Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Apesar de as máquinas de costura das fábricas nacionais não terem descanso, a crise e a quebra de vendas das lojas têm sido notórias. O crescimento da indústria têxtil e vestuário ocorre assim, essencialmente, além fronteiras. Nos primeiros seis meses do ano, o sector encaixou 2 mil milhões de euros com as exportações de produtos de têxteis e lar, o que representa um aumento de 13,22% face ao período homólogo.

Ainda assim,  João Costa, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), explica que «estes números estão longe dos anos áureos da indústria. Houve anos que alcançámos volumes de negócios superiores a 6 mil milhões de euros». Este ano, «se os restantes meses forem ao encontro da tendência do primeiro semestre, já ficamos contentes por encaixar 4 mil milhões de euros», adianta o presidente da ATP.

Este continua, porém, a ser um sector com peso para a economia portuguesa, representando hoje 9,5% do total das exportações. Espanha, França, Alemanha, Reino Unido e Itália continuam a ser os principais países compradores.

«A indústria têxtil portuguesa sempre esteve muito ligada à Comunidade Europeia. Agora, para conseguirmos crescer mais, temos de olhar para os outros continentes», sublinha João Costa. Objectivo que tem sido realizado nos últimos anos: actualmente os produtos ‘made in Portugal’ não estão só presentes no velho continente. «Hoje exportamos para a Ásia, América do Sul e África também. E, aliás, as vendas têm aumentado».


China e Índia: ameaças ou oportunidades?

A abertura a estes mercados mudou o panorama do sector a nível mundial. Desde 2005 que a produção têxtil é vista com outros olhos. «A mão-de-obra barata desviou o investimento das principais marcas mundiais para estes destinos, o que teve efeito no sector português e não só». Foram várias as empresas que optaram, inclusivamente, por investir em unidades fabris nestes países.

«Os outros mercados viram-se obrigados a concorrer com preços muito inferiores aos praticados por eles», detalha João Costa. Portugal tem, porém, relações «muito boas com o mercado chinês. Além dos países europeus, é um dos principais mercados de exportação, bem como importação do sector nacional», nota. De Janeiro a Março, as exportações para a China aumentaram 29%.

Made in Portugal

Existem hoje cerca de sete mil empresas portuguesas do sector. Muitas das quais já dão cartas lá fora, desfilando nas principais passerelles mundiais. Fátima Lopes, Ana Salazar, Lanidor, Sala ou Parfois são alguns dos nomes mais conhecidos.

Para Margarida Mangerão, responsável de comunicação da Lanidor, as etiquetas made in Portugal «são garantia de qualidade, mas implicam um acréscimo do preço final, ainda que estejamos aos poucos a ficar mais competitivos».

Já Luís Nabais, director criativo da portuguesa Rulys, comenta que «estamos ao nível dos melhores do mundo, nomeadamente dos italianos. Mas as marcas e designers de moda internacionais continuam a ter acesso privilegiado às matérias-primas e maior poder de influência e decisão».

Também há varias marcas internacionais a escolher as costuras made in Portugal. Next, Inditex, Guess, Calvin Klein ou Levi’s são algumas das empresas que produzem grande parte da sua roupa em Portugal. Presente há vinte anos em Portugal, a Inidtex, admite que «50% da sua produção é dividida entre Espanha e Portugal», revelou ao SOL fonte oficial do grupo.

A irlandesa Primark, que veste os portugueses há dois anos, ainda não produz nada em terras lusas. Mas, «estamos sempre atentos ao gosto e à procura dos portugueses», refere José Luis Martinez, director da marca para a Península Ibérica.

Fonte:|http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=26577

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