Os Prémios de Inovação da Texprocess deram visibilidade a inovações na área da automatização da costura, digitalização dos processos produtivos e utilização de inteligência artificial na reciclagem.
Na categoria “Inovação para melhoria da qualidade”, a vencedora foi a fabricante de máquinas de costura industrial Dürkopp Adler, pelo desenvolvimento de uma máquina de costura CNC com cinemática de costura rotativa para aplicações de costura industrial média-pesada. A nova máquina de costura CNC 911Revolve «é o primeiro sistema deste tipo que permite uma costura perfeita em todas as direções», destaca Sebastian Kinnius, diretor de gestão de produto e marketing da Dürkopp Adler. No futuro, os fornecedores para o mercado automóvel, os fabricantes de artigos de couro e têxteis técnicos de alta qualidade, por exemplo, poderão costurar assentos e interiores de automóveis, airbags, ligaduras médicas, filtros e bolsas com maior precisão e qualidade. A nova máquina de costura é também um passo em direção a uma maior sustentabilidade porque, dependendo da aplicação, elimina a necessidade de máquinas adicionais no processo de produção, o que melhora a eficiência de recursos e economiza energia.
Na categoria “Qualidade Económica” houve três vencedores: Juki Central Europe, Mikkelsen Innovation e Veit.
A Juki Central Europe viu reconhecida a máquina de costura industrial DDL-10000DX. Embora os processos de costura na produção de vestuário, especialmente no que diz respeito à costura tridimensional, dependessem anteriormente das habilidades dos operadores, a Juki afirma que, com esta tecnologia, qualquer pessoa pode dominar a costura. Isto é conseguido através do uso de uma correia transportadora especial, projetada para apoiar o operador no manuseio da máquina. O sistema está configurado para facilitar a alimentação do tecido para todos os tipos de materiais e padrões, de forma a que o operador não precise de manipular manualmente os têxteis. Segundo a Juki, a DDL-10000DX é uma «novidade mundial na indústria de máquinas de costura».
No caso da Mikkelsen Innovation, o prémio foi atribuído pela tecnologia patenteada FastSew, que permite a costura e o corte automáticos controlados digitalmente de rolos sem pré-corte numa única plataforma. Basicamente, como resumiu Søren Niebuhr, consultor da empresa, ao Jornal Têxtil, «pode colocar-se duas camadas de tecido e cortar e coser ao mesmo tempo». Com a FastSewn, produtos têxteis bidimensionais, como filtros industriais ou almofadas personalizadas, são automaticamente transportados para um sistema de costura plano, projetado para permitir a união de quaisquer contornos, mesmo os complexos. «Um sistema de vácuo permite prender o material e mantê-lo no sítio certo», acrescentou. O sistema também é capaz de cortar a laser os padrões costurados e, dessa forma, reduzir ainda mais a necessidade de manipulação humana. A FastSewn tem como foco inicial a produção de airbags, assentos de automóveis e peças costuradas para móveis, estando «por agora limitada a três metros. Mas em teoria pode chegar a qualquer tamanho», apontou Søren Niebuhr.
Já a Veit recebeu o prémio nesta categoria pelo equipamento de acabamento CF20 DesFin, desenvolvido em parceria com o wfk – Cleaning Technology Institute e concebido para eliminar odores, bolores, manchas e agentes patogénicos do vestuário sem a utilização de produtos químicos. «O vestuário que é devolvido ou as mercadorias que têm transportes de longas distâncias por navio podem ser desinfetadas, desodorizadas e passadas a ferro ao mesmo tempo, sem produtos químicos», explica Christopher Veit, diretor-geral da empresa alemã, que conta com a Hugo Boss e a Zara entre os seus clientes. Numa demonstração aos jornalistas, o equipamento, que tem um preço a rondar os 100 mil euros e é composto por duas câmaras distintas, rapidamente tratou duas peças de vestuário, o que, segundo a Veit, permite facilmente cuidar de grandes quantidades de artigos. Por isso mesmo, aponta, será ideal para ser usado na logística, por retalhistas online, lavandarias e tinturarias.
Os dois últimos Prémios de Inovação da Texprocess distinguiram inovações na categoria “Digitalização + IA”.
O primeiro foi atribuído à empresa belga Valvan, que desenvolveu uma máquina que reconhece e remove automaticamente peças não-têxteis de vestuário descartado para facilitar os processos de reciclagem. «O prémio é um grande reconhecimento do nosso trabalho no domínio da economia circular têxtil», afirma Jean-François Gryspeert, Sales & Business Developer da Valvan. A inspiração para a Trimclean, como foi batizada a tecnologia, foi o controlo de qualidade na produção de batatas fritas. «Questionámo-nos se uma tecnologia que resolve batatas fritas defeituosas não seria também capaz de reconhecer partes não-têxteis em têxteis», explica Jean-François Gryspeert. Segundo ele, o software de classificação utilizado também beneficia dos avanços recentes na área de inteligência artificial (IA). «Usamos IA em combinação com uma câmara especial para separar melhor as peças de tecido das peças não-têxteis», indica. Segundo o Sales & Business Developer da Valvan, o sistema funciona tão bem que, ao contrário de outras soluções, pode até remover manchas, costuras e impressões. «A tecnologia de IA que tornou possível o Trimclean nem existia há alguns anos», sublinha.
O segundo Prémio de Inovação da Texprocess na categoria “Digitalização + IA” foi atribuído ao Instituto de Maquinaria Têxtil e Tecnologia de Materiais de Elevada Performance (ITM) e à Cátedra de Desenvolvimento e Montagem de Produtos Têxteis da Universidade de Tecnologia TUD Dresden por um novo método de avaliação de scans corporais com tecnologia de digitalização 4D. O processo foi projetado para permitir a medição de partes moles do corpo, como o seio feminino, em movimento, ao contrário de muitos scanners corporais 3D, que só permitem obter medições quando a pessoa está parada. Segundo o ITM, isso possibilita a criação de scans corporais dinâmicos em 4D que são muito mais precisos e também podem ser comparados digitalmente. No futuro, os produtores de vestuário poderão utilizar dados corporais 4D como estes para desenvolver, entre outros, soutiens mais customizados e com maior conforto para a utilizadora, bem como poupar tempo e custos durante o desenvolvimento do produto.
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