Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O estilista brasileiro que nos enche de orgulho mundo afora, assume um novo desafio em um dos momentos mais oportunos e conversa com a gente sobre muita coisa: inspirações, juventude, vontade de mudar o mundo. Tá tudo aqui!

Mais uma imagem da coleção criada por Pedro Lourenço pra Nike (Foto: Divulgação)

 

Ele tem 23 anos. Mais de 10 de carreira. E muita história pra contar. No seu mais novo capítulo, agora é o estilista convidado pra desenhar uma coleção (mundial) que marca um novo momento da Nike com o público feminino. Com a moda fazendo parte tão fortemente do esporte, e o esporte assumindo seu lugar no lifestyle da mulher, nada mais justo do que chamar quem tanto preza pelas formas femininas, adora trabalhar com tecidos tecnológicos e é capaz de trazer ares de couture pra qualquer ambiente! Pedro Lourenço, o estilista brasileiro que melhor tem representado o Brasil mundo afora, bateu um papo-delícia com a Glamour durante o lançamento do projeto, em Nova York. E atenção: ele está cheio de ideias. O que sempre pode ser o sinal de uma grande revolução prestes a acontecer. Olha só:


Paleta de alta-costura
"Essa coleção muitas referências: umas fotos da atriz Marisa Berenson, dos anos 70, nua na praia. Tem Helmut Newton, mulheres fortes de preto, com atitude fetichista. Tem o shape de couture do anos 60. E também o trabalho de um artista plástico que vai do vidro ao espelho, em um efeito degradê. Mas dei bastante atenção à cartela de cores. A Nike costuma trabalhar cores intensas, estampas fortes. E a coleção eu desenhei em nude e preto. Na página seguinte do projeto eu falei que se a cartela fosse muito conceitual, faria versões coloridas pra cada peça - com variante de cores, como vermelho com preto. Mas eles falaram que isso não era relevante e que queriam a minha visão, com o preto e o nude mesmo".

 

Pedro Lourenço 1 (Foto: Divulgação)

 

A função define a forma
"Durante o processo de produção, a coleção teve apenas uma alteração. E eu achei a alteração positiva. No conceito de moda ligada ao esporte, as adaptações sempre tem um porquê. É uma adaptação funcional. Eu adoro a expressão 'a função define a forma'. Na natureza, um animal tem um rabo enorme porque ele precisa equilibrar o corpo, não é a toa. E a beleza está nisso. Eu tenho uma grande dificuldade de discernir entre o feio e o bonito porque eu acho eles iguais. Eu gosto do feio. Sempre vejo beleza. É só uma questão de codificar de uma maneira nova pra se tornar desejável. Meus pais se surpreendiam com as minhas escolhas estéticas quando criança. Eu não tenho muito preconceito. Pra mim, qualquer lugar ou referência podem ser bons. Mas é muito difícil viver assim, porque você gosta de tudo e nunca sabe pra que lado ir!"

Pedro Lourenço Nike (Foto: Divulgação)

 


Obsessão
" Tô obcecado em pensar em como a moda é distribuída, manufaturada e comunicada hoje em dia. Tô num momento quase 'não fashion'. Tentando analisar porque o schedule da moda continua o mesmo se o mundo inteiro mudou. A minha coleção, da minha marca, tô tratando de uma maneira diferente, deixando ela muito mais exclusiva e produzindo menos quantidade da coleção de desfile, como um laboratório, pra eu ir testando o desenvolvimento da moda, e ao mesmo tempo repensando como o mercado pode se reformatar. Acho que vai ter que se reformatar. Principalmente em termos de calendário. Será que a gente precisa lançar coleção duas vezes por ano? Inverno/verão, isso ainda faz sentido? Ou será que pode ser só uma coleção? E quando essa coleção for lançada, ela já não tem que estar na loja? Lançou, tá na loja, sendo vendida, criando desejo? Isso tudo é uma prioridade pra mim agora, vamos ver no que isso vai dar! Eu tenho essa responsabilidade. Sou jovem. Tenho que fazer de um jeito novo".

Pedro Lourenço Nike desfile (Foto: Divulgação)

 

E você é jovem há muito tempo né, Pedro?
"Daqui a pouco isso vai acabar. Tô no útimo suspiro (risos, muitos risos!). Mas tô no mercado há muito tempo! Nos anos 90 eu era uma criança, mas tenho muitas referências dessa época. Me sinto muito sortudo de ter vivido esse momento específico da moda. Fui em um desfile da Comme des Garçon em 97 (ele tinha 7 anos) que era em silêncio, a sala toda branca, tinha uns bancos, as modelos usavam umas roupas com uma corcunda, com tecidos transparentes amarrados, saias de papel amassadas. Pra mim foi a última grande transformação da silhueta. Tive a oportunidade de assistir vários desfiles da Comme, mas esse foi um que tenho certeza que vários estilistas que estão no comando da indústria de luxo hoje, os que tem uma visão mais interessante de moda, eles iam querer ter vivido esse momento. E com um olhar infantil, que era como se fosse um sonho".
 

Pedro Lourenço, Nike, Paola Deodoro (Foto: Divulgação)

Assista ao vídeo aqui:

 http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=YI3YwrEh_80

http://revistaglamour.globo.com/Moda/Fashion-news/noticia/2014/10/p...


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revoluçao? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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