Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A arte de transformar fios em tecido e deles confeccionar roupas que vestem o país inteiro está no sangue do seridoense. Cada cidade tem sua tradição histórica, seja por conta da proximidade com outras cidades ou mesmo pela vocação local, que vem desde o período em que a produção de algodão mocó – ou algodão Seridó, que perdia apenas para o egípcio em termos de qualidade – dominava a região.

Em Jardim de Piranhas (315 km de Natal) não é diferente. Muito por conta da proximidade com a cidade de São Bento na Paraíba – são apenas 18 km –, que é um polo industrial têxtil, o município seridoense tem na tecelagem sua principal atividade econômica.

Foto: Ney Douglas/NJ.
Ney Douglas/NJ
Região Seridó vive momento de ebulição com a possibilidade de investimentos no setor de facções

O município, de pouco mais de 13 mil habitantes, tem mais de três dezenas de tecelagens espalhadas pelas suas ruas – para identificá-las basta prestar atenção na reunião de motos nas portas de prédios, pequenos galpões ou mesmo imóveis com aspecto de residência, como no caso das empresas de facção das outras cidade do Seridó.

Da produção de redes aos panos de prato, tudo é feito pelas maquinas de tear, algumas ainda de madeira e operadas manualmente.

No caso da tecelagem de Ivonete Silva o maquinário é todo mecanizado. O controle da produção dos panos de prato é completo. Em uma espécie de bobina grande de madeira são enroladas bobinas menores, usadas nos teares para confeccionar os tecidos.

Há mais de 35 anos no ramo, Ivonete dá continuidade à tradição que seu marido Francisco Silva herdou do pai. “A nova geração já vem com outro pensamento, de modernizar não só a produção como a maneira de trabalhar. Aos poucos os trabalhadores pensam em comprar seus bens e deixam de trabalhar de maneira informal, querendo uma aposentadoria”, explica ela.

A empresária acredita que o momento que será criado pelo Pró-Sertão não vá favorecer apenas as facções, mas toda a cadeia de produção têxtil. “Primeiro de tudo é a criação da mão de obra qualificada. Vejo que se nada for feito nessa área, dentro de cinco anos podemos ficar sem gente para trabalhar. E isso certamente contribuirá para que muita gente saia da informalidade”, aponta Ivonete.

Ela acredita que o olhar do Governo para o Seridó ainda poderá resolver outros problemas do setor têxtil. No caso de Jardim de Piranhas é a abertura do galpão construído às margens da RN-288 pela Associação das Tecelagens para concentrar a produção. O prédio está fechado por questões burocráticas. Sem ele, os empresários perderam um financiamento oferecido pelo Banco do Nordeste. Os teares estão espalhados pela cidade.

Ivonete está construindo um galpão na zona rural do município para concentrar toda sua linha de produção, que hoje é espalhada em vários locais da mesma rua no centro da cidade. Mas a obra está embargada pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) há mais de seis meses, sem perspectiva de quando será liberada para conclusão.

BONÉS
O Seridó, com o peso maior para Caicó, é apontado como o segundo maior polo fabricante de bonés do país. Há 21 anos atuando no ramo, Adácio Medeiros herdou a empresa de seu irmão Ajácio, que começou produzindo chapéu de couro na cidade. Ele acredita que o momento de dificuldade do setor poderá ser revertido com a chegada dos investimentos no ramo de confecções.

“É muito interessante que esses investimentos venham para qualificar o trabalhador, assim como o IFRN passe a formar cada vez mais gente. O pessoal que trabalha nessa área não tem preparação técnica, praticamente todos aprenderam nas próprias empresas”, afirma ele, que emprega 30 pessoas e produz cerca de 30 mil peças por mês, vendidas para todo o país.

Jaedson Dantas é outro que manda quase toda sua produção para fora do Rio Grande do Norte. Dos 60 mil bonés que saem de sua fábrica, com 45 empregados em São José do Seridó, apenas 3 mil ficam no estado. Segundo ele, que também é presidente da Associação Seridoense de Fabricantes de Bonés, a chegada do programa de incentivo pode terminar impulsionando a produção dos bonés. “Espero também poder entrar no sistema de facção, produzindo bonés. Temos que procurar nos preparar para fortalecer nossa indústria de todas as formas”, destaca Jaedson.

http://www.novojornal.jor.br/_conteudo/2013/08/economia/21593-o-ser...

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