Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Por que Startups, redes sociais e varejistas tem investido em Live Commerce

Por que startups, redes sociais e varejistas tem investido em live commerce

O formato lembra muito o dos canais de TV que vendem produtos e se popularizaram por aqui no início dos anos 2000. O que muda são plataforma e conveninência.

Por Letícia Toledo

Do batom ao celular, do vinho ao colchão. Na semana da Black Friday, o consumidor brasileiro já pode comprar quase tudo por meio de uma live. E, se depender de startups, redes sociais e varejistas, o chamado live commerce vai virar rotina e transformar os hábitos de consumo dos brasileiros.

O fenômeno, que ganhou os primeiros investimentos no país no início da pandemia, tem atraído o investimento de cada vez mais empresas. Todas competem para encontrar o melhor modelo dessa ferramenta. Elas tentam replicar o enorme sucesso visto na China, onde as vendas de comércio eletrônico ao vivo devem chegar a US$ 423 bilhões neste ano, segundo a consultoria de gestão McKinsey. 

O fenômeno lembra muito o dos canais de TV que vendem produtos e se popularizaram por aqui no início dos anos 2000. O que muda é a plataforma e a conveninência. Por meio de uma transmissão ao vivo em um site ou uma rede social, a marca (utilizando um influenciador digital ou um vendedor) mostra os benefícios de seu produto e oferece condições exclusivas para quem acompanha o vídeo. O link para finalizar a compra, geralmente, exige alguns poucos cliques.

“Muitas marcas achavam que o live commerce era algo pontual, uma forma de se comunicar com o cliente durante a pandemia enquanto a loja física estava fechada. Mas a gente sempre soube que era algo que veio para ficar porque é muito vantajoso para a marca e para o consumidor ”, afirma Etienne Du Jardin, cofundadora da startup de live commerce Mimo Live Sales.  

Fundada em 2020, a startup atende marcas em 16 segmentos diferentes, são nomes como Johnson & Johnson, C&A, Samsung, Bayer e Whirlpool. O modelo inicial da empresa era um site marketplace que permitia que diferentes marcas fizessem lives dentro dele. A pedido das marcas, o modelo mudou para uma plataforma whitelabel [sem marca] de lives, que pode ser incorporada ao próprio site das empresas. A Mimo funciona no modelo de assinatura com planos a partir de R$ 2.500.  

O mesmo modelo de assinaturas é seguido pela Streamshop, também fundada em 2020. Inicialmente focada em atender marcas grandes como Renner e Suvinil, a startup está desenvolvendo agora uma plataforma para atender pequenas e médias empresas. “É uma solução mais light, que não exige grandes estruturas para fazer uma live”, explica Marcio R Machado, CEO da Streamshop. 

Embora pioneiras no Brasil, essas e outras startups estão longe de serem as únicas a desbravar esse mercado. Desde o ano passado, o Youtube vem realizando testes para aprimorar as compras durante as transmissões realizadas dentro da plataforma. “Já temos muitas lives que vendem produtos, mas, quando o usuário clica no anúncio, é direcionado para um outro site, o e-commerce da marca. Queremos fazer com que a compra seja mais simples e integrada com o Youtube”, afirma Yasmin Wenna, gerente de parcerias de produtos do YouTube Shopping. 

O teste do Youtube com o live commerce acontece, ao mesmo tempo, no Brasil, nos Estados Unidos e na Índia. “O grande diferencial do Youtube é a nossa audiência. É muito complexo para uma plataforma nova gerar uma audiência para a live. No Youtube, o consumidor já está lá”, diz Wenna, quando questionada sobre a competição com startups do setor. 

Made in China e difícil de copiar 

Na China, o conglomerado ByteDance é um dos responsáveis pela febre do live commerce. Seu aplicativo Douyin comporta milhares de lives focadas em vendas simultaneamente. Elas são realizadas por influenciadores digitais que fazem a resenha e trazem ofertas relâmpago de produtos. Com um simples toque na tela, o consumidor faz sua compra. Em 2021, a plataforma comercializou mais de 10 bilhões de produtos. 

No ocidente, a ByteDance tenta repetir a fórmula com seu outro app: o TikTok. Segundo informações do site de notícias Neofeed, o TikTok está montando uma operação de comércio eletrônico no Brasil. A estratégia do TikTok Shop é crescer no live commerce com parceiros locais e com fornecedores da China. A expectativa é de que a operação entre no ar a partir do primeiro trimestre de 2023.  

Mas a empreitada do TikTok no live commerce não trouxe muitos frutos até agora. Em julho, o Financial Times noticiou que a ferramenta TikTok Shop estava com sua expansão suspensa na Europa após testes no Reino Unidos apresentarem baixos números de visualizações e vendas fracas. 

Procurado pelo LinkedIn Notícias sobre o lançamento de seu recurso de live shopping no Brasil, o TikTok afirmou que “está sendo cada vez mais utilizado para campanhas de performance pelas marcas, por isso, estamos trabalhando para colocar o Live Shopping Ad em operação o quanto antes no mercado brasileiro”. 

No Brasil, quem pnão teve boas experiências com o live-commerce foi o Mercado Livre. Em novembro do ano passado, a companhia anunciou sua entrada nesse canal de vendas com um recurso dentro de seu aplicativo. O projeto inicial incluía programas diários com 100 marcas. O objetivo do Mercado Livre, segundo divulgado na época, era tornar a ferramenta, futuramente “disponível para que qualquer pessoa possa vender seus produtos ao vivo utilizando essa nova experiência de live streaming”. 

Um teste com alguns vendedores selecionados do marketplace chegou a ser desenvolvido, mas em julho desde ano a plataforma foi desligada. Raul Prado, que é vendedor da plataforma e participou do piloto, disse em um artigo no site E-commerce Brasil que a plataforma tinha problemas como a “baixa audiência e a falta de incentivos comerciais por parte do Mercado Livre”. Procurado pelo LinkedIn Notícias, o Mercado Livre não respondeu.   

“Não há dúvidas de que live commerce chegou para ficar, mas a tecnologia em si é algo que qualquer empresa pode desenvolver. O grande desafio está em operação, em construir um modelo único e interessante tanto para os vendedores quanto para clientes”, afirma Walter Sabini Junior, da HiPartners Capital&Work, gestora de venture capital especializada em varejo. 

Muitos acreditam que startups focadas em live commerce tem vantagem em relação às redes sociais por trazerem um público de usuários já focado em comprar produtos enquanto, na outra ponta, oferecerem o máximo de dados possíveis para os varejistas que utilizam a ferramenta.

“A audiência no live commerce não é grande, mas quem entra, assiste e compra. A conversão no e-commerce é de 2% enquanto no live commerce chega a 30%”, afirma Camila Salek, CEO da consultoria de varejo Vimer e investidora da Mimo Sales. A corrida para ganhar o mercado de live commerce, garantem especialistas, está apenas no começo. O consumidor poderá assistir a tudo isso do conforto de seu lar.  

Por Letícia Toledo

Fonte: LinkedIn Notícias

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