Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Para varejo de vestuário e calçados, controle das despesas e processos foi fundamental em 2014
O ano de 2014 foi desafiador para o varejo de vestuário e calçados. O foco na Copa do Mundo, o ambiente macroeconômico em declínio, a alta dos juros e a baixa expansão da massa salarial prejudicaram as vendas de um segmento que em parte vive de crédito (que representam grande parcela das receitas dos grandes varejistas), em parte depende da renda disponível.


Como não houve contribuição nem de um lado, nem do outro, o desempenho do setor foi modesto. Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve queda de 1,1% no volume de vendas, ainda que com alta de 3,4% nas receitas.
Os varejistas que têm capital aberto e que, por isso, divulgam seus resultados, contam histórias diferentes. Quem conseguiu controlar seus custos ou conseguiu reforçar suas operações financeiras cresceu. É o caso da Lojas Renner, que conseguiu diminuir em 1% suas despesas operacionais e ampliou em 25,1% suas receitas com produtos financeiros, que chegaram a R$ 217,5 milhões. Na última linha, a diferença aparece de forma nítida: alta de 15,7% nos lucros líquidos em relação a 2013, para R$ 471,4 milhões. As vendas em mesmas lojas cresceram 11,1%, o faturamento líquido 19,4% (para R$ 5,2 bilhões) e a margem bruta da operação subiu 1,1 ponto percentual, para 53,8% das vendas.


A empresa destacou, em sua apresentação de resultados, as melhorias nos processos de captura de tendências e desenvolvimento de produtos, a melhor administração dos estoques e o aperfeiçoamento da gestão comercial como aspectos que melhoraram a alocação e a distribuição dos produtos nas lojas, impulsionando vendas e lucros.


A Riachuelo, por sua vez, apresentou um crescimento de 16,2% na receita líquida, para R$ 4,7 bilhões, mas excluindo lojas novas o avanço foi de apenas 1,4%. As despesas operacionais médias por loja recuaram 1,4% e a margem Ebitda ficou estável em 23,7% das vendas. A operação financeira Midway representou 31,3% do Ebitda de R$ 888,9 milhões.


Na Marisa, as receitas financeiras tiveram um crescimento de 36,4%, para R$ 287,19 milhões, e fizeram com que a empresa aumentasse seus lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) em 4,4%, para R$ 387,2 milhões. Com a readequação das operações da empresa ao longo do ano, era esperado que 2014 fosse um ano de resultados modestos: a receita líquida subiu 3,5% sobre 2013, para R$ 2,6 bilhões, com expansão de 0,2% em mesmas lojas. O lucro líquido da empresa caiu 40,3% no ano, para R$ 51,5 milhões.


A visão dos especializados
Fora das grandes lojas de departamentos, o cenário também ficou acima da média do setor, exceto para quem não conseguiu manter os custos em ordem. Na Restoque, dona de marcas como Le Lis Blanc, John John, Rosa Chá e Dudalina, o ano foi de alta de 20,9% nos lucros líquidos, para R$ 109,2 milhões. O Ebitda avançou 26,2%, para R$ 315,9 milhões, mesmo com um crescimento de apenas 4,3% nas vendas, para R$ 1,2 bilhão.
O resultado foi possível por conta da redução de 5 pontos percentuais nas despesas da Restoque e de 1,5 ponto percentual na Dudalina (em relação à receita líquida). No quarto trimestre do ano, as despesas operacionais encolheram 7,9 pontos percentuais sobre o mesmo período de 2013. É de se esperar que a empresa aproveite melhor as sinergias possíveis entre as operações Restoque e Dudalina e continue a obter ganhos de eficiência em 2015.


Na Arezzo, que opera as redes Arezzo, Anacapri, Schutz e Alexandre Birman, 2014 viu um crescimento de 9,3% nas receitas líquidas, para R$ 1,05 bilhão, mas o resultado líquido avançou somente 2%, para R$ 119,6 milhões. A empresa conseguiu reduzir ligeiramente suas despesas operacionais (0,4 ponto percentual), por conta do ganho de eficiência em processos, e acelerou a distribuição das coleções nas lojas Arezzo. A redução das rupturas nas linhas Basic e Fast Fashion gerou um aumento de 6,7% nas vendas.


No setor de vestuário e calçados, porém, a Hering foi a empresa que teve o ano mais complicado. A empresa implementou em 2014 seu novo plano de negócios, que envolveu mudanças no sortimento, reformatação da comunicação e relançamento da linha de produtos básicos. As vendas recuaram 0,4% sobre 2013, para R$ 2 bilhões, com expansão de 0,3% no varejo multimarcas e queda de 2,9% na rede de franquias.

O desempenho foi atribuído pela empresa à alta dos estoques e à queda da confiança dos consumidores. Com isso, a empresa não conseguiu diluir seus custos fixos. O excesso de estoques em um momento de baixa demanda ainda contribuiu para o aumento das vendas em liquidação, prejudicando ainda mais os resultados. Assim, o Ebitda caiu 9,8% no ano, para R$ 395,8 milhões, mas a empresa conseguiu ainda ter um lucro líquido 0,2% superior ao do ano passado: R$ 318,9 milhões.

Revista No Varejo on-line – SP

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