Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Oportunidades e Ameaças Para o Setor Têxtil e de Confecção

O crescimento da renda média do brasileiro irá dobrar o mercado de roupas, calçados e acessórios no País até 2014. Em uma aparente contradição, a notícia pode não representar crescimento semelhante para a indústria nacional. Os custos de produção e a concorrência estrangeira são preocupações do empresariado e podem minguar os ganhos que deveriam gerar renda e novos negócios no Brasil. Nesta sexta-feira (26/08), o vice-presidente da Fiemg e presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz, falou a dirigentes de sindicatos patronais mineiros sobre as oportunidades e ameaças para esses setores.

Diniz traçou esse panorama durante o Projeto Dirigente 2011, que reúne empresários e líderes de sindicatos patronais filiados à Fiemg. Ele mostrou a relevância do setor para a geração de emprego e renda. Entre postos de trabalho diretos e indiretos, são 8 milhões de vagas abertas em todo o País, ou 16,5% do total gerado na indústria. Isso significa que para cada R$ 10 milhões em faturamento, existem aproximadamente 1,3 mil vagas abertas. Dados mais recentes apontam que as empresas brasileiras faturam R$ 90 bilhões. São responsáveis por 3,5% do PIB.

Com números tão expressivos, os empresários do setor pleiteiam proteção do mercado nacional para que não exista competição desleal com produtos estrangeiros. "Somos importantes e relevantes para o Brasil. É preciso que haja condições iguais para concorrermos com outros países", pede Diniz, que é também presidente da indústria têxtil Cedro e Cachoeira.

A preocupação com os produtos estrangeiros é real. A balança comercial do setor já é deficitária. De janeiro a julho deste ano, o número é negativo em U$ 2,8 bilhões. A queda na exportação foi de 5,1%, o aumento na importação de 41,2% e o crescimento do déficit chega a 69,5%. Desse total, a China é responsável por 60%, de acordo com o presidente Aguinaldo Diniz.

"Perdemos mercado interno e postos de trabalho para os asiáticos", conta Diniz. Além da fiscalização de origem e certificação para a importação, ele cita as compras governamentais como um possível trunfo para a indústria nacional. "Hoje, as roupas do Exército brasileiro são chinesas", lamentou.

O presidente da Fiemg, Olavo Machado Junior, fez coro ao receio de Diniz quanto aos produtos chineses. Ele informou que a demanda brasileira representa apenas 5% da capacidade da China. Para Machado, debater a competitividade do Brasil significa discutir se o país quer ou não ter, de fato, uma indústria nacional.

Brasil Maior

Aguinaldo Diniz classificou o Programa Brasil Maior, divulgado pelo Governo Federal no dia 2 de agosto com benefícios para o setor têxtil e de confecção, como um primeiro passo para a desoneração e aumento da competitividade da indústria nacional. "Pela primeira vez ouvi falar em preservar o mercado e a produção internos. Fiquei feliz por isso, mas os benefícios ainda são pequenos. É importante pela janela aberta para o debate", afirmou.

Fonte:|http://www.protec.org.br/politicas_publicas_detalhe.php?id=19059&am...

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