Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Este artigo inicialmente aborda a realidade característica comum a todo o comércio varejista, em seguida focando seu contexto para estratégias de atuação para problemas cotidianos vividos pelo segmento do comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios.

 

Quais os principais problemas do varejo de vestuário?

 

O principal problema do comércio varejista está nas perdas e fraudes. Temos que uma pesquisa realizada pela Checkpoint Systems com 820 empresas varejistas nos EUA verifica-se que as perdas anuais do segmento são contabilizadas em US$ 57 bilhões que estão condensados em 3 pontos críticos:

  • Falhas gerenciais.
  • Fraudes na cadeia de suprimento.
  • Furtos realizados por funcionários.

Diante dos valores envolvidos nesta realidade torna-se urgente medidas de combate para reduzir estes problemas. É consenso que o enfrentamento deste problema requer o uso da tecnologia da informação, e esta tecnologia com o passar do tempo passa para a condição de vantagem competitiva essencial, pois seus resultados tornam-se imprescindíveis para manter a operação da empresa. Essencialmente a tecnologia oferece auxílio aos varejistas em dois focos:

  • Combate às perdas.
  • Aumento da lucratividade pela melhoria no atendimento aos desejos dos clientes.

O emprego das etiquetas inteligentes, que também são conhecidos como Tags identificadores RFID,  desponta no cenário varejista tanto como uma forma de aumento de produtividade, como de combate às perdas. Para uma segunda etapa o Tag RFID permitirá realizar o sonho dos empresários varejistas em oferecer uma experiência de encantamento do cliente.

Os Tags RFID já são percebidos no meio empresarial como uma forma importante para obter ganhos de produtividade durante a logística e a produção de artigos, e seus benefícios são amplamente documentados e conhecidos. Somente isto já justifica o emprego do RFID no setor fabril ou de logística da distribuição, onde uma vez empregado o Tag acompanha o artigo durante a cadeia logística até a sua chegada junto com os artigos até o salão de vendas do varejo. Já o uso do Tag RFID pelos lojistas ainda é um processo que está engatinhando.

Formadores de opinião do mercado varejista identificam um sem número de aplicações para o RFID, mas o mais provável é que o setor esteja apenas arranhando a superfície das aplicações e benefícios que podemos obter com o emprego do RFID. 

Logística ainda é a prioridade?

Quando falamos do RFID na cadeia de fornecimento e produção há a tendência por etiquetar produto-a-produto, porém a cadeia de distribuição foca sua prioridade para a logística de paletes, containeres e fardos, com foco no ganho de agilidade na distribuição através da cadeia de fornecimento.  Temos portanto um conflito entre os interesses dos fabricantes, agentes de distribuição e varejistas. Cada qual com sua idéia própria de como utilizar o RFID.

Esta era a realidade até 23 de Julho de 2010, quando o Wall Street Journal anuncia através de reportagem exclusiva que o Wal-Mart vai aplicar 'etiquetas inteligentes' em vestuários (1). Esta reportagem anuncia que o RFID será a forma de identificação utilizada para realizar o monitoramento de calças jeans e roupas íntimas à venda em suas lojas.

O Wal-Mart não informa como pretende beneficiar-se desse esforço, mas um piloto da tecnologia RFID no varejista American Apparel Inc. realizado em 2007, concluiu que as vendas nas lojas com a tecnologia subiram 14,3%, em comparação a lojas da rede que não usaram a tecnologia.

O RFID é um sistema “Pega-ladrão”?

Em partes. Inicialmente devemos lembrar que os sistemas anti-furto possuem taxas de As etiquetas identificadoras RFID não são sistemas para substituir os sensores anti-furto comumente usados no comércio varejista de vestuários. O objetivo único dos sistemas anti-furto atualmente utilizados é criar um ambiente ostensivo para inibir o furto ocasional praticado por visitantes e clientes da loja.

No vídeo acima vemos que o RFID é também tratado como sistema antifurto, porém o RFID não deve ser encarado como upgrade para o sistema antifurto. Precisamos notar que a característica predominante do varejista é expor os produtos na vitrine e próximo à entrada da loja. A exposição dos produtos certamente será um ponto crítico, pois os produtos expostos próximos à entrada da loja causarão inúmeros alarmes falsos. 

As boas práticas de uso do RFID indicam que o sistema anti-furto deve continuar como está e o RFID deve ser usado como ferramenta para aumento de vendas e de lucro.

A questão do combate aos furtos com o RFID não é contra o furto de terceiros. o combate se dá no outro lado do balcão. O que os varejistas devem esperar desta tecnologia é que se reduzam os furtos realizados por funcionários, já que o sumiço itens do depósito será visível. Será possível rastrear artigos que saem do depósito sem que tenham sido postos no salão de vendas, nem que tenham sido vendidos. De posse desta informações é possível detectar a data e hora em que o sumiço ocorre para criar estratégias e métodos de prevenção adequados.  

Agora que definimos que o RFID não é um sistema antifurto veremos situações típicas do cotidiano do varejista e o impacto desta tecnologia em situações do cotidiano do varejista de vestuários. 

Prateleiras vazias de produtos que vendem e repletas de encalhe. Isso será coisa do passado. Com a tecnologia RFID vimos no vídeo acima que podemos realizar em minutos o inventário dos estoque no salão de vendas e do estoque localizado no fundo ou mezanino da loja. Com isso um sistema de computador indicando quais itens devem ser trazidos para exposição no salão de vendas.

Visibilidade da movimentação: A tecnologia RFID pode ler e identificar produtos em movimento com precisão e sem contato manual. Isso representa maior velocidade, visibilidade e dados em tempo real. É possível acompanhar o fluxo de movimentos de um item removido da prateleira, verificar se foi destinado para o provador e em seguida para ao caixa ou retornado para a prateleira de onde saiu. Caso volte para a prateleira errada o sistema exige o posicionamento correto para a equipe de vendas manter a loja organizada.

Provador inteligente: Displays inteligentes semelhantes ao que encontramos em supermercados para verificação de preços podem ser instalados nos provadores. Com isso o consumidor poderá provar um item e visualizar no display ofertas que estão no estoque e oferecem melhores combinações de estilos e cor para o item experimentado sem sair do provador. Um pequeno monitor touchscreen pode também dar informações dos produtos que o cliente levou ao provador. Igualmente esta tecnologia pode orientar o vendedor para selecionar e oferecer ao cliente os itens mais vendidos conjuntamente ao item provado.

Espelho inteligente: Pelo display, ainda dentro do provador, o cliente poderá se conectar com o vendedor, solicitando outra cor ou tamanho diferente do item que está provando sem ter que sair do provador ou ter que ficar no processo de desveste e veste

Prateleira Inteligente. Em lojas de roupas de auto-atendimento é possível mostrar informações do produto através de um monitor assim o cliente retira o artigo da arara ou da prateleira. As informação exibida ao cliente além de indicar o preço pode indicar também os tamanhos disponíveis no estoque e até incentivar a venda por impulso que ocorre pela percepção de vantagem dada ao consumidor com a realização de oferta relâmpago. 

Gestão inteligente da loja – As informações captadas pelo RFID são transmitidas para sistemas de controle de estoque, de gerenciamento de clientes, ressuprimentos, prevenção de perdas, inventário, logística, etc. de forma automática, sem intervenção humana e permitem o controle real time do estoque e realizar pedidos para a central de distribuição recompor a oferta de itens na loja. 

O uso do RFID é uma evolução ou uma ruptura dos paradigmas na loja?

Muitas inovações como o RFID trazem certo grau de incerteza ao lojista, principalmente no que tange ao tempo de retorno do investimento. Como vimos acima é incorreto apreciar o retorno do investimento apenas avaliando os benefícios de organização e fluxo de mercadorias, uma vez que a ampliação das vendas é um benefício indireto e deve ser mensurado caso a caso. Assim sendo a decisão de uso de novas tecnologias normalmente é tomada com base na experiência adquirida em projetos semelhantes à medida que estes ofereçam dados para a tomada de decisão ocorra de forma racional. 

Um segundo aspecto envolvido na inovação é o grau de ruptura que a inovação traz com o modelo de trabalho existente. O empresário não deseja a ruptura de paradigmas de sua organização, pois a ruptura exige um novo modelo de organização do trabalho que pode ser de difícil aceitação pela equipe, implicando em menor crescimento das vendas ou redução das margens operacionais. Classificar uma inovação como evolutiva ou de ruptura varia de empresa para empresa. 

No caso do segmento varejista a tecnologia de RFID tende a seguir a curva normal das novas tecnologias onde há um entendimento de que é meramente a evolução do código de barras, sendo que para uma minoria pode ser considerada uma ruptura com o modelo estabelecido de leitura e processamento das mercadorias.

Como o consumidor percebe o valor agregado pelo RFID

O lojista sendo o elo final de ligação do cliente com o fabricante é o ponto onde o cliente final tem contato com o valor monetário resultante do esforço para produzir, distribuir, e vender um bem, acrescido do lucro. A percepção do cliente sobre este valor nem sempre é correta, pois o cliente nem sempre sabe mensurar todos os fatores que formam o preço, e neste caso ele mensura o preço ao fazer a comparação do valor com os valores praticados pela concorrência.  

Esse movimento dos clientes finais faz com que empresas concorrentes padronizem os preços, e para destacar-se na avaliação que o cliente faz do mercado é necessário diferenciar o produto daquilo que o mercado oferece. Esta diferenciação toma corpo quando o processo de experiência do produto é caracterizado pelo emprego da tecnologia nos serviços que complementam a experiência do produto. Esta complementação passam a ser fundamental para elevar o ponto de venda a um novo patamar com serviços tais como :

  • Disponibilidade na prateleira ->" A loja sempre tem o produto que procuro!"
  • Facilidade de negociação -> "Sempre faço uma boa compra com as ofertas relâmpago!"
  • Prateleira organizadas  -> "Como o Atendimento é rápido e certeiro!"
  • Atendimento diferenciado -> "Como a voz do Provador sabe oferece boas combinações!"
  • Abastecimento inteligente -> "Sempre encontro a cores e tamanhos que procuro!"

Nota-se que o que realmente permite destacar o preço da média da concorrência é o valor subjetivo percebido pelo consumidor durante sua experiência com o item na loja. A experiência do cliente em lojas que empregam a tecnologia torna-se compensadora, pois há como certificar que o produto corresponde a seus desejos. Neste caso temos que o custo do umprego da etiqueta inteligente é facilmente compensado através da inteligência associada ao seu uso, favorecendo as vendas com o conseqüente aumento da lucratividade.

http://www.stark-id.com.br/rt2/index.php?option=com_content&vie...

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