Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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#OFuturodaModa: como a solidão levantou questionamentos sobre nossos hábitos de consumo

O novo mundo será mais coletivo e menos umbigo, a tecnologia e a economia circular vão mudar a moda e isso é só o começo. Falamos com um time de especialistas e ajudamos você a entender o que vem por aí em quatro matérias especiais. 

A primeira delas fala sobre o que chamamos de “Da selfie ao cosmos”.

 

O que é

Crise econômica, instabilidade política e social, problemas climáticos, refugiados, atentados e solidão: é difícil não se abater com a avalanche de notícias preocupantes. Nesse contexto, é natural que a sociedade procure caminhos para alcançar algum tipo de conforto, alívio ou transcendência. E também soluções para modificar esse cenário. Com as religiões tradicionais ocupando lugares diferentes nas comunidades, muitas pessoas estão focando essa busca na construção de práticas menos formais de espiritualização, baseadas no desenvolvimento individual, mas também no coletivo, e menos preocupadas com a hierarquia. Do ponto de vista mercadológico, entram em cena produtos que incorporam o discurso místico.

Na teoria

O turbilhão da hipermodernidade levantou questionamentos sobre os nossos hábitos e sofrimentos. “Atualmente, é difícil encontrar pessoas que não tiveram pelo menos um caso de depressão ou ansiedade na vida. Isso muda nossos desejos e também influencia o mercado”, assinala Eduardo Biz, pesquisador da agência Box 1824.

O mundo das selfies é divertido, mas o exagero tem criado distúrbios de obsessão por likes e uma grande onda de isolamento e solidão. A proposta para combater esse baixo astral é adotar pequenas atitudes que aliviem a pressão e tragam consolo imediato, além de buscar alternativas com benefícios espirituais mais duradouros.

Essa corrente aparece com muita força no âmbito cultural, com o surgimento de grupos e rituais com jeitão neohippie.“Ao mesmo tempo que a tecnologia continua crescendo, há uma ideia de volta às raízes e a estruturas mais horizontais”, reitera Marcela Righi, estrategista criativa do Google e do jornal Financial Times.

Isso pode significar desde o revival da música folk e de uma dieta menos industrializada até organizações políticas e religiosas menos hierarquizadas. “Existe uma vontade de ajudar e um novo fluxo de informação que fala de união para a construção de algo feito coletivamente.” É como se cada esforço reverberasse em algo mais amplo. Trata-se de uma forma de interpretar o conceito de que estamos todos conectados – seres humanos, planeta e universo – e que atitudes pontuais têm impacto no todo. É claro que muito disso, por enquanto, não passa de marketing, o que não desqualifica as iniciativas as iniciativas sérias e o desejo real de buscar conexões mais fraternais e menos superficiais do que seguir alguém nas redes.

No mercado

No mundo da beleza, aumenta a oferta de tratamentos holísticos, em busca de longevidade e qualidade de vida. “Os conceitos como energia positiva e negativa, e até mesmo os fundamentos dos chacras indianos, estarão cada vez mais ligados aos tratamentos de beleza oferecidos no mercado”, conta Lorena Borja, coolhunter do Núcleo de Cultura e Extensão da Faap. “Haverá um aumento na demanda por terapias que não cuidam só do exterior. As mulheres buscarão serviços e que aliem estética, melhoria da vida sexual, prazer e um relaxamento mais intenso”, diz.

Na Califórnia, a Moon Juice, marca de sucos prensados a frio, promete um detox mental além do físico. “Representamos um estilo de vida que vai muito além dos sucos, leites e snacks que criamos. É uma força de cura, uma poção mágica”, descreve Amanda Chantal Bacon, fundadora da empresa. Criada em 2012 após uma viagem ao Peru, a label Mama Coca aposta em uma produção “cósmica”, como eles definem. “Pegamos o signo, a numerologia e os interesses da pessoa e criamos uma joia a partir deste cruzamento, algo que se conecta à personalidade dela”, explica a designer Lívia do Lago Basile.

Por Fernanda Jacob

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