Espaço Livre - Agnelo Alves
A entrevista do empresário Flávio Rocha, veiculada domingo na TRIBUNA DO NORTE, deveria ser o primeiro documento a ser levado em conta para análise do que estão chamando de "Conselho Político". A entrevista é um documento sério. Não é governista nem oposicionista. Dir-se-á que não está completo. Mas serve de base para ser lido e analisado, além de poder ser interpretado como um convite para um depoimento sobre a crise da indústria têxtil no Rio Grande do Norte.
A Guararapes, de que o empresário Flávio Rocha é vice-presidente, já dispensou cerca de 6 mil trabalhadores e está construindo uma fábrica nova no Ceará. Não sei se a FIERN está acompanhando a crise no setor industrial, deve estar, certamente. Mas a pergunta se impõe: Como se explica que uma fábrica do setor têxtil esteja sendo fechada - outra já fechou, a Coteminas - os seus trabalhadores estejam sendo dispensados e, no Estado vizinho, o Ceará, a Guararapes esteja construindo uma fábrica para receber a que está sendo fechada no Rio Grande do Norte?
Cabe ao Governo do Estado, no mínimo, a curiosidade de saber o que faz o Ceará atrair as fábricas que estão fechando no Rio Grande do Norte. A da Coteminas está sendo transformada num loteamento de luxo. Os trabalhadores dispensados estão sendo "reciclados" para trabalhar com outra profissão. Quantos trabalhadores somavam na fábrica e quantos serão aproveitados com outra profissão?
Não queremos acreditar que o "Conselho Político" sirva apenas para fazer política. Seria lamentável. O "Conselho" não deve nem mesmo ser político, integrado apenas por deputados federais e senadores ou mesmo candidatos a qualquer cargo. O "Conselho" deve ser para tratar de problemas do Rio Grande do Norte, entre os quais o da crise no setor têxtil industrial está como principal.
A entrevista do empresário Flávio Rocha merece a atenção especial do Governo do Estado. A crise no setor têxtil é nacional, sem dúvida. Mas, por que o Ceará e a Paraíba encontraram solução para as fábricas cearenses e as que estão sendo instaladas lá, procedentes do Rio Grande do Norte?
Por que o Ceará é diferente? E a Paraíba? Que ganhou a Coteminas? Quantos trabalhadores do setor já perderam o emprego no Rio Grande do Norte?
Fonte:|http://tribunadonorte.com.br/noticia/no-ceara-e-diferente/218456
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