Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Plus Size e a necessidade de normalizar | Moda e Empoderamento

Quem acompanha o Modices, já sabe que não é de hoje que a gente fala sobre aimportância da diversidade e da representatividade em todas as suas formas. Inclusive, é lá no nosso grupinho do Facebook (faça parte, miga!) que muitas dessas conversas e trocas de ideias acontecem, e posteriormente viram assuntos aqui. Um dos assuntos que as mulheres mais comentam lá, é sobre o padrão de magreza-não-saudável, que ainda ocupa lugares significativos na indústria de moda e também da falta de naturalidade que tratam o assunto plus size. Claro que muito já se evoluiu, mas ainda há muito caminho a ser percorrido. Eu como parte do Modices Crew (♥) e gorda, venho problematizar mais essa temática por aqui.

Para começar, quero falar sobre o que aconteceu com a Amy Schumer há um tempinho atrás. Aqui vai um resuminho: lá na gringa, a Glamour US fez uma edição só com mulheres plus size e incluíram a Amy nessa “celebração”, mas ela não curtiu a ideia. No Instagram, ela contou que não estava sabendo que estaria na revista e que seria um pouco absurdo incluí-la num nicho de mulheres plus size, já que ela veste entre os tamanhos 6-8 (mais ou menos um 36/38 na conversão para nossas medidas) e isso estaria mandando uma mensagem errada para as jovens leitoras que realmente são plus size. Foi um deslize da Glamour? Com certeza, mas ela não errou sozinha.

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Se você conhece Amy, sabe que o discurso dela é de uma mulher gorda, que inclusive faz piadas não tão legais sobre o corpo. A questão é que ela não é gorda, ela só não é extremamente magra como o padrão impõe. Então, nessa confusão toda, ela também pode ser responsabilizada. Eu entendo a parte dela ficar chateada por não ter sido comunicada que estaria na revista. O que fica confuso é, só “agora”, depois de tantos anos ganhando dinheiro com as piadas de gorda que ela fazia sobre ela mesma, ela questionar e se retirar do posto de plus size – que ela realmente não ocupa. Tá rolando por aí um textoque resume bem o sentimento de quem é realmente plus size e está de espectadora nessa história toda (em inglês).

Essa confusão toda serviu para que mais uma vez seja abordada a importância da normalidade. No caso da revista, por que ela precisava dizer que as mulheres daquela edição eram plus size? Por que ela só não celebrou os diferentes corpos que existem por aí? Por que a sociedade (no geral) insiste em colocar rótulos – principalmente em mulheres? Pensem se não seria muito mais bonito e inclusivo, se as marcas de moda e as revistas simplesmente parassem de colocar as mulheres em certos nichos. E até quando a gente ~está nesse nicho plus size, a gente não se encaixa: ou as roupas são horríveis demais ou elas não têm caimento digno em nossos corpos.

Não seria muito maravilhoso se a gente pudesse entrar em uma loja e, ao invés de encontraruma única arara de roupas de “tamanhos especiais”, a gente encontrasse um lugar de possibilidades e alternativas? Por que é tão difícil fazer roupas sem rótulos? Não é fazer roupa pra gordo e roupa pra magro, é só fazer roupa. Fazer tamanhos que atendam a todos sem colocar divisão. E não seria lindo também, abrir uma revista e se sentir representada por aquelas mulheres que estão ali? Imagina que vitória maravilhosa seria.

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O mundo também precisa parar de achar que uma mulher ser gorda é um crime e nós mulheres temos que entender que não há nada melhor que amar quem a gente é. Tá tudo bem ser gorda, tá tudo bem ser magra, tá tudo bem ser baixa… Tudo a nossa volta muda quando a gente decide se gostar e quando a gente entende que não é o nosso corpo que tem que mudar para caber em determinada peça de roupa ou para atender a um padrão. As roupas é que precisam mudar para caber em diferentes corpos, e é a sociedade quem precisa aprender a respeitar a diversidade em todas as suas formas.

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Não é difícil e já tem gente fazendo. Vamos nos preocupar mais em admirar a luta de uma mulher, do que rotular ela por uma única característica que não chega nem perto de resumir tudo que nós somos.

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O que devemos buscar em uma modelo é comunicação  corporal, a roupa fazemos com que a  tenha caimento não importa a modelo, que seja gordinha ou magrinha, é meu ponto de vista.

 

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