Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Porque em pleno século XXI matamos 11 raposas para um casaco?

Desfile de Emilio Pucci na semana de moda de Milão. (Fotos:Divulgação) 

A moda é cíclica, como você bem sabe. Alguns modismos não duram mais que um verão, outros vão e voltam de acordo com os desejos coletivos. Afinal, a moda não é comandada por estilistas, mas pelas ruas: os criadores apresentam suas propostas, mas somos nós que damos o aval e fazemos com  que um modismo realmente pegue.

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Nas últimas semanas de moda internacionais, onde desfilam as maiores grifes do mundo, uma “tendência” chamou a atenção: as peças feitas com pelo animal foram quase que unanimidade nas passarelas. Símbolo de opulência e status, os casacos se consagraram com as grandes divas do cinema e viveram seu auge até a década de 60. Entre os anos 70 e 80 começaram a surgir grupos de contestadores e ambientalistas, como o Greenpeace, veiculando anúncios com imagens e frases fortes a fim de ofuscar o glamour das peles – o que foi feito de fato.

Top models estrelam campanha contra o uso de pele animal nos anos 90. (Reprodução)

Por um bom tempo as peles verdadeiras foram vistas como decadentes. Top models estrelaram um famoso anúncio na década de 90 que dizia “prefiro andar nua do que usar peles”, da ONG de proteção animal PETA. Entre os anos 80 e 90 estima-se que 90% das lojas que vendiam peles fecharam suas portas. Confesso que após a “onda verde” que tomou conta do mundo no início do milênio não imaginava ver as peles verdadeiras retornarem nesta década, cada vez com menos alarde.

Desfiles Fendi, The Row (meio) e Givenchy (Fotos: Divulgação)

Assim como apenas duas das supermodels que declararam preferir andar nuas a usar pele mantiveram-se fieis a essa convicção, Elle Macpherson e Christy Turlington, parece que voltamos atrás. Em viagem recente, assustada com a quantidade de pele verdadeira nas vitrines, entrei em várias grifes para perguntar quem estava comprando aquelas peças. Durante minha pequena pesquisa de campo entendi que a pele animal, símbolo do que é caro e raro, voltara a cena para denotar a riqueza dos novos emergentes.

A moda reflete seu tempo. E nosso tempo, povoado de selfies e redes sociais, se tornou mais que propício à ostentação. Hoje a tecnologia têxtil produz pele sintética similar a verdadeira com benefícios. Mas, infelizmente, nossa sociedade desenterrou peças feitas com cerca de 11 raposas; 100 chincilas e 12 linces -- número de animais estimados para cada casaco. Em nome de um falso glamour, as passarelas voltaram ao tempo das cavernas.

Carolina Herrera (à esquerda) e Roberto Cavalli. (Fotos: Divulgação)

http://br.mulher.yahoo.com/blogs/ta-na-moda/porque-em-pleno-s%C3%A9...

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Respostas a este tópico

e claro que ia acontecer isto, ou voces acham que estas peruas tresloucadas dos paises emergentes, tem alguma consciencia ecologica ou ethica ou qualquer coisa parecida, quer mais e sair com as amigas todas mal vestidas mas cobertas de grifes caras, dinheiro nao traz classe nem elegancia nem cultura e muito menos bom gosto, quem traz tudo isto e educacao, palavras que as peruas nao conhecem, entao qual o problema para estas criaturas se no meio delas o que vale e quanto valeu o casaco e nao se foi feito de 11ou 111 raposas, guaxinins, gamba ou qualquer coisa que possa fazer um casaco caro assinado por estilistas falidos que a classe a dos paises desenvolvido deixou de dar importancia pra eles a tempos e mais fecharam as carteiras e as portas, porque estar vestiod de grife do pe a cabeca e a coisa mais brega que existe, so que as peruas nao sabem disto, entao sofrem os bichos

Concordo, Francisca, é realmente lamentável que isto esteja ocorrendo. Não é simplesmente matar os animais: é preciso saber COMO são mortos. Alguns vão se arrastando, ainda vivos, após terem a pele arrancada brutalmente. Quem tiver estômago, veja o vídeo "Terráqueos" (Earthlings). No Youtube há versões completas e até dubladas. Infelizmente, ainda muito poucos preocupam-se com estas questões, por pensarem que é "coisa de quem tem dó dos bichinhos". O assunto da matança de animais é muito mais amplo do que se imagina, com consequências muito sérias para a humanidade. Poucos sabem, por exemplo, que uma enorme fonte de gases de efeito estufa é o gado, superior à dos processos industriais.

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