Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Além de fazerem do O Boticário a maior rede franqueadora do País, sócios do Grupo Boticário investem em outros segmentos fora do ramo de cosméticos

Por Wilian Miron e Paulo Gratão

Artur Noemio Grynbaum, presidente e sócio do Grupo Boticário, é um empreendedor nato. Além de comandar a maior rede de franquias do Brasil em número de unidades – são mais de três mil lojas no País –, ele mantém investimentos em áreas fora do segmento de beleza, através do fundo 2+Capital e por meio de alguns aportes no mercado imobiliário. Miguel Krigsner, fundador da marca e presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário, é sócio de Grynbaum tanto no O Boticário, quanto em algumas empreitadas fora do grupo de cosméticos, através do fundo.

Constam no portfólio do fundo 2+Capital redes de alimentação e vestuário, como o Grupo Scalina, detentor das marcas Trifil e Scala, e a distribuidora Frajo, especializada em cosméticos nacionais e importados.

Mas Grynbaum tem outros investimentos de peso, entre eles, uma participação generosa na Companhia Tradicional de Comércio, dona de 22 marcas, entre as quais estão bares e restaurantes famosos em São Paulo, como Pizzaria Braz, Lanchonete da Cidade, Original e Pirajá.

O interesse pelo ramo de alimentação se justifica, segundo Grynbaum, pelo fato de o setor “passar bem por crises”, assim como a área de serviços educacionais, que está no radar do empresário para futuros investimentos.

Segundo ele, o modelo de negócios do fundo é aportar recursos financeiros, inteligência e gestão nas empresas. “Queremos participar das decisões e do modelo de gerenciamento da empresa na qual vamos investir”.

E, embora mantenha investimentos em outros segmentos, seguindo a velha máxima de não guardar todos os ovos na mesma cesta, Grynbaum afirma que “a grande paixão é mesmo o ramo de cosméticos”.

De acordo com ele, em 2010, dois anos após chegar ao comando da companhia, o grande desafio do Grupo Boticário era o de implantar e consolidar três novas marcas focadas no mercado de beleza, todas em território nacional. Agora, cinco anos depois, a empresa tem como meta consolidar sua chegada à Colômbia, onde tem cinco lojas em funcionamento desde o final de 2014.

A primeira delas foi inaugurada em agosto, e agora a empresa conta com uma equipe dedicada à operação naquele país, inclusive com profissionais brasileiros que foram destacados para atuar na nova empreitada do O Boticário.

No horizonte colombiano da rede está o plano de ter entre 40 e 50 lojas em três anos, comenta o presidente do Grupo, Artur Grynbaum. “As perspectivas são boas, porque temos visto que os produtos são bem aceitos”.

O interesse do O Boticário pelo mercado colombiano é decorrente do momento econômico pelo qual o país passa: em 2014, o Produto Interno Bruto colombiano cresceu 4,6%, alcançando os US$ 404 bilhões­, segundo o Departamento Administrativo Nacional de Estatísticas (Dane). Em 2013, a cifra era de US$ 387 bilhões­. E a perspectiva para este ano é a de que a Colômbia ultrapasse a Argentina e se consolide como a segunda maior economia da América do Sul. “É o país que mais se desenvolveu na América Latina, e tem mostrado também uma estabilidade econômica”, disse Grynbaum, em entrevista exclusiva.

Balanço

À frente do O Boticário desde 2008, o executivo faz um balanço positivo de sua gestão, e lembra do desenvolvimento de novas marcas e produtos pelo grupo, entre 2010 e 2012. “Somos empreendedores, e sempre tivemos muitas ideias de negócios e produtos”, comenta sobre a postura da empresa de colocar no mercado marcas diferentes do mesmo ramo de cosméticos.

Dois anos após sua chegada, a maior rede fran­queadora do Brasil lançou no mercado três novas marcas: a Eudora, focada no segmento multicanal (lojas próprias, vendas diretas e e-commerce), e voltada para o mercado de cosméticos; a quem disse berenice?, unidade de negócios criada em 2012, focada em maquiagem, e que já tem mais de 130 pontos de venda no mercado brasileiro, além de atuação por e-commerce, e a The Beauty Box, rede de lojas multimarcas de cosméticos e perfumes, lançada no mesmo ano e que tem 70% de produtos importados e 30% nacionais.

De acordo com ele, atacar novos segmentos já fazia parte da estratégia do Grupo, mas a decisão veio mesmo após a empresa entender que, a partir daquele momento, o consumidor brasileiro teria um comportamento diferente em relação ao consumo de cosméticos e produtos de beleza. “Achamos que seria o momento ideal para atender a novos públicos consumidores, então resolvemos tirar da gaveta vários planos que já tínhamos”.
Outros projetos de expansão da empresa foram colocados em prática neste período, entre eles, a construção de fábricas para ampliação da capacidade de produção e Centros de Distribuição. O investimento total no projeto foi de R$ 1 bilhão até agora. “Fazer resultados sempre demanda muito trabalho, mas temos o nosso guarda-chuva preparado”.

Perguntado sobre como enxerga o atual momento econômico do País, que tem tirado o sono de muitos empresários, Grynbaum é enfático: “Crise é, sim, um momento de oportunidades, o que não dá é pra confundir o momento e deixar de fazer uma gestão mais firme”. Em 2014, o Grupo Boticário teve faturamento de R$ 9,3 bilhões, e crescimento de 16% frente ao apurado no ano anterior.

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Queremos participar das decisões e do modelo de gerenciamento da empresa na qual vamos investir
Artur Grynbaum

Crise é, sim, um momento de oportunidades, o que não dá é pra confundir o momento e deixar de fazer uma gestão mais firme
Artur Grynbaum


Revista Varejo, Serviços e Oportunidades

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