Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

As grifes de luxo, que há muito tempo dependem de pelica e peles de animais para impulsionar as vendas, estão abalando suas cadeias de fornecedores. Duas das marcas mais famosas do mundo da moda — Versace e Gucci — deixaram de usar peles de animais este ano, juntando-se a um grupo que inclui Armani, Ralph Lauren, Michael Kors e Hugo Boss.

Ativistas, que há anos jogam tinta nos casos de peles de celebridades e protestam ao lado das passarelas, estão mirando produtos feitos de couro de crocodilo, jacaré, cobra e avestruz. A pressão contribuiu para uma corrida das marcas de luxo para impor padrões de bem-estar animal a seus fornecedores de peles exóticas.

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Algumas empresas de moda financiam empresas de tecnologia que trabalham para desenvolver couro em laboratórios. E companhias que antes viam os grupos de direitos de animais como um incômodo agora se consultam com eles sobre suas políticas para limitar o tratamento cruel.

A francesa Hermès International, em 2015, teve uma demonstração dos danos que as acusações de maus-tratos com animais podem infligir a uma marca. A organização não governamental People for the Ethical Treatment of Animals (Peta) divulgou um vídeo em fazendas de crocodilos no Texas e no Zimbábue que forneciam couro para a empresa, mostrando crocodilos empilhados em poços de concreto e sendo abatidos. O vídeo levou a cantora e atriz britânica Jane Birkin a pedir à Hèrmes que retirasse seu nome da icônica bolsa de pele de crocodilo.

Jane Birkin reverteu sua posição algumas semanas depois, após conversar com a Hèrmes. Mas, desde o incidente, as importações francesas de peles de crocodilo caíram mais de 30%.

A mudança na indústria é impulsionada em parte por consumidores mais jovens, que se tornaram clientes-chaves do setor. “Esta é uma questão geracional. São empresas que nem sequer se encontrariam conosco há uma década atrás”, afirmou Dan Mathews, vice-presidente sênior da Peta. “As companhias percebem que os consumidores têm uma ligação emocional com as marcas, com base na forma como a empresa atua.”

Mais de dois terços dos consumidores com menos de 35 anos estariam dispostos a pagar mais por produtos feitos de forma sustentável, de acordo com uma pesquisa de 2017 da Bain & Company. “Nós vemos uma forte mudança no sentimento do consumidor”, disse Claudia D'Arpizio, sócia da Bain focada na indústria do luxo. E no comportamento também. Tênis e camisetas, um visual bem diferente da estética berrante de uma bolsa de pele de crocodilo, estão entre as categorias de produtos que mais crescem na indústria do luxo.

Na Prada, as peles exóticas estão saindo de moda. A marca italiana tem concentrado esforços de marketing em uma linha de bolsas feitas de nylon.

“O nylon incorpora o princípio fundador da linguagem de design modernista de Miuccia Prada”, disse o presidente da Prada, Carlo Mazzi. “É a nossa recente forma preferida de expressão.”

A marca Hugo Boss lançou um sapato feito de fibras de abacaxi. E Vicki von Holzhausen, uma ex-projetista da indústria automobilística, criou uma linha de bolsas que usa um tecido de alta tecnologia derivado do tecido usado nos interiores de carros de luxo.

A estilista londrina Stella McCartney, que descartou o uso de couro e peles, viu as vendas crescerem fortemente nos últimos anos. A estilista não divulga os resultados gerais, mas disse que a receita anual em sua afiliada no Reino Unido dobrou entre 2011 e 2016, atingindo 42 milhões de libras (US$ 56 milhões) em 2016.

Os artigos de couro exóticos trazem alguns dos melhores preços à indústria de moda de luxo. As bolsas Birkin, da Hermès, são vendidas por dezenas de milhares de dólares quando feitas de pele de crocodilo.

No longo prazo, as marcas de luxo estão buscando alternativas com couro de vaca. A Gucci e sua controladora Kering estão apoiando empresas que desenvolvem técnicas para cultivar couro a partir de culturas de células animais.

A Modern Meadow, uma empresa sediada em Nova Jersey, nos Estados Unidos, planeja lançar no próximo ano um tecido parecido com couro, com uma marca de luxo. No início deste ano, assinou um acordo com a Evonik, companhia química com experiência em fermentação microbiana, para produzir seu tecido "biofabricado" em escala comercial. Esses têxteis cultivados em laboratório diferem das alternativas de couro existentes, como o Naugahyde, porque são feitos com células vivas.

“Recebemos pedidos de parcerias de quase todas as grandes marcas e de marcas menores que você possa imaginar”, disse Suzanne Lee, diretora de criação da Modern Meadow.

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