Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Face à cada vez maior procura, a indústria de vestuário do Laos tem tentado implementar novas estratégias para se tornar mais atrativa para os trabalhadores, desde melhorar as condições de vida e laborais até à criação de programas de formação específicos. 

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Os desafios de Laos – Parte 2

Embora registe uma maior procura internacional, a indústria de vestuário do Laos tem registado um enorme entrave ao seu crescimento: a falta de mão de obra (ver Os desafios de Laos – Parte 1).

Atualmente, a indústria de vestuário emprega entre 20 mil e 30 mil trabalhadores no país e o presidente da Associação da Indústria de Vestuário do Laos (AIVL), One-Sy Boutsivongsakd, acredita que há várias razões pelas quais se deve expandir. Estas incluem ajudar a mitigar a pobreza, tendo em conta que é o principal sector empregador da indústria no pequeno país de apenas 6,5 milhões de habitantes, e uma fonte fulcral de emprego pouco qualificado para jovens mulheres.

One-Sy sublinha que os trabalhadores do vestuário começam a receber 100 dólares (cerca de 77 euros) por mês, com este valor a aumentar para 120 dólares depois de dois anos. Os supervisores de linha ganham 150 a 200 dólares por mês, afirma.

Enquanto presidente da AIVL desde 1995 e presidente rotativo da Federação das Indústrias Têxteis (AFTEX) dos países da Asean, One-Sy está a observar de perto os desenvolvimentos que podem afetar os interesses da indústria de vestuário.

Entre as suas preocupações estão as mudanças que o governo canadiano está a fazer no seu regime de Tarifas Preferenciais Gerais (TPG), que dá tratamento de isenção de taxas a várias importações de países em desenvolvimento.

Embora o Laos enquanto País Subdesenvolvido se vá manter como beneficiário sob o TPG a partir de 2014, pode perder tratamento sem taxas sobre os materiais que compra a países como a China, Hong Kong e Indonésia, que deverão perder a sua elegibilidade para o TPG.

One-Sy tem também sentimentos mistos em relação à ambição do governo do Laos para melhorar o estatuto do país de País Subdesenvolvido para País em Desenvolvimento até 2020. «Aí, iremos perder o nosso estatuto do GSP para exportar sem taxas para a UE», sublinha. A UE é, de longe, o principal mercado das exportações do Laos, representando 84% do total em 2012.

E recomenda ao governo que coloque restrições à emigração ilegal de trabalhadores do Laos, que emigram para países como a Tailândia, uma vez que a emigração contribui para a falta de mão de obra enfrentada pelos produtores de vestuário.

Reduzir a insatisfação dos trabalhadores
Os proprietários de empresas de vestuário no Laos compreendem muito bem que a elevada rotatividade laboral – causada pela insatisfação dos trabalhadores com uma supervisão rígida, fracas condições de trabalho e alojamento e horas extra excessivas – não só prejudica a produtividade da empresa e, consequentemente, a sua rentabilidade, como também afeta a competitividade e sobrevivência da indústria a médio e longo prazo.

Ramon Bruesseler, diretor da Câmara de Comércio e Indústria da Europa na capital Vientiane, sublinha que o governo acredita que pode ajudar a prosseguir uma política de «diversificação geográfica» - levando as fábricas aos trabalhadores em vez de trazer os trabalhadores às fábricas, muitas das quais estão em Vientiane.

Outros esforços para aumentar a satisfação e motivação dos trabalhadores tiveram graus diferentes de sucesso. A Trio Lao Export, uma empresa austríaca especializada em vestuário de trabalho, tornou-se na maior empresa de vestuário do Laos, empregando 2.274 trabalhadores. Tem uma taxa de rotatividade de trabalhadores incrivelmente baixa, graças aos seus investimentos para criar um ambiente agradável para os trabalhadores, incluindo um jardim de infância e escolas para os filhos dos trabalhadores.

A Hi-Tech Laos equipou os espaços de trabalho com ar-condicionado e fornece cinco conjuntos de vestuário de trabalho aos trabalhadores todos os anos, embora apenas alguns deles os usem.

E a empresa italiana Alpilao, que tem 1.700 trabalhadores, foca-se na qualidade (ISO-9001), cumpre padrões sociais (WRAP, BSCI) e está a fazer parcerias com clientes premium como a Benetton, El Corte Inglés, Pierre Cardin e Geox.

Mas talvez o melhor exemplo de crescente motivação entre os trabalhadores, que abre novas janelas para que tenham um trabalho mais interessante, reconhecimento e responsabilidade, é o do Centro de Desenvolvimento de Competências no Vestuário (CDCV), impulsionado pela especialista alemã Wilma Driessler e o diretor local Borivon Phafong.

Não só as costureiras são formadas no CDCV – pagam 50 dólares do seu bolso para 18 dias de formação nos sábados ou domingos livres – como também controladores de qualidade, supervisores e diretores. O CDCV também oferece Formação de Formadores para apoiar os próximos projetos de recrutamento.

Fundado em 2010, o CDCV foi criado pelo Fundo de Desenvolvimento do Comércio, financiado pelo AusAid, a UE e administrado pelo Banco Mundial. E como está ligado ao Programa Comum de Competências do Asean, assim que os trabalhadores do vestuário concluem um Teste de Certificação recebem um certificado reconhecido em todos os 10 países do Asean.
 http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/42643/xmview/...

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