relaxadeira de Malhas que, além de reduzir o tempo de descanso de até 48 horas para apenas alguns minutos, também elimina o enrolamento da malha fraldada, o processo de enfestar e fornece informações reais sobre comprimento e área útil.

Melhoria da qualidade final de produtos

Quando a matéria-prima é analisada antes da confecção as peças, é possível evitar que elas sejam produzidas com materiais de pouca qualidade, com manchas ou variabilidades que as tornariam peças de segunda qualidade. Sendo assim, é possível afirmar que o controle de qualidade ajuda a obter produtos de qualidade garantia e evitam que a empresa tenha prejuízos.

Diminuição de custos

Mais automação também significa menos mão de obra e menos espaço para a realização das atividades que anteriormente eram realizadas manualmente.

Os custos gastos com a produção reduzem, fazendo com que a empresa possa repassar a economia ao cliente e comercializar produtos à preços competitivos.

Aperfeiçoamento da gestão de materiais e de máquinas

Coletar, analisar e gerenciar dados é uma grande estratégia para o controle de qualidade da empresa.

Com as informações em mãos, o gestor pode verificar diversos dados, incluindo possíveis problemas que estejam atrapalhando a produtividade ou mesmo perceber estratégias que possam otimizar o trabalho do setor de compras.

Repetibilidade

Quando o controle de qualidade é feito com eficiência, a confecção consegue produzir o mesmo resultado final repetidas vezes. O cliente passa a confiar nos produtos que adquire, pois sabe o que estará adquirindo e a empresa ganha mais credibilidade no mercado.

Como implantar um controle de qualidade eficiente na confecção

Como você pode perceber, o controle de qualidade é extremamente benéfico para as confecções e utilizá-lo é uma necessidade. No entanto, para que os benefícios citados possam ser obtidos é importante tomar alguns cuidados.

Para começar, é interessante diminuir ruídos na comunicação, fazendo com que os colaboradores se compreendam e entendam o processo. Fazer uso de painéis de gestão com informações transparentes pode auxiliar nesta tarefa, bem como atualizá-los em tempo real com os indicadores mais importantes.

A equipe que opera os equipamentos também deve ser devidamente capacitada para manuseá-los adequadamente. Por fim, os processos devem ser constantemente analisados e atualizados, de preferência por meio de opiniões reais. Podem ser feitas pesquisas de satisfação com o cliente e, por meio das respostas, implantar as devidas melhorias.

Respeitar critérios de produção e fazer um rigoroso controle de qualidade exige muita dedicação de sua empresa, mas é muito vantajoso. Além de colaborar para a competitividade dela no mercado, esta atitude ainda fomenta o seu desenvolvimento.

Sem contar que as transformações estão ocorrendo e as empresas já estão se adaptando à indústria 4.0, que foca bastante neste aspecto. As que não se adequarem acabarão ficando para trás.

 

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Como implantar um controle de qualidade eficiente na confecção

Como você pode perceber, o controle de qualidade é extremamente benéfico para as confecções e utilizá-lo é uma necessidade. No entanto, para que os benefícios citados possam ser obtidos é importante tomar alguns cuidados.

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