Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Importante setor da indústria, a moda conquista espaço nas discussões sobre políticas públicas. Embora reconhecida pelo Ministério da Cultura, em âmbito local a linguagem busca regulamentação

Silvania de Deus: sem políticas públicas para o setor, a estilista mantem ateliê na Praia de Iracema, desde 1994, apostando num trabalho autoral

A moda é o reflexo de um tempo. Revolucionária, vê suas constantes mudanças acompanharem o virar das estações e este fator, em caracol, refletir imediatamente no campo criativo e na indústria têxtil.

O calendário 2013 da moda brasileira começa a passar suas primeiras folhas. A partir de amanhã, o prédio da Bienal no Parque Ibirapuera de São Paulo, tem seus corredores habitados por designers, estilistas e aficionados pelo universo do estilo. É quando inicia a temporada de verão da São Paulo Fashion Week, o principal evento de moda brasileiro. Em abril, Fashion Rio, Minas Trend e o cearense Dragão Fashion Brasil também entram em cena.

O destaque recebido pelas semanas de moda se deve, em parte, à boa maré econômica pela qual o País vem passando. Dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) apontam o Brasil como o 5º maior parque têxtil do mundo. São 30 mil empresas formais registradas no segmento, empregando cerca de 8 milhões de pessoas. Em números de faturamento, a cadeia brasileira do setor participa com 5,5% do arrecadamento total da indústria de transformação do País.

Esse crescimento acaba se refletindo também numa preocupação maior do poder público. O Ministério da Cultura passou a compreender a moda como linguagem artística a partir de 2010, durante o I Seminário de Cultura da Moda, realizado em Salvador. No Ceará, embora a legitimação da linguagem tropece em percalços políticos, nota-se um grupo de profissionais heterogêneo e ávido por um lugar sob os holofotes.

O designer de moda Antônio Pinto encabeça o debate para a regulamentação da linguagem junto ao Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC). Ele explica que no Caderno de Diretrizes e Propostas do Plano Municipal de Cultura foram apresentadas diretrizes da linguagem moda dentro de eixos específicos. “Essas diretrizes são acompanhadas de propostas dos integrantes do Fórum Permanente de Moda (composto por estilistas, figurinistas, modelistas e áreas afins) e que servirão como base de trabalho para a implementação das mesmas frente a um projeto de cidade, onde moda e cultura tenham seus espaços como dimensão artística e comercial”.

No entanto, as linguagens moda, humor e mídias digitais não foram representadas na formação do CMPC, para o biênio 2013-2015, porque o projeto de formalização e reconhecimento dessas linguagens nunca foi enviado para a Câmara Municipal. “Agora que tomei conhecimento que este processo não foi enviado pela antiga gestão, será uma medida que eu terei de tomar por aqui”, promete Magela Lima, secretário municipal de cultura. “Enquanto isso, os representantes da moda não podem votar no conselho, mas podem participar das reuniões”.

A consultora pelo Ministério da Cultura para elaboração do Plano Estadual de Cultura do Ceará (PEC/CE), Aline Lima, afirma que foram realizados encontros setoriais em 14 microrregiões do Estado. “A moda foi um setor no qual não conseguimos identificar um grupo organizado. Como é uma área que só há pouco foi reconhecida pelo MinC no Conselho Estadual de Cultura, ainda não há representante da área”, explica a consultora.

A estilista Ruth Aragão, integrante do Fórum Permanente de Moda de Fortaleza, explica que o grande desafio para a formação do coletivo é a articulação e o debate acerca de uma política cultural para a Moda no Ceará. Ela sustenta que isso exige uma aproximação dos criadores, das instituições de ensino e dos representantes dos setores têxteis. “Objetiva-se, com o Fórum, a participação na construção de uma política de Estado para a cultura e, consequentemente, para a moda, em contraposição à fragilidade e efemeridade de uma política de Governo”.

Fonte|http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2013/03/16/noticiasjorn...

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