Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

PETROBRAS: Um desapego de US$ 13 bilhões! Petroquímica Suape no plano de desinvestimento

Plano de desinvestimento da Petrobras trará blocos exploratórios, campos em produção, ativos de distribuição de gás natural, plantas de geração de energia, rede de postos, FPSOs e navios petroleiros.

Blocos exploratórios, campos em produção, ativos de distribuição de gás natural, plantas de geração de energia, rede de postos, FPSOs e navios petroleiros. Este é o pacote que deve ser oferecido ao mercado no novo Plano de Desinvestimentos da Petrobras, que pretende levantar US$ 13,7 bilhões até o final do próximo ano, uma tarefa nada fácil considerando a queda no preço do barril de petróleo, a alta do dólar, a situação macroeconômica do país e a descapitalização da maioria das petroleiras mundo afora.

A formatação do modelo de venda está sendo avaliada e será montada pela área de Novos Negócios, comanda por Isabela Mesquita Carneiro. A estratégia integra o trabalho de revisão do Plano de Negócios e envolverá a venda integral e parcial de ativos, sendo que a maior parte dos projetos selecionados está no Brasil. Até momento, não se sabe se a venda irá priorizar ou não a comercialização em pacote ou isolada de cada ativo. Aposta-se volta-se a um mix.

A venda de ativos na área de E&P, que tem como meta levantar algo em torno de US$ 4 bilhões, contemplará blocos exploratórios e campos em produção de pequeno e médio porte na Bacia de Campos, no Nordeste e talvez algo no Sul e no Espírito Santo. Os ativos do cluster do pré-sal da Bacia de Santos não foram incluídos no programa, mas poderá ser incluída a venda de parte de participações em grandes campos, como Marlim, Roncador e Albacora.

Está sendo analisado farm-out parcial e integral em ativos de águas rasas na Bacia de Campos. Áreas como Cherne, Carapeba, Espadarte, Namorado, Marimbá e Vermelho são cotados para desinvestimentos parciais e podem atrair petroleiras brasileiras e americanas de médio porte com tecnologia e recursos para recuperação secundária.

Ativos em desenvolvimento da produção, como os projetos de águas profundas em Sergipe e no Espírito Santo, que vão demandar três novos sistemas de produção até 2020, e a venda de FPSOs – ociosos ou não – também entram no pacote. Desde 2013 a Petrobras vem estudando – apesar de nunca ter tirado do papel – uma solução off balance para suas plataformas de produção. Já chegou inclusive a negociar com algumas empresas, mas não levou o projeto a frente.

O processo mais adiantado é o de venda do FPSO P-34, que desde que foi descomissionado do campo de Jubarte, na Bacia de Campos, está fundeado no Estaleiro Renave, em Niterói. Apesar de não estar produzindo uma gota de óleo, a unidade representa uma despesa anual de para a Petrobras. Em agosto do ano passado, a Noble Denton fez uma avaliação da unidade. As plataformas P-12 e P-27, descomissionadas dos campos de Linguado e Voador, ambos na Bacia de Campos, também está na fila, mas ainda não tiveram nenhum fluxo de aprovação encaminhado.

Ativos em águas rasas da Bacia de Campos serão ofertados no Plano de Desinvestimentos ( Cortesia Petrobras )

Na Área de Abastecimento, onde outros US$ 4 bilhões devem ser levantados, a ideia é a venda de participação em parte da rede de postos, na Petroquímica Suape, e em participação nas usinas de biodiesel e etanol. É certa a venda de navios da Transpetro para fazer operação sell to lease, como a estratégia montada para FPSOs. A subsidiária da Petrobras possui hoje 54 navios em sua carteira, entre próprios e afretados. Também vão integrar o pacote a venda de participação em distribuidora de gás natural. A Petrobras tem fatia de todas as distribuidoras de gás no país, com destaque para a concessão para distribuição de gás natural no Espírito Santo, que é da BR Distribuidora, a participação de 26% que a Gaspetro detém na CEG Rio e Gas Brasiliano, que é 100% Petrobras.

Na área de Gás & Energia, a aposta é voltada aos ativos de geração, distribuição e transporte, através da venda parcial de suas participações, estando fora do negócio as unidades de fertilizantes, as plantas de GNL e a TBG. Com a necessidade de buscar US$ 5,8 bilhões se desfazendo de ativos, o segmento deve colocar a venda participações em térmicas espalhadas pelo Brasil. Nessa área, a Petrobras possui participação em dez termelétricas, cuja fatia representa 2.065 MW de capacidade instalada, e gestão própria de 16 outras usinas, que totalizam 5.302 MW.

Para se entender a complexidade do projeto que a Petrobras está estruturando, basta comparar o último plano de desinvestimentos da petroleira, que em agosto de 2013 teve aprovada a venda de US$ 2,1 bilhões em ativos. Na ocasião, a empresa vendeu 100% das ações da Petroquímica Innova por US$ 870 milhões, 35% de participação no BC-10, operado pela Shell na Bacia de Campos, por US$ 1,5 bilhão e participação em três campos no Golfo do México por US$ 185 milhões. Os números dão a dimensão do quanto será gigantesca essa nova venda.

A estratégia está sendo discutida por uma grupo pequeno, que inclui o presidente Aldemir Bendine, os sete diretores e mais alguns gerentes executivos e gerais das áreas, além – é claro – do pessoal de Novos Negócios. Nem mesmo os gerentes das unidades de operacionais da área de E&P (UOs) participaram das discussões. Cada diretoria montou seu plano isoladamente.

“O Plano de Negócios tem que ter recursos financeiros para fazer o que é bom para a companhia e, para isso, todos têm que apertar o cinto e uma parte disso é abrir mão de tantos ativos. Tentar revelar valor nos projetos importantes que a companhia tem em carteira”, afirma uma fonte.

A gestão de Bendine está sendo bem aceita na companhia. Na primeira reunião com os diretores, o novo presidente da Petrobras deixou claro que seu foco e do diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Ivan de Souza Monteiro, é garantir a publicação do balanço do terceiro trimestre e resolver o problema financeiro da empresa, deixando a condução das áreas de negócio a cargo de cada executivo da área.

 

FONTE: Brasil Energia

Exibições: 148

Responder esta

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço