Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI


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Por Eduardo Vilas Bôas
Professor de Moda do Senac SP


A Era do Fast Fashion, a maior procura por produtos semi-exclusivos e o aumento do consumo em lojas de shopping centers e bairros de alto padrão, têm complicado a gestão dos estoques em função da necessidade de apostas mais assertivas em relação aos produtos e pelos elevados custos de armazenagem dos mesmos. Seja também pela necessidade de marketing de haver poucas peças por modelo ou por não haver espaço físico suficiente para guarda de grandes volumes, as pequenas marcas estão reaprendendo a gerir seu mix de produtos.

O que já se sabe é que para cada linha de produto existe um padrão de rotação de estoque adequado, que representa o nível de investimento correto para atender às vendas esperadas. Esse padrão será determinado:

- pelo perfil de consumo: mesmo para uma rede de lojas, algumas unidades podem demandar mais um produto do que outro; pode haver sazonalidades distintas daquelas esperadas tradicionalmente pelo varejo; o próprio consumo pode ser maior ou menor do que a média para aquele mercado.

- pela necessidade de sortimento: alguns grupos de clientes exigem maior oferta de modelos, cores e tamanhos; a concorrência também pode interferir na gestão desse mix.

- pela capacidade de fornecimento: qual é o número de fornecedores para seus produtos? E seus prazos de entrega caso preciso de reposição não programada? A localização deles incide em maior tributação de ICMS? E essas mercadorias chegam de forma rápida e segura até você? Estas questões nos fazem avaliar a cadeia de fornecedores e sua capacidade de atender as necessidades do dia a dia e as eventuais emergências.


A ferramenta do Triângulo de Equilíbrio de Estoques permite adequar o mix de compras ao posicionamento da empresa no mercado. Cada um dos vértices do triângulo deve interagir de forma que o varejista possa fazer substituições satisfatórias a fim de atender a necessidade do cliente, sem abrir mão de um estoque economicamente viável.

VARIEDADE: é definida pelo número de categorias de produtos. Lojas com boa amplitude de variedade precisam de espaço para expor os produtos, já que lojas com pouco espaço e boa amplitude não comunicam suas linhas ao cliente. Quanto maior a variedade, maior o número de fornecedores e, por consequência, mais complexa será a gestão. Novas categorias devem gerar vendas suplementar e sua inserção deve ser avaliada na pratica antes da adoção definitiva.

SORTIMENTO: é o número de itens mantidos em estoques, ou SKUs, dentro de uma mesma categoria. Por exemplo, Camisa pólo lisa, amarela, tamanho P = 1 SKU / Camisa pólo lisa, amarela, tamanho M = 1 SKU. Assim, um número excessivo de modelos e/ou cores poderá trazer baixa eficiência nas vendas pelo “canibalismo” que possa gerar. É importante evitar a adoção de modelos conflitantes em uma mesma categoria, por exemple, excesso de uma lavagem do jeans enquanto faltam outras. E quanto maior o sortimento, menor a perda de vendas, porém maior serão as grades furadas (sobras de tamanho e/ou cores que não foram vendidas)

NÍVEL DE SERVIÇO: é a disponibilidade do produto. Em um determinado período foram vendidas 50 calças jeans stone washed. Porém, nesse período, a procura foi por 70 peças. O nível de serviço foi de 71,43% , ou seja, a demanda deixou de ser atendida em 28,57% Quanto maior a variedade, menor é o nível de serviço. Quanto maior o nível de serviço, maior o investimento em estoque.

As trocas (trade-offs), então, ocorrem quando um cliente pergunta ao vendedor de uma loja se ele dispõe de determinada cor ou tamanho de um modelo que lhe agradou, e o vendedor, não encontrando o item, oferece-lhe outro modelo similar como alternativa. Esse é um exemplo de troca entre sortimento e nível de serviço. Esse processo de troca faz parte da filosofia do negócio, principalmente quando a exclusividade é importante para o cliente. E da mesma forma define se o varejista será especialista ou generalista.

Amplo sortimento de uma categoria pode indicar que a loja é especializada.


 
Por Eduardo Vilas Bôas
Professor de Moda do Senac SP

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