escrito por Fábio Campos Fatalla, diretor da Interface Engenharia Aduaneira
A sociedade tem um grande desafio para os próximos anos: construir um mundo sustentável com emprego para bilhões de pessoas. E é um desafio e tanto, já que a desindustrialização bate na porta de grandes países, que não podem viver somente de compra e venda. Os Estados Unidos são um exemplo claro deste problema, já que muitas de suas principais marcas transferiram as linhas de produção para a China. O objetivo da redução de custos foi atingido, mas a que preço: já são milhões os norte-americanos desempregados e sem perspectiva para o futuro.
Neste início de semana, ganhou destaque declaração do presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, que intensificou o alerta da falta de empregos no Brasil e da pouca competitividade diante dos países asiáticos. Mesmo com perspectiva de desoneração da folha de pagamentos e a unificação da alíquota do ICMS para mercadorias importadas da cadeia produtiva, a indústria têxtil tem em vista o início do processo de demissão de trabalhadores. Apesar da gradual diminuição do desemprego do Brasil, será que agora vamos tomar o mesmo rumo norte-americano?
Mesmo na China o panorama não é dos mais promissores. As autoridades asiáticas estão procurando mercados mais baratos para a produção de mercadorias, como no continente africano, já que fabricar na China já não é mais tão barato e eficiente como era há alguns anos. E a tendência é de que os custos aumentem.
Todos os países precisam atentar para a necessidade de industrialização. Dinheiro e a criação de empregos não podem acontecer somente em determinados mercados. A tendência é que a indústria chinesa, aos poucos, tenha valores de custos próximos a de outros países, permitindo que, diante de uma política bem resolvida, Estados Unidos e Europa se recuperem da atual crise de empregos. No entanto, isso não irá acontecer apenas esperando o tempo passar. Do contrário, a China reterá todo o poder, o que poderá gerar um conflito mundial sem precedentes.
A partir do momento em que a produção mundial estiver mais equilibrada, o dinheiro voltará a circular novamente, e aí irá prevalecer a tecnologia. Daí a importância que o governo brasileiro necessita conceder para investimentos em tecnologia, muito mais do que tentar fazer a indústria competir com baixos custos de mão de obra.
O Brasil está sempre um passo atrás dos países desenvolvidos no âmbito tecnológico. No entanto, a Interface Engenharia Aduaneira vem percebendo que hoje o mercado se preocupa em analisar a qualidade dos produtos comprados no exterior e dos maquinários importados para a produção de mercadorias em território nacional. Nossos clientes vêm, no mínimo, nos procurar preocupados em conferir se a mercadoria que comprou é a mesma que vai receber e cuja qualidade havia sido aprovada inicialmente.
Portanto, a questão de qualidade do produto tem tudo a ver com a venda do serviço agregado. Nem na China há milagre. Diante desse cenário, ressaltamos a importância de conferir a qualidade do produto adquirido e de preparar nossa indústria tecnologicamente para competir com sustentabilidade no futuro.
Fonte: http://migre.me/5lr88
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