Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Marina Pereira, da GS1: tecnologias digitais ainda são pouco exploradas

Garantir melhor qualidade da produção, reduzir o tempo de desenvolvimento e lançamento de novos produtos, aumentar a eficiência do uso de recursos, diminuir os índices de desperdícios e viabilizar novos modelos de negócios são desafios que têm tirado o sono dos empreendedores. Tecnologias como inteligência artificial, machine learning, computação cognitiva, analytics e internet das coisas são algumas das ferramentas para se atingir esses objetivos e chegar à chamada indústria 4.0, na qual a qualidade das informações tem peso de ouro.

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"Em pouco tempo, todo negócio no planeta se tornará um negócio de dados. Isso implica uma transformação digital dentro das empresas", afirma Ronaldo Lemos, representante da MIT Media Lab para o Brasil. "É preocupante que 20% dos dirigentes de empresas brasileiras, segundo pesquisas, não planejam fazer nada nessa direção, colocando em risco a longevidade de seus negócios."

A preocupação faz sentido. Estudo feito pela GS1 Brasil - Associação Brasileira de Automação revela que o uso de tecnologias digitais na indústria brasileira é pouco explorado. Em uma escala de 0 a 1, a indústria é o setor mais automatizado (0,26). Comércio e serviços alcançaram 0,19. Na média, o país tem um índice de 0,22 de automação em suas empresas. "Estamos engatinhando no que diz respeito à indústria 4.0, que soma tecnologias físicas e digitais", diz Marina Pereira, gerente de P&D da GS1. "No Brasil temos os dois extremos: algumas empresas de grande porte estão 99% automatizadas; na outra ponta, onde está a maioria das pequenas empresas, a automação não chega a 10% ", compara.

Com duas lojas no bairro do Brás, em São Paulo, o atacado de roupas infantis Brascol foge à regra. Há quatro anos integrou todo o seu sistema de estoque com a ajuda da tecnologia RFID (identificação por radiofrequência). Sem a tecnologia, a empresa levava 54 minutos para bipar 280 peças no código de barras, embalar e entregar o romaneio no caixa. Eram 40 checkouts de código de barras, 90 funcionários na expedição e o processo, lento e pouco produtivo. "O cenário era complexo", diz Sergio Gambim, fundador da ITag e responsável pela implantação da solução de RFID. "Longas filas se formavam, alguns clientes desistiam da compra. A empresa tinha um espaço grande, volume de produtos, clientes fiéis, mas faltava eficiência no checkout". A mudança foi radical. Com a adoção da tecnologia RFID em mais de 1,5 milhão de peças por loja, os 40 checkouts se transformaram em cinco portais de leitura RFID, o quadro de funcionários caiu para 30 e o processo de identificação, embalagem e entrega de romaneio diminuiu de 53 para 14 minutos.

As chamadas etiquetas inteligentes, que acumulam informações do produto, permitindo seu rastreamento ao longo de toda a cadeia, são apenas uma das ferramentas disponíveis para a indústria 4.0. Há uma infinidade de outras possibilidades, entre elas, a impressão 3D. A tecnologia tem encontrado espaço em gigantes do mercado, como a Mercedes Bens do Brasil - onde gerou economia de 72% na produção de protótipos - e nas pequenas e médias empresas, a exemplo da gaúcha PEEL Projetos de Produtos, especializada em moldes para a cadeia de desenvolvimento de produtos.

Aberta há dois anos, em Esteio, RS, a empresa investiu R$ 400 mil em uma impressora 3D para produção de moldes impressos. "Viajamos até a Alemanha para conferir os benefícios que a mudança traria para o nosso negócio", afirma Cristian Mello, sócio-diretor. "Percebemos que funcionaria, embora ainda fosse uma tecnologia muito nova." Os resultados, segundo o empresário, superaram as expectativas. O tempo de produção dos moldes impressos foram reduzidos pela metade e os custos para validação do projeto, antes divididos em três etapas, ao preço de R$ 15 mil a R$ 20 mil cada uma, praticamente zeraram, em razão de 100% da aprovação do produto já no protótipo.

Para Anderson Soares, diretor da Stratasys, especializa em tecnologia aditiva aplicada, as empresas, principalmente as de pequeno e médio porte, ainda não perceberam o quanto a nova tecnologia pode mudar a realidade do negócio. "É possível entregar um protótipo na fase conceitual do produto com textura, cores e resistência do produto final", diz. "Há economia de tempo de cerca de 60%; de custos, na casa dos 70%, além de ganho de produtividade e eficiência, porque se tem o produto nas mãos antes da manufatura." Segundo ele, o maior uso da tecnologia 3D no Brasil se dá em processos de manufatura de ferramentas que ajudam na montagem do produto, como moldes, protótipos, fixadores e peças de reposição para a linha de produção. "O próximo passo será a sua adoção para fabricar o produto final", afirma.

http://www.gsnoticias.com.br/noticia-detalhe/todas/pequenos-avancam...

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 As chamadas etiquetas inteligentes, que acumulam informações do produto, permitindo seu rastreamento ao longo de toda a cadeia, são apenas uma das ferramentas disponíveis para a indústria 4.0.

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